Marta como vice de Boulos é falta de renovação ou caciquismo no PT de SP?

Com a confirmação do nome de Marta Suplicy como o nome do PT para vice de Guilherme Boulos, fica a pergunta: o PT de São Paulo não tem novos quadros para oferecer como vice de Boulos? Foi preciso trazer de volta Marta, depois de ela ter saído voluntariamente do Partido que lhe deu mandatos, fazendo graves acusações?

Sempre se pode advogar por Marta com a repetição de sua excelente administração na prefeitura, que se encerrou há exatos 20 anos. Marta pegou em seu mandato dois anos sob a presidência de FHC (adversário político, mas amigo dela e de seu marido à época, Eduardo Suplicy) e os dois primeiros anos de Lula presidente.

Muitos não se esqueceram de algumas das principais realizações de Marta no período, elogiadas por Boulos recentemente: "Deixou legado como CEUS, como Bilhete Único, como corredores de ônibus". 

Mas, não custa lembrar, foi uma administração do PT. Ou os elogios são sempre à pessoa Marta e os "pecados" do Partido? 

As ações da prefeitura petista de Marta poderiam ser lembradas por um vice do PT, como ações do Partido.

Sem contar que Marta vai trazer para a eleição de Boulos problemas que não são dele, como por exemplo, a volta dela ao PT, após ter saído com uma carta onde acusava o partido de conivência com a corrupção e de persegui-la politicamente tentando calar suas críticas.

Vai trazer para a campanha de Boulos seu voto em favor do impeachment de Dilma e, pior, o buquê de flores que ofereceu a Janaína Paschoal, autora da ação que levou ao impeachment, o que não é perdoado até hoje por alguns petistas e simpatizantes.

Muitos também não se esquecem que Marta trocou nas eleições passadas o MDB pelo PSDB, principal partido adversário do PT em São Paulo, com a intenção de ser vice tucana do falecido prefeito Bruno Covas, contra o mesmo Boulos de quem vai ser vice e Jilmar Tatto, candidato do PT.

Além disso, os adversários de Boulos vão trazer para sua campanha temas que sempre foram usados contra a sexóloga Marta e que hoje, com a polarização e o avanço da extrema direita, virão com carga dobrada: aborto e educação sexual nas escolas.

De qualquer maneira, a indicação de Marta deveria acender um sinal de alerta no PT de São Paulo, porque ela ou é fruto de falta de renovação ou de caciquismo, duas práticas que o partido deveria colocar em pauta após as eleições deste ano.

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