'Aqui é Bolsonaro!', diz assassino, antes de matar aniversariante petista em festa que tinha Lula e PT como tema

O agente penitenciário Jorge José da Rocha Guaranho invadiu a festa de aniversário do guarda municipal Marcelo Arruda, na noite de ontem, sábado, em Foz do Iguaçu (PR) e o assassinou friamente, gritando "Aqui é Bolsonaro!". A festa tinha como tema o PT, com imagens e bolo do Partido e de Lula.

Eis o depoimento de Leonardo, filho da vítima, a O Globo:

O bolsonarista apareceu do nada . Ninguém conhecia ele . Ele gritava que ia matar todos os petistas , gritava palavras de ordem e "aqui é Bolsonaro". Ele chegou a apontar a arma pela primeira vez para o meu pai . A esposa dele tentou evitar que ele fizesse um primeiro disparo . Ele prometeu que ele ia voltar, e ele voltou logo depois já atirando . Ele acertou três tiros no meu pai . Pelo ódio dele, parecia que ia matar todo mundo . Mas meu pai conseguiu evitar o pior, antes de morrer. [Arruda matou o agressor em legítima defesa] 

Esse é mais um dos eventos violentos, após o ataque com drone com fezes em Minas, fezes atiradas no carro do juiz que mandou prender o ex-ministro do MEC de Bolsonaro, e a bomba que explodiu na festa de Lula na Cinelândia dia 7.

São eventos recentes, alimentados por declarações violentas de Jair Bolsonaro, que mantém acesa e inflamada sua tropa miliciana. Bolsonaro manda recado aos bolsonaristas para que não aceitem resultado diferente de sua vitória nas eleições, demoniza os adversários políticos e diz que país vive batalha do Bem contra o Mal —e o Bem seria ele, um sujeito desclassificado que não possui uma única qualidade e acumula em si todos os piores defeitos e perversões de um ser humano.

Já escrevi aqui ('Se não for preso, tô no lucro' —é o que move Bolsonaro) que Bolsonaro e os militares que o cercam querem convulsionar o país para um golpe dentro do golpe ou ao menos negociar um salvo conduto para não irem todos presos, a começar pelo presidente.

A prisão também é receio dos militares, e há precedentes recentes na América do Sul: comandantes militares estão presos na Bolívia por participarem do golpe que pôs no poder Jeanine Añez (também presa) e comandante do Exército foi preso no Uruguai, apenas por emitir opinião sobre uma lei. 

É assim nos países democráticos. As Forças Armadas são regiamente pagas para cumprir as funções determinadas na Constituição e mais nada.

Não é possível seguirmos normatizando os ataques de Bolsonaro e seus militares sem que haja uma reação institucional. Ou mais vítimas vão surgir com o objetivo de incendiar o país e melar as eleições, que, ao que todas as pesquisas indicam, podem eleger Lula no primeiro turno.


O Blog do Mello é e vai continuar a ser de livre acesso a todos, e sem propaganda, se quem puder e o achar relevante apoiá-lo com uma assinatura. A partir de R$10

Assine o Blog do Mello



Para receber notificações do Blog do Mello no seu WhatsApp clique aqui
Você vai ser direcionado ao seu aplicativo e aí é só enviar e adicionar o número a seus contatos


Recentes: