Candidato de Bolsonaro à presidência da Câmara é acusado de rachadinha como Flávio Bolsonaro


O candidato de Jair Bolsonaro para presidir a Câmara dos Deputados em lugar de Rodrigo Botafogo Maia está envolvido com escândalo das rachadinhas em seu estado, exatamente como o filho do presidente, Flávio. Talvez essa afinidade esteja na raiz da escolha.
 
Reportagem de Breno Pires no Estadão denunciou o esquema:
Candidato do Palácio do Planalto para o comando da Câmara dos Deputados nos próximos dois anos, o deputado federal Arthur Lira (Progressistas-AL) esteve à frente de um esquema milionário de “rachadinha” quando integrou a Assembleia Legislativa de Alagoas, segundo acusação do Ministério Público Federal. Documentos até então sigilosos obtidos pelo Estadão indicam desvio, entre 2001 e 2007, de R$ 254 milhões dos cofres públicos. Somente o líder do Centrão movimentou R$ 9,5 milhões em sua conta. As informações estão em uma ação penal que Lira ainda responde na Justiça estadual. Ele já foi condenado pelo caso na esfera cível.

Para desviar o dinheiro da Assembleia, o “grupo criminoso” liderado por Lira, como destaca o processo, incluiu na folha de pagamentos funcionários fantasmas. O esquema, afirma a acusação, usava empresas de terceiros para simular negociações e empréstimos pessoais como forma de justificar a movimentação financeira nas contas dos parlamentares.
  
Curiosamente, no dia seguinte à reportagem, um juiz anulou o processo, não porque o esquema criminoso não existisse, mas alegando falha processual, mesmo esquema que pretende adotar a defesa de Flávio Bolsonaro, que anda à procura de uma brecha para livrar a cara do filho do Jair e do próprio Jair, sem ter que alegar inocência.
 
Em resumo: não importa a realidade, mas o processo.
 
O MP de Alagoas disse que a decisão do juiz é absurda, as provas contra Lira são abundantes, e vai recorrer.
 
A ex-PGR Raquel Dodge também criticou a decisão do juiz:
“A decisão do juiz estadual está desafiando a validade da decisão do STJ, que havia encaminhado os autos para o TRF-5 por desmembramento, e do Tribunal Regional Federal da Quinta Região. A validade das provas e a cadeia de custódia das provas foi analisada pelo Superior Tribunal de Justiça, pelo Tribunal Regional Federal da Quinta Região, pelo Supremo Tribunal Federal no desenrolar da investigação e também por mim no oferecimento da denúncia”, afirmou Dodge. “A decisão do juiz estadual desafia a decisão dos tribunais. A prova é válida”, disse a hoje subprocuradora-geral do Ministério Público Federal.
No entanto, a indicação de Lira prossegue, porque "as instituições estão funcionando"...
 
E vamos rumo aos 200 mil mortos.




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