Com seu cinismo habitual, o ex-presidente em fuga tentou tirar o corpo fora no caso do contrabando de joias, mas acabou se enrolando e dando pistas de mais descaminhos.
“Estou sendo acusado de um presente que eu não pedi, nem recebi. Não existe qualquer ilegalidade da minha parte. Nunca pratiquei ilegalidade. Veja o meu cartão corporativo pessoal. Nunca saquei, nem paguei nenhum centavo nesse cartão“ [CNN]
Primeiro, presente não se pede. Se pede, não é presente, é propina. Segundo, não recebeu porque a Receita confiscou na Alfândega a muamba milionária, que vinha escondida na mochila de um assessor. Aqui, já cabe uma pergunta: por que as joias, avaliadas em R$16,5 milhões, estavam na mochila de um assessor e não numa mala com seu conteúdo revelado? Para que chegar ao Brasil clandestinamente? Qual o objetivo?
Depois, vem a outra mentira: diz ele que nunca pagou nada com o cartão, o que sabemos que é uma mentira deslavada. Acontece que ele nunca pegou porque mandava pegarem por ele, como os servidores Vanerlei Silveira, Valdira Claudino, Magda Carneiro e o motorista Alexandre Almeida.
Mais adiante, à Folha, ele buscou justificar seu interesse em pegar as joias, alegando que seriam para uso pessoal da primeira-dama, o que estaria dentro da lei. Perfeito, se ele não tivesse mandando um avião da FAB ir a São Paulo com um emissário para pegar as joias, um dia antes de fugir do país e a dois dias do fim de seu mandato, quando Michelle não seria mais primeira-dama.
O ministro da Justiça Flávio Dino já declarou que vai botar a PF para investigar o caso nesta segunda.
Fatos relativos a joias, que podem configurar os crimes de descaminho, peculato e lavagem de dinheiro, entre outros possíveis delitos, serão levados ao conhecimento oficial da Polícia Federal para providências legais. Ofício seguirá na segunda-feira. [Twitter]
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