Guerra EUA-Iêmen: Mísseis de até US$ 4 milhões contra drones de US$ 20 mil. Quem vai vencer?

Drones Houthis em desfile no Iêmen

A resposta parece óbvia na disputa entre mísseis de até US$ 4 milhões contra drones de US$ 20 mil.. Mas só parece. Como os drones são baratos podem ser produzidos aos milhares. O Irã os vende ao Iêmen por aproximadamente US$ 2 mil. Preparados para o ataque, o custo sobe para RS$ 20 mil ou até US$ 100 mil, dependendo da arma ou explosivo que carregue.

Já os mísseis que equipam os destróieres dos EUA que foram para a região do Mar Vermelho estão equipados com os seguintes mísseis, em número não revelado, segundo a CNN:

  • O Standard Missile-6 (SM-6), uma arma avançada que pode abater mísseis balísticos no alto da atmosfera, outros mísseis de trajetória mais baixa e navios com alcance de até 370 quilômetros, segundo o Projeto de Defesa contra Mísseis do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS). Cada um custou mais de US$ 4 milhões.
  • O Míssil Padrão-2 (SM-2), menos avançado que o SM-6, com um alcance menor de 185 a 370 quilômetros, dependendo da versão, de acordo com o CSIS. Eles custam cerca de US$ 2,5 milhões cada.
  • O Evolved Sea Sparrow Missile (ESSM), projetado para atingir mísseis de cruzeiro antinavio e ameaças de baixa velocidade, como drones ou helicópteros, a uma distância de até a 50 quilômetros, diz o CSIS. Cada um custa mais de US$ 1 milhão.

Suponhamos uma chuva de drones houthis lançada contra um destróier desses. Centenas de drones. Com armas e explosivos diferentes. Alguns até sem armas — os de fábrica, ao custo de US$ 2 mil.

Quantos milhões de dólares serão necessários para abatê-los? Serão em número suficiente para enfrentar centenas, talvez milhares de drones em ataques diários e constantes ao longo do tempo?

Se um único drone vencer a barreira, dependendo do que carregue consigo, pode causar um estrago no destróier, que, embora dificilmente seja capaz de afundá-lo, pode obrigá-lo a sair da área em busca de reparo.

Quantos milhões de dólares serão necessários, nessa guerra que especialistas veem como um obstáculo que terá de ser enfrentado de maneira criativa pelo DOD (Department of Defense), em busca de uma alternativa de combate a baixo custo?

“Neste momento, [os] EUA não parecem ter uma opção melhor do que aquela que estão utilizando”, disse Samuel Bendett, consultor do Center for Naval Analyses, um think tank financiado pelo governo federal para a Marinha e o Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA. Ele traçou um paralelo entre as capacidades do DOD e as da Ucrânia, ao abater drones russos.

“Obviamente, esse é um domínio diferente – atirar em drones Houthi no mar pode ser uma tarefa de ordem diferente, mas parece que reduzir o custo de tais defesas é essencial a longo prazo”, disse Bendett.

Atacar os Houthis no Iêmen, como Israel o Hamas em Gaza, parece ser a opção escolhida pelos Estados Unidos no momento, arriscando trazer o Irã para o conflito e uma guerra em grande escala na região.


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