Lewandowski: Demissão de Cappelli, se confirmada, é primeira bola fora do novo ministro

O Secretário-Executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública Ricardo Cappelli está viajando de férias, segundo informa em seu perfil no X, antigo Twitter:

 

Não é bom sinal Cappelli estar saindo de férias no momento em que o novo ministro da Justiça indicado por Lula, ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski, vai assumir a pasta. Sinal de que nem foi procurado para conversar.

Ricardo Cappelli foi fundamental para o sucesso da administração do ministro Flavio Dino e encarou com firmeza e brilhantismo duas pedreiras: o comando da segurança pública de Brasília, durante a intervenção no golpe do 8 de janeiro, e da equipe do socorro ao Rio de Janeiro.

Mas, ao que tudo indica, Cappelli não fará parte da equipe de Lewandowski, que deve ter alguém à altura para colocar no lugar.

O ministro Lewandowski tem dois problemas à sua frente: primeiro, o sarrafo alto que o ministro Dino e Ricardo Cappelli colocaram no ministério; segundo, o tempo de Lewandowski como ministro do STF: 17 anos. Lá na Suprema Corte o tempo é outro, tão diverso da dinâmica da vida política exigida do cargo de ministro da Justiça. 

Um caso antigo que, se verdadeiro, mostra essa distância entre o tempo da política e o do STF:

Na delação premiada do empresário Sergio Machado, revelada pela Folha em 2016, ele narra história que lhe teria sido passada pelo senador Renan Calheiros.

RENAN - Estavam dizendo que ela [Dilma] estava abatida, ela não está abatida, ela tem uma bravura pessoal que é uma coisa inacreditável, ela está gripada, muito gripada– aí ela disse: 'Renan, eu recebi aqui o Lewandowski [à época presidente do STF], querendo conversar um pouco sobre uma saída para o Brasil, sobre as dificuldades, sobre a necessidade de conter o Supremo como guardião da Constituição. O Lewandowski só veio falar de aumento, isso é uma coisa inacreditável'.

Festejado por juristas de todo o país, se Lewandowski mantiver o ministério da Justiça no patamar deixado por Flavio Dino, ganha o Brasil. Mas, confirmada a demissão de Cappelli, será a primeira bola fora do novo ministro.


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