Para Jornal Nacional acusações contra Arthur Lira de estupro, agressão e corrupção no kit robótica não são notícia

Pesquisei no site do Jornal Nacional o nome do presidente da Câmara Arthur Lira para ver se o JN havia publicado algo sobre as graves denúncias contra ele que surgiram nos últimos dias, desde corrupção a estupro. Confira algumas publicadas aqui no blog:

No entanto, no site do jornal, a mais recente publicação sobre Arthur Lira é de 6 de junho informando do arquivamento de uma denúncia de corrupção passiva de Lira pelo STF. Nenhuma palavra sobre agressão e estupro à ex-mulher nem sobre corrupção no kit robótica.

Só a favor, né, JN? Por quê?


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Mais mortes misteriosas de bilionários pelo mundo. Será que meu livro ELA virou realidade?

Segundo a Forbes, morreram 26 bilionários no ano passado pelo mundo. O número é quase insignificante — 1% de um total de 2.668 bilionários na lista da Forbes publicada em abril de 2022 —, e a maioria morreu de "mortes naturais", se é que podemos chamar natural algo relacionado aos bilionários.

Agora, leio essa manchete de O Globo, que está na imagem, onde se lê que 11 magnatas morreram misteriosamente na Rússia.

A polícia russa abriu um inquérito para apurar as circunstâncias da 11ª morte de um magnata do país desde o ano passado. Desta vez, a investigação é a respeito de Kristina Baikova, a vice-presidente do Loko-Bank, que caiu do 11º andar de um prédio em Moscou, no dia 23 de junho.

A executiva, de 28 anos, é a mais recente de uma série de óbitos misteriosos de pessoas ricas - algumas delas bilionárias. O caso de Kristina se junta a uma série de mortes misteriosas de oligarcas russos, desde o começo de 2022. [O Globo]

Mortes misteriosas de bilionários (nem tão misteriosas assim) acontecem em meu livro ELA, onde um cantor e compositor famoso encontra uma linda mulher, com incrível habilidade com armas, ao mesmo tempo em que uma organização Internacional tem como meta assassinar todos os bilionários do mundo. As duas histórias se cruzam quando ele começa a suspeitar que ELA seja uma das assassinas da organização.

O jornalista, escritor e colunista da Folha de S.Paulo Alvaro Costa e Silva escreveu sobre ELA:

"Gostei muito do ELA. Passei o fim de semana lendo na maior curtição. O início é uma pancada, de ritmo trepidante, como os antigos radialistas que ficavam atrás do gol – e o restante da narrativa segue no mesmo tom. Um pesadelo integralmente vivido e descrito com mão segura mas leve. Diversão de primeira, sem no entanto alienar o leitor da realidade."

Neste link você pode tem diversas opções: fazer uma degustação grátis das primeiras páginas de ELA, comprar o e-book ou o livro impresso. Inclusive a opção de comprar o livro comigo e recebê-lo autografado em casa: https://linktr.ee/blogdomello
 


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Enquanto o Brasil vive a era Lula, São Paulo ainda vive era Bolsonaro

Foi a opção do eleitorado paulista. Ainda que envenenado por farta distribuição de dinheiro público e pela exploração do ódio ao PT nutrido por boa parte da classe média do estado. Mas São Paulo achou que quatro anos de Bolsonaro não foram desgraça suficiente e escolheu continuar vivendo e respirando os ares pestilentos do bolsonarismo com Tarcísio de Freitas. Para isso chegou a votar num "carioca", outro dos ressentimentos paulistas, que acham o "carioca" vagabundo.

E o governo Tarcísio não está decepcionando. Seguindo os passos do "mito" (que hoje vai ficar inelegível e em breve vai morar na Papuda), o governador bolsonarista de São Paulo começou a privatizar tudo. E, agora, para não ficar apenas na face neoliberal radical fascista da economia do bolsonarismo, deu vazão também ao braço ideológico fascista ao batizar com o nome do coronel autoritário e fascista Erasmo Dias da época da ditadura um viaduto na cidade de Paraguaçu Paulista.

