Sonho de Bolsonaro é transformar o Brasil no Haiti dos Tonton Macoute


Desde o primeiro dia de governo, e cada vez mais, o sonho de transformar polícias, Forças Armadas e simpatizantes em sua milícia vem sendo alimentado por Bolsonaro. 
 
No fundo, seu desejo é transformar o país no Haiti da ditadura de Papa e Baby Doc, que aterrorizaram  e espoliaram aquele país, sob a proteção da milícia dos Tonton Macoute.
 
Em sua coluna na Folha, Ruy Castro resumiu parte do esquema de Bolsonaro:
[Bolsonaro] tece uma vasta urdidura armada para, de um jeito ou de outro, se perpetuar no poder.

Sua atração por oficiais de baixa patente, PMs, bombeiros, delegados e investigadores, por exemplo, não é um desvio suspeito como parece. Bolsonaro os vê como sua tropa de choque numa eventualidade. A cada formatura de cadetes ou baile de sargentos a que comparece, planta a sedição —os milicos sabem bem o que é isso. E não descansará enquanto não minar a autoridade estadual sobre as polícias Civil e Militar, drenando-as para si, com o que, no caso de um possível confronto, elas atirarão a seu favor.

A obsessão em promover a compra e o porte de armas pela população também não se refere à nossa segurança pessoal —você se vê reagindo a um arrastão em seu prédio?—, nem é um mimo aos "colecionadores" de fuzis e matadores de jacarés. É para armar os seus 30% de seguidores.

Seria um acaso que ele e seus filhos tivessem tantos milicianos, pistoleiros e armazenadores de munição como funcionários, vizinhos de condomínio ou parças de churrasco?

Ainda outro dia, meu amigo Fernando Brito, em seu excelente Tijolaço, publicou:

Jair Bolsonaro tem, hoje, um verdadeiro exército paralelo, muito bem armado e capaz de produzir confrontos sangrentos neste país:

Dois anos depois da primeira investida presidencial, o país tem 1,151 milhão de armas legais nas mãos de cidadãos — 65% mais do que o acervo ativo de dezembro de 2018, que era de 697 mil.

O número não inclui armamento comprado para polícias civil, militar e federal, nem o de empresas privadas de vigilância e segurança. São perto de 250 mil novos registros para pessoas físicas e 200 mil para “caçadores, atiradores e colecionadores”, estes capazes de armar um batalhão, pois da um tem direito a comprar até 60 armas, metade delas de uso restrito a forças militares e nada menos que 180 mil munições por ano, o que representa -pasme! – dar 500 tiros por dia ou mais de 20 tiros a cada uma das 24 horas de um dia.

Nas barbas – ou melhor, com o beneplácito – do Exército Brasileiro está se formando uma super milícia, capaz de com os militares e até contra eles, colocar a população civil de joelhos e com as mãos na cabeça, rendia a fuzis e pistolas de grosso calibre, agora disponíveis para estes sujeitos.


Quem vê o Haiti hoje, não imagina que foi o país mais desenvolvido da região. O Haiti aboliu a escravidão quase um século antes do Brasil, em 1794.

Foi a Primeira República Negra das Américas e o primeiro país latino-americano a se declarar independente. 

Mas, em 1957, o médico François “Papa Doc” Duvalier foi eleito presidente e impôs uma ditadura ao país, criando, no segundo ano de seu governo, sua milícia particular, os Tonton Macoute.

A Milícia de Voluntários da Segurança Nacional (em francês: Milice de Volontaires de la Sécurité Nationale, MVSN), comumente conhecidos como Tonton Macoute (literalmente "Tio do Saco", em crioulo haitiano, aludindo às figuras do "homem do saco" ou "bicho papão") era uma força paramilitar haitiana inspirada no fascismo criada em 1959, e que obedecia diretamente as ordens do ditador daquele país, François Duvalier, 'Papa Doc' , e de seu filho e sucessor, Jean-Claude, até a saída do último do poder, em 1986
.
Eles devastaram o país de tal forma que até hoje o Haiti não conseguiu se pacificar, quanto mais se desenvolver.

Estima-se que 150 mil pessoas tenham sido assassinadas e/ou desaparecidas pelos Tonton Macoute. 

Como o Haiti tem uma população de pouco mais de 11 milhões de habitantes, esse número equivaleria a 3 milhões de assassinados e/ou desaparecidos no Brasil.

Parece ser esse o sonho da famiglia Bolsonaro, e seus Baby 01, 02 e 03.

O Brasil vai permitir isso?



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