O novo presidente da Argentina, Javier Milei, eleito no último domingo, chocou o país em junho do ano passado, quando numa entrevista à Rádio Mitre, declarou ser favorável ao mercado de órgãos humanos.
"É só mais um mercado, você poderia pensar nisso como um mercado. Por que tudo tem que ser regulamentado pelo Estado? Há estudos feitos nos Estados Unidos que dizem que se você deixasse esses mercados livres eles funcionariam muito melhor e você teria menos problemas. É uma decisão de cada um. Por que não posso decidir sobre meu corpo? Minha primeira propriedade é meu corpo. Por que não poderei dispor do meu corpo? O Estado não tem meu corpo?"
O comércio de órgãos humanos é ilegal em quase todos os países do mundo. Uma exceção é o Irã, onde a venda de rins é legal.
O apresentador do programa disse a Milei que tinha problema crônico nos rins e que alguém lhe sugeriu que comprasse um na Bolívia [de modo ilegal], o que ele negou fazer, com horror, por não querer explorar a situação difícil na vida de uma pessoa para lhe extrair um órgão.
“Se você não comprar o órgão que ele precisa vender por causa da fome, aí ele acaba morrendo de fome, então ele não vai nem ter vida. É uma questão de decisão do indivíduo . Por que é tão difícil pensar em liberdade? Quem sou eu para entrar no corpo de outra pessoa? Quem decidiu lhe vender o órgão, como isso afetou a vida dos outros? Como afetou a liberdade dos outros? Por que temos que ter tanto amor pela intervenção a ponto de não permitir que as pessoas vivam suas vidas como querem?"
Será que em breve teremos argentinos ofertando órgãos pela internet?