Erasmo se notabilizou, como todo fascista, pela invasão violenta e covarde da PUC de São Paulo, quando mais de 900 pessoas foram presas. Professores e funcionários da PUC escreveram uma nota de repúdio, que publico a seguir. 

Moção de repúdio da APROPUC e da AFAPUC

A Associação dos Professores da PUC-SP e a Associação dos Funcionários Administrativos da PUC-SP/Fundasp vêm demonstrar o seu mais veemente repúdio à homenagem que o governador bolsonarista Tarcísio de Freitas referendou, promulgando na quarta-feira, 28/06, o projeto de lei que atribuiu o nome do famigerado coronel Erasmo Dias a um viaduto na cidade de Paraguaçu Paulista, onde Erasmo nasceu.

É inconcebível homenagear-se um eminente fascista que durante a ditadura militar, como secretário de segurança de São Paulo, notabilizou-se pela repressão e tortura física a todos aqueles que erguiam as suas vozes contra o arbítrio.

Na PUC-SP ainda são sentidos os ecos da truculenta invasão do campus Monte Alegre, em 22 de setembro de 1977, que deixou sequelas em diversos estudantes, prendendo e humilhando centenas de alunos, professores e funcionários da universidade.

Naquele momento a PUC-SP, através de sua reitora Nadir Kfouri e de toda comunidade universitária, respondeu à altura à malfadada ação. E hoje, quando expoentes da direita e do fascismo tentam reviver esses momentos, que se constituíram em uma das páginas mais infelizes de nossa história, é preciso que nossa resposta seja clara e contundente:

Nenhuma homenagem a torturadores!
Não ao fascismo!
Ditadura nunca mais!

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Nando Motta e o passo a passo do destino do criminoso


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Lula pode conceder asilo político a Julian Assange

Pelo menos é o desejo expresso de um grupo de jornalistas e intelectuais em carta que será entregue a Lula. O pedido de que o Brasil ofereça asilo a Assange é mais uma forma de pressionar mundialmente a Justiça britânica a não extraditar o jornalista do WikiLeaks para os Estados Unidos.

O documento conta com a assinatura de 2.897 pessoas, dentre as quais o fotógrafo Sebastião Salgado, o jornalista Juca Kfouri, , os pesquisadores da Fiocruz Renato Cordeiro e Alvaro Nascimento, os ex-ministros José Gomes Temporão (Saúde), Sérgio Machado Rezende (Ciência e Tecnologia) e Ana de Hollanda (Cultura), a deputada federal Jandira Feghali (PC do B-RJ) e o neurocientista Sidarta Ribeiro e a jornalista Hildegard Angel, do Brasil 247 e do Instituto Zuzu Angel.

"Diante dos fatos recentes envolvendo a extradição para os EUA —onde Assange poderá ser condenado a até 175 anos de prisão por revelar fatos verdadeiros a respeito daquele país— um conjunto de profissionais, lideranças da sociedade civil e entidades iniciaram um movimento via redes sociais visando construir uma saída humanitária para o caso, hoje acompanhado de perto por toda a comunidade internacional", diz trecho da carta. [247]

Em várias oportunidades Lula tem demonstrado sua posição contrária à extradição e em defesa de Assange. O México já ofereceu asilo e se o Brasil for pelo mesmo caminho vai ficar cada vez mais difícil o Reino Unido sustentar a decisão pela extradição.

A disputa pela opinião pública é a única saída para livrar Assange da garras dos Estados Unidos, que não se conformam com a divulgação de seus crimes de guerra pelo WikiLeaks de Assange.

