Podem não ter sido cortesia, mas propina, as joias no valor de R$16,5 milhões que os árabes teriam dado a Jair e Michelle Bolsonaro, quando ainda eram presidente e primeira-dama do país.
A suspeita fica ainda maior quando se compara os valores dos "presentes" aos Bolsonaro com os oferecidos ao ex-presidente dos EUA Donald Trump, por exemplo:
Donald Trump, segundo documentos oficiais americanos, ganhou do rei saudita um pingente com esmeraldas avaliado em US$ 6.400 (cerca de R$ 32 mil). Do príncipe dos Emirados Árabes, Trump ganhou uma estatueta de bronze avaliada em US$ 3.700 (cerca de 18 mil), e uma outra escultura avaliada em US$ 470 (cerca de R$ 2.500). [247]
Enquanto os presentes para Trump chegaram a aproximadamente 10 mil dólares (R$51,9 mil), os para os Bolsonaro passaram de R$16 milhões.
O Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) dá uma informação que levanta a suspeita de que as joias seriam na verdade propina. Um mês antes dos "presentes" milionários, um fundo árabe comprou a "Refinaria Landulpho Alves (RLAM), localizada em São Francisco do Conde, na Bahia e seus ativos logísticos associados. A venda foi realizada para o Mubadala Capital, um fundo árabe dos Emirados Árabes Unidos, pelo valor de US$ 1,8 bilhão" [247].
No entanto, cálculos estimados pelo Ineep indicam que a refinaria valia entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões.
É no mínimo suspeita a diferença entre os valores dos presentes a Trump e aos Bolsonaro. E pode não ter sido coincidência a "cortesia" ter acontecido poucos dias após a venda de uma Refinaria aos mesmos árabes pela metade do preço.
Com a palavra a PF, que começa a investigar o caso hoje.

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