100 anos da mãe do velho que ainda carrega água na peneira

Hoje minha mãe faria 100 anos. Não conto a história dela — só um pouquinho e de vez em quando — porque ela era discretíssima, dos bastidores e não do proscênio.

O filme da vida dela era "An affair to Remember" (Tarde demais para esquecer, no Brasil), que ela viu uma vez na vida e a marcou para sempre. Resumidamente, um casal se encontra num cruzeiro, se apaixona, mas ambos têm outros compromissos, o que os leva a marcarem um encontro para dali a seis meses no alto do Empire State. Ele vai. Ela não. Somente ao final sabemos o motivo.

Esse, em resumo também, foi o filme da vida de minha mãe. Criança, adorava a escola, mas teve que sair para trabalhar na fábrica de tecidos — aquela dos Três Apitos, de Noel Rosa.

Na fábrica, fez amizades, viveu a agitação política. Foi a um inesquecível para ela comício do Cavaleiro da Esperança, o lendário Luis Carlos Prestes. Mas teve que sair da fábrica para ajudar em casa nas tarefas domésticas, já que a irmã mais velha se casara.

Até que mais à frente se casou ela também e teve filhos, entre eles eu. E sua vida passou a ser as dos filhos. 

Minha mãe sempre me incentivou em minhas maluquices, mas, quando me via escrevendo na sala de casa, no papel e caneta (não havia computadores naquela época, vocês acreditam?), altas horas da madrugada, falava "meu filho, você ainda está aí? Vá dormir. A gente não deve se aprofundar em nada". 

Conselho que trago comigo até hoje. Sou um especialista em generalidades, nadador de águas rasas. Acho que graças aos conselhos dela. Outros acham que é culpa do meu signo, Gêmeos.

Mas minha mãe comprou meu primeiro gravador cassete (pesquisem). Um violão, quando imaginei que poderia ser músico — tarefa que deleguei a meus amigos. Até hoje tenho mais amigos músicos que escritores. Tanto que durante muito tempo as pessoas achavam que eu era músico. Houve até uma noite numa casa noturna do Leblon em que eu... Mas isso é uma outra história. Um dia conto.

Minha mãe comprou também minha primeira máquina de escrever, uma Olivetti Lettera 22, que só aposentei muitos anos depois com o PC.

Aqui entra a razão do título. Quando li pela primeira vez o poema de Manoel de Barros "O menino que carregava água na peneira", vi ali a minha história com minha mãe.

O menino que carregava água na peneira

Tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino
que carregava água na peneira.

A mãe disse que carregar água na peneira
era o mesmo que roubar um vento e
sair correndo com ele para mostrar aos irmãos.

A mãe disse que era o mesmo
que catar espinhos na água.
O mesmo que criar peixes no bolso.

O menino era ligado em despropósitos.
Quis montar os alicerces
de uma casa sobre orvalhos.

A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio, do que do cheio.
Falava que vazios são maiores e até infinitos.

Com o tempo aquele menino
que era cismado e esquisito,
porque gostava de carregar água na peneira.

Com o tempo descobriu que
escrever seria o mesmo
que carregar água na peneira.

No escrever o menino viu
que era capaz de ser noviça,
monge ou mendigo ao mesmo tempo.

O menino aprendeu a usar as palavras.
Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.
E começou a fazer peraltagens.

Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.
O menino fazia prodígios.
Até fez uma pedra dar flor.

A mãe reparava o menino com ternura.
A mãe falou: Meu filho você vai ser poeta!
Você vai carregar água na peneira a vida toda.

Você vai encher os vazios
com as suas peraltagens,
e algumas pessoas vão te amar por seus despropósitos!

Não virei poeta, os mestres mais profundos da Literatura, como Manoel de Barros. Como disse, sou de águas rasas. Mas escrevo e publico meus livros, muito porque aquela menina teve que sair da escola, da fábrica, perder o encontro no Empire State da vida para dedicar sua vida à dos filhos.

Minha mãe, que hoje faria 100 anos. E eu com ela entre as mãos escorrendo entre os dedos que a digitam no PC. 

— Feliz aniversário!


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Céllus e o Centrão negociando


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Federação que representa mais de 600 mil jornalistas em todo o mundo, apela à libertação imediata de Assange

A Federação Internacional de Jornalistas, que representa mais de 600 mil jornalistas em todo o mundo, escreveu um apelo pedindo a libertação imediata de Julian Assange.

Na nota,  a FIG critica a violação a Assange e ao direito da população de ser informada daquilo que os governos, especialmente o governo dos Estados Unidos, tentam esconder. 

