Novo juiz da Lava Jato vai ouvir Tacla Duran, o terror de Sergio Moro

O novo juiz da Lava Jato Eduardo Appio, da 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba, intimou para depor o advogado Rodrigo Tacla Duran. O depoimento será na próxima segunda, dia 27, por videoconferência, em uma ação penal em que Tacla Duran é réu por lavagem de dinheiro.

Pela primeira vez Tacla Duran será ouvido na 13.ª Vara, porque Sergio Moro, quando estava à frente da Lava Jato se recusou por diversas vezes a ouvi-lo, mesmo Tacla se oferecendo para depor.

E por que Moro não queria ouvir Tacla Duran? Porque o advogado, que trabalhou para a Odebrecht, afirmou que o melhor amigo e padrinho de casamento de Moro, o advogado Carlos Zuzolotto, teria pedido uma propina de US$5 milhões  para amansar o processo da força-tarefa da Lava Jato contra ele. E disse que tinha prova e a apresentaria no depoimento.

Moro se recusou a ouvi-lo, sob alegação de que ele não seria digno de credibilidade.

"É certo que criminosos podem ser ouvidos em juízo (...) Mas, neste caso, normalmente após terem celebrado um acordo de colaboração e assumido o compromisso de dizer a verdade." [Fonte: Sergio Moro na Folha]

Só que Leo Pinheiro, ex-presidente da OAS, que fez a afirmação de que o triplex era de Lula, depôs como réu, sem compromisso de dizer a verdade, e foi sobre esta afirmação de Pinheiro que Moro construiu toda a base de sua sentença [hoje anulada, inclusive por isso]. Quer dizer, para incriminar Lula, pôde; para incriminar seu padrinho e a força-tarefa, não.

Como Moro não quis ouvi-lo, Duran depôs na CPI da JBS e mostrou as provas que tinha de corrupção na força-tarefa da Lava Jato, incriminando o padrinho de Moro.

Aqui, o depoimento de Tacla Duran repercutido na Folha por Mônica Bergamo:

O advogado Rodrigo Tacla Duran, que trabalhou para a Odebrecht, apresentou nesta quinta (30) à CPI da JBS uma perícia para mostrar que as mensagens que ele trocou com o advogado Carlos Zucolotto, amigo e padrinho de casamento do juiz Sergio Moro, são verdadeiras.
Duran apresentou fotos de mensagens trocadas com Zucolotto pelo Wickr, um aplicativo que deleta correspondência automaticamente depois de um curto espaço de tempo.
Ele acusou o advogado de intermediar negociações paralelas dele com a força-tarefa da Operação Lava Jato. 
Zucolotto, que representou o escritório de Duran em ações trabalhistas, nega envolvimento em negociações da Lava Jato.
Diz que nunca falou sobre isso com nenhum integrante da força-tarefa e que jamais trocou mensagens com Duran. Afirma que sequer baixou em seu telefone o aplicativo Wickr.
Duran não faz acusações ao juiz Sergio Moro. O magistrado, no entanto,saiu em defesa do advogado quando a Folha revelou as acusações. Na época, afirmou ser "lamentável que a palavra de um acusado foragido da Justiça brasileira seja utilizada para levantar suspeitas infundadas sobre a atuação da Justiça".
Nas fotos dos diálogos que diz ter mantido com Zucolotto e apresentadas a um perito da Espanha, onde hoje vive, e também à CPI, Duran reclama que os procuradores da Lava Jato, com quem tentava negociar um acordo de colaboração, queriam "contar [sic] em cima um monte de coisas", ou seja, atribuir a ele crimes pelos quais não teria responsabilidade.
Ainda por cima estariam exigindo o pagamento de uma multa de R$ 15 milhões "com base num assunto normal sem crime".
Zucolotto, sempre de acordo com o diálogo fotografado por Duran, teria respondido: "É muita coisa isso. Me dá uns dias que vou fazer contato para que o DD entre nessa negociação".
Em outro trecho, ele repete que vai encontrar "a pessoa por esses dias para melhorar isso com DD". [Quem será este DD? Alguém tem alguma ideia?...]
Ainda segundo as fotos apresentadas à CPI, Zucolotto teria dito que a "ideia" seria diminuir a multa para um terço do valor pedido. Duran pagaria mais um terço de "honorários para poder resolver isso". E teria concluído: "Mas por fora porque tenho que resolver o pessoal que vai ajudar nisso".
Duran afirma que pouco tempo depois recebeu da força-tarefa uma minuta de acordo com as condições que teria discutido com Zucolotto. Ele, no entanto, não teria concordado com os termos. O advogado acabou viajando para a Espanha, país em que tem nacionalidade e hoje vive.

 Os prints de Tacla Duran apresentados à CPI estão aqui neste link

Por isso Moro está indócil, porque além da desmoralização a que já foi submetida a Lava Jato pela Vaza Jato, a confirmação da corrupção de membros da força-tarefa mostra que o objetivo da Operação nunca foi combater a corrupção, mas prender Lula e destruir as grandes empresas de construção civil do Brasil, que estavam tomando mercado das empresas dos EUA; acabar com a lei do pré-sal e privatizar a Petrobras.

O depoimento de Tacla Duran ao novo juiz da Lava Jato pode incriminar de vez o ex-juiz, por isso Tacla Duran é o terror de Sergio Moro.


O Blog do Mello é e vai continuar a ser de livre acesso a todos, e sem propaganda, se quem puder e o achar relevante apoiá-lo com uma assinatura. A partir de R$10

Assine o Blog do Mello



Para receber notificações do Blog do Mello no seu WhatsApp clique aqui
Você vai ser direcionado ao seu aplicativo e aí é só enviar e adicionar o número a seus contatos