#FreeAssange

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Nando Motta e o criminoso na boca da caçapa


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Ex-mulher de Arthur Lira mostra recibos de compras de fazendas sonegadas por ele

O machismo estrutural parece que não viu nada demais nas acusações de estupro, socos e ameaças de morte feitas pela ex-mulher de Arthur Lira contra ele. Vamos ver agora com a exibição que Jullyene Lins fez de recibos que comprovariam a compra de pelo menos três fazendas em Pernambuco, que são sonegadas por Lira. São contratos de gaveta, que estavam no cofre da casa e que a ex-mulher xerocou e reconheceu firma.

Confira no vídeo, que é trecho de ICL Notícias, reportagem de Heloísa Vilela com Jullyene.


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Um motorista levou à cassação de um presidente alagoano (Collor) e pode levar à de outro (Arthur Lira)

Em 1992, o então presidente Fernando Collor caiu graças ao depoimento de um motorista, Eriberto França. Eriberto revelou que PC (Paulo Cesar Farias) bancava as despesas da família do presidente, como a compra de um Fiat Elba e a famosa reforma na Casa da Dinda, um imóvel particular transformado em residência oficial. [Fonte]

Collor é alagoano. E agora outro alagoano e presidente (só que da Câmara) pode cair graças ao depoimento e, principalmente, ao conteúdo do telefone celular de um motorista, Wanderson Ribeiro Josino de Jesus. 

Wanderson presta serviço há cinco anos para o ex-assessor parlamentar Luciano Cavalcante, homem de confiança do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e alvo de uma investigação da Polícia Federal sobre suposta fraude na compra de kits de robótica para escolas de Alagoas.

Ele revelou ao repórter Reynaldo Turollo Jr. o que teria afirmado à PF, que fazia pagamentos ordenados pelo chefe e que anotava tudo no papel para não se esquecer. Há 11 citações do nome Arthur em suas anotações, com valores diversos, que, somados, chegam a R$650 mil.

Segundo relatório da PF, o motorista afirmou a agentes da PF que as anotações eram "pagamentos que realiza a mando de Luciano (Cavalcante)".

— "Tem que pagar aluguel, tem que pagar isso". Eu que pago. Sou prestador de serviço. Tem áudio (no celular apreendido pela PF), tem tudo (sic). “Anota isso aqui.” Então, não tem como dizer que eu que fui lá e paguei (por minha conta). Porque ele (Cavalcante) fala “Isso é Arthur, é Arthur”. Eu não sei se é Arthur Lira — afirmou Wanderson, acrescentando: — Eu nunca apaguei conversa minha com o Luciano, porque às vezes “anota isso, anota aquilo”. Aí eu anoto.[O Globo]


Collor caiu porque o motorista Eriberto disse que PC Farias pagava as contas do presidente. Agora, o motorista Wanderson diz que Luciano Cavalcante pagava as contas de Arthur. 

Será o Lira? Qual a origem do dinheiro? O telefone celular do motorista, que afirma ter tudo gravado, pode responder a essas perguntas, e aí talvez a história de um motorista derrubar um presidente alagoano se repita.


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Aroeira e o atoleiro de Arthur Lira


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Quem será o 'Arthur', flagrado por propinas de R$650 mil, que fez investigação da PF subir para o STF por ter foro privilegiado?

Ele se chama Arthur, com th, como Arthur Lira, o presidente da Câmara. A ele foram endereçados em remessas diversas um total de R$650 mil, segundo descoberta da Polícia Federal em investigação sobre desvios do kit robótica, do governo Bolsonaro.

Entre as despesas pagas ao tal Arthur, consta a de uma diária num hotel de luxo em São Paulo, no valor exato e no dia exato em que o presidente da Câmara esteve hospedado naquele hotel.

Os documentos foram apreendidos em operação da PF em um endereço de Luciano Cavalcante, auxiliar de Arthur Lira. Luciano Cavalcante estava lotado na Liderança do PP na Câmara e é conhecido em Brasília como uma das pessoas de maior confiança de Arthur Lira. Ele foi exonerado após a operação de busca e apreensão no âmbito da investigação em contratos de kit robótica. [247]

A partir daí, a PF enviou o caso para o STF, porque se o Arthur for o Arthur Lira (como pelo visto suspeita a PF), ele tem prerrogativa de foro e o STF é quem passa a comandar o caso.

