Tacla Duran diz que extorsão pela turma de Curitiba vem desde o caso Banestado, também julgado por Moro
Taxa de "proteção" paga a procuradores
O esquema de extorsão envolvendo Sergio Moro e os procuradores de Curitiba vem desde o caso Banestado, do final da década de 1990, também julgado por Moro, afirmou o advogado Rodrigo Tacla Duran, em novo depoimento ao juiz Eduardo Appio, titular da 13ª Vara Federal, de Curitiba.
Ele falou ao juiz na condição de testemunha arrolada pelo ex-vice-presidente do Equador Jorge Glas, que responde a processo em seu país por denuncia encaminhada pela força-tarefa coordenada por Deltan Dallagnol, hoje deputado federal.
Tacla Duran deu detalhes do esquema de venda de proteção existente em Curitiba, desde o caso Banestado.
Ele disse que foi orientado pelo doleiro Wu Yu Sheng, conhecido como "Chinês", a procurar o advogado Marlus Arns, parceiro de Rosângela Moro em ações da Apae e da chamada Máfia das Falências.
O Wu Yu Sheng, segundo ele, pagou 500 mil dólares ao esquema e não foi denunciado por procuradores.
Ele também citou a empresa Perkons S.A., que tem a concessão para explorar serviço de radar de trânsito o Paraná.
A empresa foi citada na delação do operador Adir Assad, que chegou a ser preso. Mas seus diretores não foram investigados, apesar dos detalhes dados por Assad.
Segundo Tacla Duran, a razão é que o advogado da Perkons era Carlos Zucolotto Júnior, padrinho de casamento de Sergio e Rosângela Moro.
Tacla já havia dito em outro depoimento que Zucolotto exigiu 5 milhões de dólares em troca de benefícios em delação premiada.
Ele depositou 612 mil dólares na conta do escritório de Marlus Arns.
Tacla Duran também deu o número de conta bancária no exterior de Antônio Figueiredo Basto, advogado de Alberto Youssef, onde doleiros, segundo ele, depositavam propina desde o caso Banestado.
Segundo ele, uma das remessas foi entregue ao procurador da república Carlos Fernando dos Santos Lima, chamado de decano da Lava Jato e uma espécie de mentor de Deltan Dallagnol.
Fonte: Joaquim de Carvalho, no 247.
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