Palestinos 'mortos'; israelenses 'assassinados'. Prossegue a manipulação midiática

Dizem que a primeira vítima de uma guerra é a verdade. Mesmo quando a guerra não é uma guerra, mas o massacre palestino em Gaza. E para esconder a verdade é que a mídia manipula as notícias.

A primeira e principal manipulação midiática é chamar de guerra o assassinato de uma população civil, desarmada, incluindo aí mulheres e crianças, por uma das Forças Armadas mais bem treinadas e armadas do planeta, inclusive com armas nucleares. Não é uma guerra, é um massacre.

Assim como há o massacre midiático, que mesmo ao expor números de mortos e feridos chama os mortos palestinos de mortos, apenas. Já os israelenses foram "assassinados".

Mortes palestinas são aquelas normais que acontecem e acontecerão a todos nós, que um dia morreremos. As deles, por um acaso (?) ocorreram agora. Já os israelenses não. Eles foram "assassinados". Ou seja, ainda teriam uma vida inteira pela frente, mas foram barbaramente mortos pelos terroristas do Hamas. Por isso, e somente por isso, Israel estaria, não atacando, mas respondendo à ofensa, "defendendo seu povo para que não sofra novo ataque do Hamas".

Esquecem de dizer que toda a terra ocupada por Israel foi tomada da Palestina. Ou por decreto, na criação do estado de Israel. Ou em guerras ou massacres "preventivos" ou "em resposta", como o de agora. 

Israel ocupa militarmente cada vez mais terras palestinas e depois distribui a seus colonos. Gente de toda parte do mundo, que, apenas por ser judeu, tem direito de expulsar palestinos de suas casas e terras e ocupá-las, porque está na Bíblia, que Deus teria dado aquela terra a eles.

Mas para que tudo isso seja feito, para que o massacre, o genocídio aconteça, é preciso que a opinião pública mundial não chame o que acontece de massacre ou genocídio, mas de "direito de defesa de Israel". Não chame ataque a hospitais, escolas, ambulâncias, assassinatos de doentes, idosos e crianças de massacre, mas de efeito colateral, porque os terroristas do Hamas estão em toda parte e é preciso que "morram" (porque não são assassinados) para defender Israel.

A primeira vítima das guerras é a verdade porque é conveniente que assim seja, para os que defendem o "direito a defesa" de Israel e o direito a morrer dos palestinos. Pois eles "morrem", enquanto israelenses "são assassinados". Como mostra a reportagem.




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