Adversário político de Lira, o senador Renan Calheiros comemorou:

— O Rei Arthur está nu!

Reportagem da Revista Piauí, que foi quem primeiro levantou o caso, é devastadora sobre quem é, quase que com certeza o Arthur. É muita orelha de porco, rabo de porco, toucinho, costela de porco, linguiça de porco para dar a certeza de que ou é Arthur Lira ou o presidente da Câmara.

Vamos ter noção agora do real poder de Arthur. Seja como for, seu enfraquecimento (e, logo, do Centrão) é um bem para o Brasil.

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Céllus e uma conversa no portal do inferno


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Por que a 'grande mídia' não publica denúncia da ex-mulher de Arthur Lira de que ele a estuprou, agrediu e ameaçou de morte?

É um mistério. Uma denúncia de extrema gravidade contra o presidente da Câmara Arthur Lira feita por sua ex-mulher de que teria sido estuprada, agredida e ameaçada de morte por ele, publicada num site que pratica jornalismo sério — a Agência Pública —, não merece as primeiras páginas dos jornais nem as manchetes dos principais telejornais. Por quê?

Não é uma denúncia vazia, da boca pra fora. Há documentos oficiais, boletins de ocorrência na delegacia, que comprovam as acusações. A denunciante, Jullyene Lins, foi casada durante 10 anos com Lira, é mãe de filhos dele, mas nada disso faz a chamada grande mídia se mover para dar voz às denúncias. Por quê?

O próprio fato de todas essas acusações (exceto a de estupro, revelada somente agora para a Pública) serem feitas há muito tempo sem consequência alguma para Lira, diz muito do poder desse homem e do machismo estrutural da nossa sociedade.

A "grande mídia" que deu destaque à compra por Janja de uma gravata de grife para Lula, com o dinheiro dela, nada comenta não apenas sobre as acusações, mas também sobre a impunidade e os meandros da Justiça que tornam essa impunidade possível, especialmente se o acusado de crime é poderoso e homem — exceto se esse home for o Lula, claro.

A diretora-executiva da Pública, Marina Amaral, denuncia o "manto de silêncio" que cobre assuntos dos poderosos. Marina Amaral é uma jornalista de quem já publiquei textos aqui, inclusive um no primeiro ano do blog, em 11 de junho de 2005, há 18 anos, com o título "Como se constroem as notícias", que continua atual e cuja leitura recomendo.

Publico a seguir o texto de Marina Amaral sobre as acusações contra Lira, com link para a completa reportagem de Alice Maciel na Pública.

Colarinhos brancos, punhos sujos

Não são apenas crimes de colarinho branco que recaem sobre alguns parlamentares do Congresso Nacional. Para além da malversação de verbas públicas, com emendas direcionadas para aliados políticos, orçamentos secretos e propinas de lobistas, nosso representante máximo do Centrão – e presidente da Câmara dos Deputados –, Arthur Lira, prova que até acusações de crimes hediondos, como o estupro, são toleradas, sob um manto de silêncio, a depender da força do suspeito.

“Aconteceu uma coisa que eu nunca contei a ninguém, ele disse pra mim: ‘Você está atrás de macho, eu vou lhe mostrar quem é o homem’. Ele me puxava pelo cabelo e dizia: ‘O homem aqui… você é minha mulher, você não vai ter outro homem, você é minha, você é a mãe dos meus filhos. Você quer me desmoralizar, vamos lá para o quarto agora que eu vou te mostrar quem é o homem aqui, você não quer isso? Você não está querendo? Atrás de homem pra quê? Pra fuder? Então vou lhe mostrar agora.” Foi quando o deputado Arthur Lira a teria puxado pelo cabelo e a violentado. 

