Veja insinua que porteiro teria dito 'seu Jair' pressionado pela milícia

Caminhão de lixo com marca Veja


Na falta de reportagem, Veja expõe fotos e põe vida do porteiro em perigo


Bem ao estilo Veja de jornalismo (que ironizei numa reportagem de fundo aqui em "As Confissões de Civita: Serra sabia de tudo"), a mais vendida do Brasil expõe na capa o rosto do porteiro do Condomínio Vivendas da Barra, que anotou o número 58 da casa do presidente (eleito mediante fraude) Jair Bolsonaro, como o destino indicado pelo motorista envolvido no assassinato da vereadora Marielle Franco.

Não apenas o rosto do porteiro, mas seu nome e a casa onde mora. Dele, conseguiu apenas estas palavras:"Eu não estou podendo falar nada. Não posso falar nada”.

Por nada conseguir,  Veja voltou ao seu estilo e partiu para  uma ilação de que o porteiro citou o nome do presidente a mando da milícia de seu bairro, que seria comandada pelo acusado do assassinato, Ronnie Lessa.
Ao saberem que os caminhos de Fulano (o porteiro do "seu Jair") e Lessa se cruzam na Gardênia, moradores do Vivendas da Barra levantaram a possibilidade de o porteiro ter se dobrado à pressão do miliciano ao sustentar que o comparsa dele, Queiroz, ia visitar a casa do presidente. “Todo mundo sabe como funciona o esquema da milícia. Seu Fulano (o porteiro do "seu Jair") pode ter protegido o Ronnie por ameaça, medo”, diz um deles. Lessa e Queiroz estão presos na penitenciária federal de Rondônia.

Para reforçar ainda mais seu jornalismo mãe Dinah, a reportagem entrevista o outro porteiro (são sempre dois a receberem os visitantes) e pinça trecho que reforce a tese da direção da Veja::
Sicrano (o porteiro 2) contou que, ao saber do depoimento do colega, tentou falar com ele por aplicativo de mensagem, para obter “a informação verdadeira”, mas não recebeu resposta. “Todos aqui no condomínio ficaram surpresos por ele ter ligado o presidente a um crime gravíssimo. Pode ser que estejam usando o Fulano (o porteiro do "seu Jair") para denegrir a imagem de Bolsonaro”, arriscou Sicrano, que ostenta orgulhoso uma foto ao lado do capitão em suas redes sociais. No condomínio francamente bolsonarista, o próprio Fulano (o porteiro do "seu Jair") não escondia sua simpatia pelo presidente.
Com a publicação de sua foto e de sua casa, o jornalismo de Veja põe a vida do porteiro em risco, nas mãos de milicianos e bolsonaristas fanáticos.

O que Veja não consegue explicar na reportagem é por que o o porteiro receberia essa missão de Ronnie Lessa, se na hora em que anotou o número 58 da casa do presidente, Marielle ainda nem havia sido assassinada?

Obs: O Blog do Mello optou por não publicar fotos do porteiro, de sua casa, seu nome e o de seu colega de trabalho, por motivos óbvios. 

Obs 2: O porteiro é tão querido entre os moradores, que a reportagem afirma que vários deles estão fazendo uma vaquinha para pagar um advogado.


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