Eduardo Leite: A incrível proposta de um neoliberal para reerguer o RS

Eduardo Leite, um legítimo neoliberal, age como todos os autointitulados gestores, defensores do neoliberalismo, de "livrar os cidadãos da mão pesada do estado". Assim que se veem em apuros correm para pedir socorro ao estado, ao poder público federal, e não às empresas e aos financistas, em grande parte responsáveis pelos seus problemas.

E foi o que fez Eduardo Leite.

Num dia:
— Tirem o estado dos meus ombros!

No outro:
— Por favor, socorro, Sr. Estado, precisamos de R$ 19 bi!

A enchente ainda não terminou, infelizmente. Ainda há previsão de novas áreas que serão atingidas pelo caminho natural dos rios em direção ao mar, mas o cosplay de Zelensky, o governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite foi rápido em fazer o cálculo de quanto vai precisar para reerguer o estado.

Nem bem o governo federal e o Congresso aprovaram a liberação de verbas para o combate às enchentes na terça, na quarta Leite reuniu a equipe e hoje pela manhã tomou duas decisões no X, antigo Twitter: 

  1. renovou sua foto de perfil, agora com o colete da Defesa Civil (aquela, de onde ele baixou verbas ano a ano de R$ 1 milhão para R$ 100 mil e, por fim, R$ 50 mil no último ano),
  2. anunciou que precisa de R$ 19 bilhões para o Rio Grande do Sul.

 

Não se sabe como o cálculo foi feito, já que não se tem nem acesso a algumas áreas do estado e o relato dos estragos nos 497 municípios certamente ainda não chegou ao Palácio Piratini. 

Mas o certo é que um mea culpa aos gaúchos não foi feito e nem o será. Eduardo Leite conta que o cosplay de Zelensky que faz pode projetar sua imagem como a de um realizador que está tomando a frente e vai reconstruir o Rio Grande do Sul. Exatamente como o comediante que se tornou presidente da Ucrânia entretém o público enquanto manda seus soldados para uma guerra suicida contra a Rússia.

A ideia é que o povo esqueça ou não tome conhecimento de que:

"[O governador Eduardo] Leite alterou em torno de 480 normas do Código Ambiental do RS em seu primeiro ano de mandato, em 2019. A medida, sancionada em 2020, acompanhou o afrouxamento da política ambiental brasileira incentivada, à época, pelo então ministro Ricardo Salles, do Ministério de Meio Ambiente (MMA), no governo Bolsonaro" [Valor]. 

Passou a boiada e agora com o estado destruído passa o chapéu.

Os R$ 19 bilhões já estão na mesa, mesmo diante do aviso de que novos temporais devem atingir as regiões já castigadas a partir de sexta-feira (10), com o volume intenso de chuva entre 200 mm e 300 mm.

Logo, o "gestor" vai reunir sua turma para rever os cálculos para cima.

Depois de amanhã, o cosplay de Zelensky tira o colete e volta a ser a terceira via limpinha e cheirosa da mídia corporativa e do mercado financeiro, que vão mostrar como ele recuperou o estado e nunca dizer que foi em grande parte o responsável por sua destruição.


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