A cena chocante, que teria ocorrido em 5 de novembro de 2006, foi narrada pela ex-mulher de Lira, Jullyene Lins, à repórter Alice Maciel, que investigava a história desde o ano passado, quando revelou que Arthur Lira só havia reconhecido a paternidade de uma filha com doença rara, nascida fora do casamento com Jullyene, depois que a mãe entrou na Justiça por não ter recursos para pagar o medicamento da menina, então com 7 anos. Àquela altura, Jullyene, que foi casada dez anos com Lira, já havia dito à imprensa que ele a tinha espancado, com socos e pontapés, naquele 5 de novembro, e que depois a havia ameaçado de morte por ela ter denunciado a violência doméstica que sofria à polícia. 

Não havia, porém, falado da acusação de estupro, o que só fez agora, na reportagem publicada nesta quarta-feira, depois de estabelecida a confiança com a jornalista da Pública, mais de um ano depois do primeiro contato. “Eu aguentei isso esse tempo todo, eu guardei por 17 anos isso por conta dos meus filhos, por conta da minha família, a vergonha também, a gente se sente um lixo. Eu estou falando isso agora porque preciso tirar esse peso das minhas costas, não é para denegrir [sic] a imagem dele”, disse Jullyene ao revelar o alegado estupro.    

Mas a repórter Alice Maciel fez mais do que trazer as acusações de violência sexual narradas por Jullyene. Ela se debruçou sobre o processo judicial embasado na Lei Maria da Penha, movido a partir do inquérito policial aberto com o Boletim de Ocorrência lavrado por Jullyene na noite das agressões, em 2006. O BO foi publicado na reportagem, assim como o laudo de exame de corpo de delito, obtido pela repórter, que constatou “ofensa à integridade corporal ou à saúde do paciente” com “instrumento contundente”, oito hematomas nas regiões da lombar, glúteos, coxas, antebraços e pernas. 

O laudo do IML foi definitivo, assim como os depoimentos da mãe e do irmão de Jullyene e de duas funcionárias da casa, confirmando a agressão, para a delegada Fabiana Leão Ferreira indiciar Arthur Lira em agosto de 2007: “O exame de corpo de delito foi a prova material robusta, técnica, isenta de qualquer julgamento. Eu tinha prova material, era inequívoca, as testemunhas falavam de forma coerente, contavam a narrativa, os depoimentos eram verossímeis com o fato”, reafirmou 16 anos depois à Pública.

O processo, porém, levou nove anos para ir a julgamento, o que só ocorreu em setembro de 2015 no STF. Naquele momento, o deputado estadual que Jullyene havia denunciado em 2006 já tinha foro privilegiado, como deputado federal de segundo mandato. Também já era visto como homem de prestígio nos círculos do poder. Foi inocentado por prescrição e falta de provas, já que no decorrer do processo as testemunhas – e a própria Jullyene – voltaram atrás em seus depoimentos. O motivo: medo. Em 2008, Lira chegou a ser preso por coação no curso do processo, meses depois de o elo mais frágil – a babá que ouviu os gritos, viu o estado deplorável de Jullyene e chamou a mãe dela para socorrê-la – já ter voltado atrás no depoimento prestado à polícia. Alice tentou falar com a babá, como fez com peritos, policiais e testemunhas, mas foi alertada por pessoas próximas de que ela não falaria por ter muito medo. Já a retratação de Julyenne, abandonada por seu advogado depois que a esposa dele foi contratada pelo gabinete de Lira, pode ser resumida em uma palavra: medo, mais uma vez. Ao ameaçá-la para obrigá-la a retirar a denúncia, o atual presidente da Câmara lhe teria dito: “Onde não há corpo, não há crime”, contou à repórter da Pública.

Lira não quis comentar as denúncias. Na reportagem do ano passado, sobre a filha doente que abandonou, ele se pronunciou: “Eu não tenho nada para falar, sou uma pessoa normal, que segue a minha vida, trabalhando e fazendo as minhas coisas. Sem falar que minha vida pessoal não diz respeito a ninguém”, afirmou. 

