PF confirma que Moro e delegados mentiram para a Justiça e podem anular toda a Lava Jato

lAVA jATO COM CARIMBO DE ANULADA

Esta postagem é o complemento da que fiz pela manhã, Lava Jato vai ser anulada, como Castelo de Areia e Satiagraha, pelo mesmo motivo: vazamentos e escutas ilegais.

Como eu tinha outros compromissos, somente agora pude voltar ao assunto e explicar o que aconteceu e qual o padrão que a Lava Jato vai seguir, copiado da Satiagraha e da Castelo de Areia, duas outras grandes operações contra corrupção envolvendo grandes empresas, que acabaram não dando em nada.

O que aconteceu de novo foi que a PF reconheceu a existência do grampo ilegal na cela de Youssef, quando ele já se encontrava preso pela PF. Delegados da PF e Moro negaram não somente o grampo como a autorização para ele. Mas agora a própria PF reconhece sua existência:
Análise feita pela Polícia Federal apontou que uma escuta instalada em uma cela de presos da Lava Jato em 2014 gravou irregularmente 260 horas (11 dias) de conversas no Paraná.
A análise foi feita dentro de uma sindicância interna da polícia iniciada após o doleiro Alberto Youssef, pivô da operação em seu início, relatar naquele ano ter encontrado equipamentos de gravação no local onde estava detido, na Superintendência da PF no Paraná. Os documentos foram obtidos pela Folha.
Como mostrei em postagem desta manhã linkada acima, já em janeiro de 2015 o Blog do Mello antecipava que a Lava Jato ia pelo mesmo caminho da Satiagraha e da Castelo de Areia.

Em fevereiro de 2017, os fatos evoluíram nesse sentido e publiquei aqui:
A Operação Satiagraha, comandada pelo exótico delegado Protógenes Queiroz e pelo austero juiz Fausto de Sanctis desvendou grande esquema de corrupção, que tinha como comandante o banqueiro Daniel Dantas, condenado a 10 anos de cadeia.
Mas aí, veio uma das famosas tecnicidades jurídicas, que condenou a participação de agentes da Abin na Operação e tudo foi anulado, inclusive a condenação do banqueiro, que até hoje está livre, leve e solto.

Depois veio a Operação Castelo de Areia, que também revelou um grande esquema de corrupção, muito parecido ao da Lava Jato atual, envolvendo empreiteiras, partidos e políticos. Tudo muito documentado, com delações e confissões. [ Inclusive um dos envolvidos é bastante conhecido por todos nós: o golpista Temer, citado 21 vezes nessa Operação.]

Mas aí veio outras das tecnicidades, dessa vez acusando a Operação de ter iniciado a partir de um telefonema anônimo, o que é ilegal e causou a anulação de toda a Operação e a consequente impunidade dos envolvidos.

Agora é a vez da Lava Jato subir no telhado. Foi descoberta e confirmada a existência de um grampo ilegal, lá no início da Operação, em 2014, na cela onde estava o delator que deu início à Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef.

Anulada sua primeira  delação, vai entrar em cena a desculpa usada nas duas operações anteriores, a teoria dos frutos da árvore envenenada, que defende que uma prova lícita, quando produzida a partir de uma prova ilícita, está contaminada, devendo também ser considerada ilícita.
O mesmo acontece agora, quando a Polícia Federal reconhece oficialmente a existência do grampo ilegal, de onde se originou a Lava Jato. A cúpula da PF do Paraná, que na época negou o grampo, ocupa hoje postos chaves no ministério de Moro.

A mesma teoria da árvore envenenada que matou Satiagraha e Castelo de Areia vale para a Lava Jato. O resultado pode não ser o mesmo (anulação de toda a Operação), pois isso inocentaria Lula de cara em todos os processos. E contra Lula, já vimos, a lei é outra.

Mas é o que está posto na mesa e que vem a se juntar a toda a trama imunda que está sendo revelada pelas mensagens enviadas ao Intercept Brasil e que contam da parceria entre Moro e os procuradores da Lava Jato para ferrar Lula e o PT.




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