Crescimento de Bolsonaro em pesquisa é vitória parcial da narrativa sobre a realidade


Tirando os bilionários e milionários, nenhum brasileiro pode estar satisfeito com a realidade real (desculpe o pleonasmo, mas ele é necessário e você vai ver por que) em que vivemos.

O país se aproxima dos 150 mil mortos por COVID e os números voltam a aumentar em alguns estados e cidades.

O desemprego aumenta, lojas e empresas - pequenas, médias e grandes (como a Sony) - fecham ou saem do país.

Eventos que costumavam atrair público, turistas e, consequentemente, dinheiro para o país gerando empregos, como o Carnaval do Rio, o Réveillon, o futebol, tudo isso ou foi adiado ou está sendo disputado sem público.

As pessoas estão vivendo o novo normal, que é o contrário do normal de nossas vidas anteriores, quando saíamos para encontrar amigos, ir à praia, ao cinema, ao teatro, ou simplesmente bater um papo com amigos nos bares e praças.

Hoje, existe quem faça isso, mas são os mesmos e principais eleitores do Bolsonaro, que vivem a narrativa da realidade e não a realidade real, como chamei.

Essa narrativa da realidade é que explica a aprovação de Bolsonaro.

Ele desde o início ridicularizou a pandemia e disse que as pessoas deveriam sair às ruas. Bateu de frente com os governadores e, naquela ocasião, a população estava ao lado dos governadores e do ministro da Saúde da época, Mandeta.

Bolsonaro era contra a concessão do auxílio emergencial e, quando se dobrou a ele, queria um valor de R$ 200. O Congresso aprovou R$ 600 e, em alguns casos, o dobro desse valor.

Com o passar do tempo, Bolsonaro pressionando os governadores, não enviando verbas da saúde para os auxiliar, esses passaram a voltar atrás nas medidas de segurança e, hoje, o que vemos é quase um liberou geral.

O raciocínio que fica é: "bem que o Bolsonaro avisou".

O auxílio emergencial também chegou a mais de 40 milhões de brasileiros, muitos deles recebendo mais do que recebiam antes da pandemia. Essas pessoas também acham que foi Bolsonaro o autor do auxílio.

Isso explica em grande parte a popularidade de Bolsonaro.

Só que a realidade real é outra. O auxílio emergencial caiu de valor e para um número bem menor de atendidos. Essas vão cair na realidade real.

A economia não melhorou nem a geração de empregos.

Numa hora, o repique da realidade, como o da COVID, vai voltar e com ele as críticas a Bolsonaro e a queda de sua popularidade.



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