Amanhã começa o julgamento da quadrilha de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado com o intuito de se manter no poder e a seu grupo, que incluía generais quatro estrelas e um almirante e comandante da Marinha, todos no banco dos réus.
A análise de juristas que acompanham o caso prevê que todos sejam condenados a penas que podem ultrapassar 40 anos de prisão.
A informação corrente é de que Bolsonaro, se condenado, irá para um alojamento militar, junto aos demais golpistas. Mas o ministro Alexandre de Moraes é contra. Segundo o ministro relator, o objetivo é evitar aglomerações na porta do quartel.
A preferência de Moraes é que Jair Bolsonaro cumpra pena numa ala especial na Papuda.
No entanto, Bolsonaro e sua família vêm nos últimos dias montando uma narrativa de que ele sofre de grave problema de saúde e tentarão um "golpe do atestado" para que o criminoso cumpra a pena em casa, como já está agora.
Recentemente, Carlos Bolsonaro fez uma publicação na rede X, onde cita o problema de refluxo do pai:
"O Velho está magro, não tem vontade de se alimentar e segue enfrentando intermináveis crises de soluço e vômitos. Dói demais ver tudo isso, mas sinto como obrigação compartilhar um pouco da realidade do momento com todos que estão sofrendo junto conosco."
- Estava com saudade de visitar meu pai, mesmo tendo passado apenas uma semana desde a última vez. Hoje tive novamente a oportunidade de estar com ele em sua prisão domiciliar ilegal e desumana, ficando um pouco ao seu lado - às vezes conversando, às vezes apenas em silêncio.
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) August 29, 2025
-… pic.twitter.com/yqcUxNExgy
Além de saber se refluxo seria impeditivo de mandá-lo para a Papuda, há outro problema: a prisão domiciliar colocaria todo o condomínio onde mora o ex-presidente como semi-prisioneiros, como estão agora, sob intensa vigilância para impedir uma fuga de Bolsonaro em direção à embaixada dos Estados Unidos.
Fator ex-presidente Collor
Um fator pode vir em ajuda a Bolsonaro: o ex-presidente Fernando Collor de Mello conseguiu ir para a prisão domiciliar por motivos médicos que não impediriam que cumprisse pena numa penitenciária, como acontece a inúmeros presos com doenças mais graves.
No pedido de cumprimento domiciliar da pena, os advogados argumentaram que o ex-presidente tem idade avançada (75 anos) e comorbidades graves, que incluem doença de Parkinson, apneia do sono grave e transtorno afetivo bipolar. A pedido do relator, eles apresentaram documentos comprovando as alegações. A Procuradoria Geral da República deu parecer favorável à prisão domiciliar humanitária.
Na decisão, o ministro [Alexandre de Moraes] afirmou que “a compatibilização entre a dignidade da pessoa humana, o direito à saúde e a efetividade da Justiça Penal indica a possibilidade de concessão da prisão domiciliar humanitária”. Em acréscimo, o ex-presidente deverá usar tornozeleira eletrônica, a ser imediatamente instalada. [STF]
Transtorno afetivo bipolar não impediu Collor de ser presidente da República. As outras doenças têm tratamentos que poderiam ser realizados no presídio, como a máscara com um sistema de pressão positiva (CPAP), que fornece ar e é o tratamento mais eficaz para a apneia obstrutiva do sono, ajudando a manter as vias aéreas abertas e a "resolver" os sintomas.
No entanto, Collor agora cumpre pena de sua cobertura com piscina em frente ao mar em Alagoas.
A família Bolsonaro deve tentar o mesmo e com isso livrar o ex-presidente da Papuda por "sofrer de refluxo"...
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