O deputado, tão cioso dos privilégios do cargo que ocupa, parece não ter consciência de sua responsabilidade como homem público nem do impacto social negativo que sua atitude e impunidade projetam em um país em que é corriqueiro o abandono dos filhos pelos pais e a violência física/sexual atinge mais de um terço das mulheres. 

Tendo a decisão do STF como escudo, tenta passar a borracha na história, sob a cumplicidade de todos os que se calam agora diante dos documentos e fatos gravíssimos revelados pela Pública. Entre eles, deputadas e deputados de A a Z – ou do Psol ao PL – e, inexplicavelmente, a imprensa tradicional, que não repercutiu a reportagem mesmo se tratando de suposto crime cometido pelo presidente da Câmara, o que seria um comportamento inadmissível por parte da mídia em qualquer país democrático. 

Meus parabéns à repórter Alice Maciel e a seu editor, Thiago Domenici, diretor da sucursal da Pública em Brasília, que persistiram juntos, com a mesma coragem, na apuração e revelação dessa história tão sintomática deste país de desigualdades e privilégios e tão inspiradora para os que acreditam no jornalismo independente de interesse público.

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'Este homem, podre por dentro e por fora, nunca foi capaz de um só ato bom ou desinteressado na vida'. Quem é este homem?

Me enviaram o texto a seguir e eu estou pedindo a ajuda de vocês para identificar de quem está falando o pastor Jeová Rodrigues no site Ceilândia em Alerta.

A publicação é de 2020. Ele ainda está solto? Alguém sabe quem é o homem descrito neste texto?

Este homem, podre por dentro e por fora, nunca foi capaz de um só ato bom ou desinteressado na vida, jamais pronunciou uma palavra que não viesse embebida em cuspe de ódio, ressentimento e mentira, sua voz traz o hálito da morte e do desrespeito humano, foi um militar perigoso e suspeito nas palavras até do Presidente Geisel, foi o pior e mais vagabundo parlamentar de todos os tempos do Congresso Nacional, pratica tráfico de influência, prega violência, tortura, racismo, homofobia, desrespeito à lei, incentiva a insensatez, trabalha para que a pandemia faça o maior número possível de mortos, diminuiu direitos dos trabalhadores, ajuda os ricos prodigamente, pratica nepotismo, transformou os filhos que Deus lhe deu em monstros iguais a ele mesmo, instrumentaliza o estado, interfere em investigações, sonha com uma nova ditadura, fala em Guerra Civil, disseminou discórdias nas famílias, separou irmãos, incentivou os seguidores a cometerem crime, não realizou uma única benfeitoria desde que assumiu, agride mulheres e jornalistas, gera uma crise por dia, afasta investidores externos por medo de sua destemperança e loucura, controla um “Gabinete do Ódio”, cerca-se da escória mais incompetente como Weintraub, Damares e um chanceler que é uma piada internacional, para se segurar no poder, associou-se a todos os sabidos ladrões da política, distribui Fake News a rodo, mente em cada frase, não tem um só bom sentimento no peito, escandaliza as pessoas sensatas, promove a destruição da natureza, tem uma boca imunda como todo o Brasil viu, parou a ciência e a cultura em prol de um projeto de recuo civilizatório e desinformação, não se comporta à altura do cargo, é repudiado por pensadores, professores, artistas, cientistas, pela CNBB, pelo Papa, por diversas igrejas evangélicas sérias, suborna órgãos de imprensa para se calarem sobre a verdade dando cargos na administração e destruindo a paz social, só é seguido por pessoas evidentemente doentes e descontroladas. Então, se vc se identifica com essa pessoa, tenha ao menos a decência de nunca dizer que segue a Cristo e que ama este país, nem em toda a sua loucura e delírio, você pode acreditar de fato nisso.

Se ninguém mais o fizesse, estas palavras ficariam como minhas acusações a este homem diante do tribunal supremo do Universo. Eu o acuso.


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