Netanyahu, que ataca Lula, já passou pano para Hitler

O primeiro-ministro de Israel Benjamim Netanyahu declarou que Lula é persona non grata em Israel por ter comparado os ataques de Israel aos palestinos às ações de Hitler contra os judeus. Ele faz pose de ofendido com a junção dos nomes Israel e Hitler na mesma frase, mas se esquece de que já fez pior: passou pano para o ditador e assassino nazista, um dos maiores criminosos da história da humanidade.

Num discurso proferido em 21 de outubro de 2015 no Congresso Mundial Sionista, em Jerusalém, Netanyahu declarou que Hitler não tinha intenção de exterminar os judeus, quem o convenceu disso foi o Mufti de Jerusalém. Mufti é um acadêmico islâmico a quem é reconhecida a capacidade de interpretar a lei islâmica. 

Disse Netanyahu:

“Este e outros ataques contra a comunidade judaica em 1920, 1921, 1929, foram instigados pelo Mufti de Jerusalém, Haj Amin Al-Husseini. Hitler não queria exterminar os judeus, queria apenas expulsá-los. Foi Haj Amin Al-Husseini que disse a Hitler: ‘Se os expulsar, eles vão vir todos para aqui’. ‘Então o que é que faço com eles?’, perguntou Hitler, e ele respondeu ‘Queime-os’.”

A declaração foi tão absurda, que até a Alemanha saiu em defesa da responsabilidade de Hitler e do país pelo Holocausto:

“Todos os alemães conhecem a história da obsessão racial assassina dos Nazis, que conduziu à ruptura com a civilização que foi o Holocausto”, disse o porta-voz da chancelar alemã, Steffen Seibert, questionado sobre o discurso do primeiro-ministro de Israel.

“Isto é ensinado nas escolas alemãs por uma boa razão, pois não deve ser nunca esquecido. Não vejo razões para alterar a nossa visão da história. Sabemos que a responsabilidade por este crime contra a humanidade é da Alemanha, uma responsabilidade muito nossa”, acrescentou Seibert. [Euronews]


Aqui, um vídeo de trecho do discurso de Netanyahu:

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