A nota, na íntegra: 

A Federação Internacional de Jornalistas (FIG) está seriamente preocupada com o impacto da continuação da detenção de Assange na liberdade dos meios de comunicação social e nos direitos de todos os jornalistas em todo o mundo. A perseguição a Assange pelos EUA vai contra o direito dos cidadãos de saber e representa uma séria ameaça aos princípios fundamentais da democracia, que são cada vez mais frágeis em todo o mundo. Independentemente das opiniões pessoais sobre Assange, a sua extradição representará uma ameaça à liberdade de imprensa e de informação.

O caso estabelece o perigoso precedente de que os governos podem perseguir jornalistas em qualquer parte do mundo por publicarem informações de interesse público.

O Wikileaks recebeu o Prêmio Walkley de Contribuição Mais Notável ao Jornalismo em 2011, um prêmio anual para premiar a excelência no jornalismo australiano, em reconhecimento ao impacto do trabalho do Wikileaks no jornalismo de interesse público, permitindo que denunciantes contem suas histórias. Desde então, os denunciantes têm sido utilizados por outros meios de comunicação para revelar sistemas de evasão fiscal em todo o mundo, entre outras histórias.

A sentença de Chelsea Manning, que colaborou com Assange na publicação do polêmico material, foi comutada pelo presidente Barack Obama. Nenhum dos meios de comunicação associados ao WikiLeaks foi acusado em qualquer processo judicial do governo dos EUA pela sua colaboração com Assange. Para além das graves implicações para a liberdade de imprensa, também não existe nenhum critério legal para a extradição e acusação contra Assange.

A FIJ apela ao governo dos EUA para retirar todas as acusações contra Julian Assange e permitir-lhe regressar ao seu país para estar com a sua esposa e filhos. A FIJ também apela aos sindicatos de jornalistas, às organizações de defesa da liberdade de imprensa e aos jornalistas de todo o mundo para que instem os seus governos a agir para garantir a libertação de Assange. #FreeAssangeNOW


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Benett e os conservadores de batom


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Faltou a Rosa Weber pedir desculpas a Lula e Dirceu, e agradecer a confiança de Dilma, que a indicou

Em seu discurso de despedida do Supremo Tribunal Federal, já que se aposenta nos próximos dias, a ministra Rosa Weber pôs em destaque fatos relevantes de sua última passagem como presidente do Tribunal, especialmente seu forte posicionamento contra os golpistas de 8 de janeiro:

“A tormenta que se abateu sobre esse Supremo Tribunal Federal em 8 de janeiro, o dia da infâmia, em que pela primeira vez na história dessa quase bicentenária Casa de Justiça, ela foi invadida e depredada, juntamente com o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto. Dia sombrio de nossa democracia, o 8 de janeiro não há de ser esquecido, para que, preservando-se a memória institucional, jamais se repita”, declarou.

No entanto, faltou a Rosa Weber a grandeza de render-se a trechos do Poema em Linha Reta, de Álvaro de Campos/Fernando Pessoa:

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!

A ministra poderia lembrar de votos anteriores e pedir desculpas a Lula e Dirceu e, por tabela, ao Brasil, por exemplo.

Desculpas a Dirceu, que ela condenou sem provas, como afirmou em sua sentença: “É certo que não há provas contra José Dirceu, mas a literatura jurídica me autoriza a condená-lo mesmo assim”.

Pedir desculpas também a Lula, por ter negado um HC em 2018, com o STF acocorado pelas ameaças do comandante do Exército na época, general Vilas Boas, um voto amalucado como as pernas trocadas de Jânio Quadros, em que a ministra "reconheceu ser inconstitucional executar a pena de um réu antes do trânsito em julgado, mas denegou o HC para compor maioria a favor da prisão imediata do ex-presidente". Ou seja, era inconstitucional, mas contra Lula podia.

Com 6 a 5 contra Lula, ele não pôde correr o Brasil e fazer campanha para Haddad contra o criminoso inelegível, o que certamente traria um outro resultado à eleição de 2018 e a História do Brasil seria inteiramente outra. Portanto, ministra, faltou também esse pedido de desculpas ao Brasil.

E, por último, faltou a Rosa Weber agradecer à presidenta Dilma, que a indicou ao STF, e tornou possível não apenas esses fatos de que a ministra não se desculpou, mas a grandeza de seu último mandato à frente do STF, de que se enalteceu com razão.

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Lafa desenhando para os que ainda não entenderam


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Filme conta história real do homem que tentou jogar um avião lotado em cima do Sarney

Estreia ainda este ano no Brasil o filme “O Sequestro do Voo 375”, que conta a história muito louca, e impensável nos dias de hoje, de um homem que conseguiu entrar armado num avião, atirar num comissário e na porta da cabine até que ela fosse aberta e ele desse o comando de sequestro. O homem então ordenou ao comandante que desviasse a rota para Brasília. Seu objetivo: jogar o avião lotado em cima da cabeça do presidente Sarney no Palácio do Planalto.

