Eleições em SP e no Rio podem ser decididas pelos vices — um, pelo passado; outro, pelo futuro

As eleições para prefeito em duas das principais cidades do Brasil contam com dois candidatos favoritos. Em São Paulo, Guilherme Boulos tem uma boa dianteira, segundo todas as pesquisas. No Rio, a reeleição do prefeito Eduardo Paes é tida como certa, uma"barbada", no linguajar do turfe.

No entanto, durante a campanha ambos podem perder protagonismo para seus vices, que serão alvo principal das campanhas adversárias. De Boulos, a old-neopetista Marta Suplicy, ex-prefeita da cidade. No Rio, o nome ainda não está definido, mas seja quem for será o alvo das campanhas adversárias.

Sobre Marta, o legado de sua gestão na prefeitura há duas décadas será defendido pelo candidato Boulos. Mas os adversários vão atacar Marta pelo passado recente: sua participação até esta semana no governo do atual prefeito Ricardo Nunes e, principalmente, a votação a favor do impeachment de Dilma, as críticas virulentas contra o PT, as flores para Janaína Paschoal. Ou seja, atacada e elogiada pelo seu passado.

No Rio, a preocupação é com o futuro. Todos sabem que, se reeleito, Eduardo Paes fica só em 2025 como prefeito. No início de 2026 renuncia para concorrer ao governo do estado, seu sonho declarado. Logo, o vice vai assumir a prefeitura pelo resto do ano de 2026, mais 2027 e 2028. Quase 3/4 do mandato. Nada mais lógico do que ser o principal alvo das campanhas adversárias, pois a vitória de Paes colocaria o vice na prefeitura por esse período.

Por motivos diversos, os vices podem ser os protagonistas das eleições deste ano no Rio e em São Paulo.

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