Na Argentina, filme sobre julgamento que mandou para a cadeia generais ditadores bate recorde de público. Já no Brasil...

O filme "Argentina, 1985" já é o mais visto naquele país, três semanas após sua estreia. A partir de 21 de outubro, ele estará no serviço de streaming da Amazon Prime Video.

O filme é estrelado por Ricardo Darín e Peter Lanzani e fala sobre o julgamento das Juntas Militares que governaram a Argentina durante a ditadura. Virou um fenômeno de bilheteria que não para de crescer. Em apenas três semanas, o filme foi visto por quase 800 mil pessoas nos cinemas de todo o país, firmando-se como a produção nacional com mais espectadores até agora este ano.

Como a Argentina tem em torno de 45 milhões de habitantes, esse número de bilheteria transportado para o Brasil daria aproximadamente 4 milhões de espectadores.

O filme conta a história dos promotores Julio Strassera, interpretado por Ricardo Darín, e Luis Moreno Ocampo, de Peter Lanzani, e o trabalho árduo de sua jovem equipe, que investigou e processou os responsáveis ​​pela ditadura militar mais sangrenta da história argentina.

A produção será a representante do país no Oscar 2023 e buscará um lugar na lista de Melhor Filme Internacional. Não é o único reconhecimento que recebeu. O filme ganhou o Prêmio do Público na 70ª. edição do Festival de San Sebastian.

A natureza do prêmio é de especial importância, tendo em vista que o Festival de San Sebastian é um evento de "público", o que significa que os espectadores lotam as salas em cada edição do festival, ao contrário de Cannes, onde, por exemplo, os participantes pertencem principalmente à indústria cinematográfica e à imprensa especializada de todo o mundo. [Pagina 12]

Enquanto na Argentina os ditadores foram levados a julgamento e condenados (um deles, o general presidente Videla, morreu na cadeia), no Brasil ditadores e torturadores seguem impunes, a ponto de um torturador condenado, o coronel Ustra, ser ídolo do presidente postulante à reeleição.

Na Argentina, o público refresca sua memória na História, enquanto aqui corremos o risco de vê-la repetir-se em uma nova ditadura, caso Bolsonaro seja reeleito.


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