O homem que queria matar Sarney se chamava Raimundo Nonato Alves da Conceição. Maranhense, ele embarcou no voo 375 no aeroporto de Confins, em Belo Horizonte. 

Após sequestrar o avião, ele contou que queria matar Sarney porque o considerava culpado por seu desemprego e pela situação geral do país, com inflação a quase 18% ao mês (aumentaria muito mais, mas isso é outra história).

Convencido pelo comandante Fernando Murilo de Lima e Silva, Raimundo Nonato desistiu de lançar o avião sobre Sarney, mas queria que o pouso fosse em São Paulo. O comandante avisou que não teriam combustível suficiente, mas o sequestrador se mostrava intransigente.

Com pouco combustível, um dos motores do 737 da VASP começou a falhar. Foi neste momento que o comandante Murilo, já quase sem opções, decidiu realizar uma série de manobras acrobáticas nunca antes realizadas com um avião daquele porte repleto de passageiros no intuito de desequilibrar o sequestrador. A estratégia funcionou e Raimundo acabou caindo na cabine, embora tenha conseguido manter em punho seu revólver. No entanto, o piloto teve tempo suficiente para aterrissar o jato no aeroporto de Goiânia, onde o sequestro e as negociações continuaram por várias horas.

O filme é dirigido por Marcus Baldini e tem no elenco Jorge Paz, que interpreta o sequestrador Raimundo Nonato Alves da Conceição, e Danilo Grangheia, no papel do comandante Fernando Murilo de Lima e Silva. Também atuam no filme Arianne Botelho, César Mello, Gabriel Godoy, Juliana Alves e Roberta Gualda. [Airway]

Assista ao trailer de “O Sequestro do Voo 375”.



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Folha quer transformar Janja na Yoko Ono do governo Lula

Não é só ela, mas é principalmente ela: a Folha tenta desde o início do governo Lula alimentar futrica, intriga, tudo para criar um clima de mal estar entre Janja e o PT e ministros do governo Lula. O objetivo é transformá-la numa espécie de Yoko Ono, que sofria ataques terríveis dos beatlemaníacos, como se fosse uma bruxa que estava acabando com os Beatles, quando a realidade era bem diversa, como publiquei aqui numa entrevista com John Lennon.

A mais recente intriga dá a entender que Lula desmarcou a ida de vários ministros do governo ao Rio Grande do Sul ontem para que Janja possa ir junto com eles representando o governo.

Curioso é que a intriga vendida no título e nas chamadas é desmentida na própria reportagem, que reproduz tweet de Lula:

"A viagem, que é dos ministros, foi adiada porque recebo na quarta-feira o governador @EduardoLeite_, para discutir o apoio ao estado e seria deselegante os ministros visitarem o estado com o governador gaúcho em Brasília", escreveu.

Claro e cristalino. Como ministros iriam ao RS no mesmo momento em que o governador daquele estado visitava o governo em Brasília?

Isso bastaria para derrubar a matéria. Mas como o objetivo é intrigar, o texto segue cheio de ilações:

"os membros do governo foram pegos de surpresa com a ordem de Lula para que viagem fosse adiada porque havia decidido que a primeira-dama iria acompanhar a comitiva (sic)"

"O protagonismo de Janja no governo é alvo recorrente de críticas de aliados do mandatário"

"Agora, na leitura de integrantes do Palácio do Planalto, o petista mandou mais um recado aos correligionários de que sua mulher seguirá no centro dos principais acontecimentos do governo"

Esse tipo de comportamento da Folha vem do início do governo, quando ao que parece a direção do jornal, que publica matéria paga da prefeitura de São Paulo como se fosse reportagem própria, decidiu que deveria usar Janja como uma Yoo Ono para dividir o governo Lula.

Em fevereiro, a Folha publicou uma matéria com o seguinte título:

"Janja não comparece a aniversário do PT, se recolhe nas redes sociais e alimenta rumores"

Assim como na de agora, no corpo da matéria da época estava desmentida a intriga:

Segundo sua assessoria, Janja está fazendo um tratamento oftalmológico. Na segunda [dia do evento de aniversário do PT (sic)], fez exames que exigiram dilatação de pupila e não se recuperou a tempo de chegar ao evento. Ainda segundo a assessoria, foi recomendado um repouso de 48 horas em decorrência do tratamento.
Essa informação derrubaria título e matéria, mas, aí, como alimentar rumores, especialmente em quem só lê os títulos das matérias e/ou postagens?

Mas a Folha da ditabranda, dos carros emprestados para a ditadura, da ficha falsa de Dilma na primeira página; a Folha que demitiu uma jornalista, Rose Nogueira, por abandono de emprego, quando sabia que ela estava presa pela ditadura; a Folha segue tentando.

