Como a exibição no Blog do Mello do curta 'Di, de Glauber' Rocha, acabou com a censura mundial ao filme



Anteontem foi aniversário da morte de Glauber Rocha (1981) e pesquisando para publicar algo sobre ele me lembrei de um fato relacionado ao genial baiano que levou o Blog do Mello à grande imprensa.

Em abril de 2007 (há mais de 11 anos) contei aqui como a publicação no Blog do Mello do vídeo do genial ["genial" duas vezes em seguida, só para Glauber] curta Di, de Glauber Rocha, acabou provocando o fim da censura ao filme.

Logo após a realização do filme por Glauber, a família do pintor Di Cavalcanti conseguiu proibir a execução mundial do filme, proibição que durou até aquele dia de março de 2007, que explico a seguir, repetindo postagem de abril daquele ano, Di de Glauber, Liberou geral:

- Era dia do aniversário de Glauber. Lembrei-me dele e do filme ["Di Cavalcanti Di Glauber"], de que gosto muito, e que há muito não assistia. Fui ao site do Tempo Glauber e o filme estava lá, como ainda está.

Foi exatamente isso o que aconteceu e contei ao repórter Lúcio Flávio, do Correio Braziliense, que me entrevistou sobre o assunto. Imediatamente comecei a receber comentários via e-mail e por telefone. Gente que, como eu, gostava do filme e não o assistia há tempos.


Em seguida, Elio Gaspari falou do filme e do blog em sua coluna, e a coisa se espalhou. Até hoje ainda recebo pedidos de informação sobre o site e o filme.(...)

Di de Glauber
 
No mês do 68° ano do nascimento de Glauber Rocha, o blogueiro Antonio Mello (blogdomello.blogspot.com) [repare que Gaspari linkou o blog, coisa que infelizmente não se vê na mídia corporativa, motivo que me faz também não linká-los por aqui. Quem não se recorda do furo dado pelo Cafezinho com a publicação da dívida milionária da Globo com a Receita e que não foi linkada, muitas vezes nem o nome do blog citado, quando coberto pela imprensalona?] botou na internet o genial documentário de 20 minutos que o cineasta rodou no funeral do pintor Di Cavalcanti, em 1976.

A peça delirante e ególatra de Glauber foi censurada por iniciativa da família de Di. Muito provavelmente o desconforto se deveu à filmagem do rosto macerado do pintor no caixão, cena realmente chocante.

A qualidade do vídeo não é grande coisa [é que o arquivo era em extensão wmv com tamanho 320 por 240...] mas, mesmo assim, mostra uma das obras mais representativas da cabeça de Glauber.

O cineasta baiano morreu em 1981, aos 42 anos. [Coluna do Gaspari de 18 de março de 2007]


Aliás, na reportagem de Lúcio Flávio, publicada no Correio Braziliense e no Diário Catarinense, João Rocha, que é sobrinho de Glauber e diretor de relações institucionais do Templo Glauber, afirma que já foram feitos milhares de downloads do Di.


Nessa mesma reportagem ficamos sabendo também que após 30 anos o filme está finalmente liberado, o que não deixa de ser mais uma prova do poder da internet:

- A família do Di, ciente de tudo, se calou diante da situação. A reportagem tentou contatos com a família do pintor, sem sucesso. Segundo a secretária particular de Elizabeth Di Cavalcanti, a família encara como encerrado o episódio sobre o filme, não pronunciando qualquer nota.

O filme segue na internet. Pena que o Tempo Glauber, dedicado à obra do cineasta, escritor, jornalista, pensador, não tenha resistido ao descaso que se tem pela cultura no Brasil.

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