Porque a Folha e a mídia corporativa não querem um governo popular, que trabalhe para combater as desigualdades e a fome. Querem um governo do mercado, para o mercado, pelo mercado.

Os ataques a Janja visam atingir Lula e o coração (no sentido mais amplo) de seu governo.

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Ataques a Anielle Franco agora, a Benedita em 2003 e a Orlando Silva em 2008 têm uma mesma origem: racismo

A ministra da Igualdade Racial Anielle Franco foi acusada nas manchetes de usar jato da FAB para assistir à final da Copa do Brasil entre São Paulo e Flamengo no Morumbi. 

Quem só lê as manchetes e chamadas da mídia corporativa (a imensa maioria das pessoas, que a única coisa que abrem para ler é cardápio de bar e restaurante, e muitos nem isso) tratou logo de "denunciar o abuso", quando o que houve foi uma viagem oficial para assinar um protocolo de ações antirracistas com a CBF, com a presença inclusive de outros ministros do governo.

Mas o ataque a Anielle tem origem tripla: por ser mulher, negra e irmã de Marielle.

Esse ataque me lembrou um outro, a Benedita da Silva em 2003. Benedita era ministra da Previdência no primeiro governo do presidente Lula, quando viajou à Argentina para encontros oficiais, mas também para um encontro religioso (a deputada é evangélica) e foi duramente atacada por isso.

Como o cargo dela estava na mira de muita gente, e o racismo estrutural na sociedade brasileira é violento, ela acabou não resistindo e saindo do ministério. O que foi uma tremenda injustiça. Benedita da Silva foi uma das principais responsáveis pela vitória de Lula naquela eleição. Trabalhei na comunicação da campanha dela junto com uma equipe do Duda Mendonça e sei que ela colocou a eleição de Lula à frente de sua campanha à reeleição ao governo do Rio. 

Um outro ministro de Lula, Orlando Silva, também sofreu um forte ataque por ter comprado, por engano, uma tapioca de R$8,90 com o cartão corporativo. Foi em 2007, mas o "escândalo da tapioca" estourou em 2008, sem levar em conta que o próprio ministro já havia percebido o engano em 2007 e o corrigido, devolvendo o valor à União.

Veja bem: não foi passear de jet ski no Guarujá, nem fazer motociata pagando gasolina e lanche para centenas de pessoas com o cartão corporativo, como fez o criminoso inelegível. Foi uma tapioca de R$8,90...e que já havia sido quitada antes do "escândalo".

O que têm em comum os três ministros, além de ser ou terem sido ministros de Lula? Todos são negros. Benedita e Anielle ainda com o "agravante" de serem mulheres.

Por isso é bom a gente sempre desconfiar ao ler essas denúncias de um aparente escândalo e ver o que pode estar por trás dela. Muitas vezes está ali incrustada a peçonha do racismo.


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Jorge, o Mau, desenhando para quem ainda não entendeu


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Aniversário de Gal Costa hoje! Viva Gal! Enquanto houver Marina Sena, tudo legal

Hoje, Gal Costa faria 78 anos. Só quem viveu, ouviu, viu Gal, sabe o que ela foi, é e será. 

Mas Gal, a Gal mítica, foi forjada lá atrás, com o repertório, a voz e o comportamento de Gal nos primeiros anos de sua carreira.

Recentemente, no The Town, uma cantora, fanzaça assumida de Gal, Marina Sena, serviu à plateia embasbacada o repertório finíssimo de Gal, que muitos ouviram e viram na performance de Marina Sena pela primeira vez.

Foi um karaokê gigante em homenagem a Gal. E Gal voltou a ser assunto. Voltou-se a comentar que maravilhoso repertório, que músicas incríveis.

Parabéns a Marina Sena por fugir do trivial e servir o repertório fino de Gal. E não importa se não canta igual (nem é a pretensão dela), eu amo igual. Porque, como diz a própria canção:

Meu nome é Gal
E não faz mal
Que ele não seja branco, não tenha cultura
De qualquer altura eu amo igual

Meu nome é Gal
E tanto fazQue ele tenha defeito ou traga no peitoCrença ou tradição
Meu nome é GalE eu amo igualAh, meu nome é Gal
 
Aqui, Marina Sena com Gal, que peguei lá do perfil da Marina no Instagram.
 
Mais na frente, a incrível performance de Gal com meu amigo, o incrível guitarrista Victor Biglione, num duelo inesquecível, que Marina homenageou em seu show.




Aqui, Gal e Victor Biglione, guitarra e voz.



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Laerte e a nova nobreza


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Jorge, o Mau e o outro lado de nossa imprensa


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