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Dia da Mentira deu origem ao maior vexame do jornalismo brasileiro

 A inacreditável história que junta células de um boi e de um tomate em laboratório criando uma estranha figura híbrida e fofinha: o fruto da carne

Olha que não é fácil escolher o maior vexame do jornalismo brasileiro, porque são muitos e diários.

Já houve jornal chamando ditadura de "ditabranda", publicando na primeira página uma ficha falsa de Dilma no Dops, acusando-a de planejar atentado contra o ministro da ditadura Delfim Neto, houve principalmente a defesa desavergonhada da ditadura por 21 anos, com movimento gigante em favor das Diretas Já transformado em "comemoração pelo aniversário de São Paulo".

Mas essas são barrigas ideológicas de nossa mídia corporativa, sempre de cócoras para os interesses dos Estados Unidos e do mercado financeiro.

A barriga histórica, a que produziu o maior vexame do jornalismo brasileiro, é aquela que junta incompetência, falta de contextualização e atração pelo bizarro como notícia, tudo isso batido no liquidificador e publicado na revista de maior circulação do Brasil na época, com mais de 1 milhão de exemplares impressos semanalmente.

Na edição da revista Veja de 27 de abril de 1983 foi publicado o maior vexame do jornalismo brasileiro. O anúncio de que a engenharia genética havia fundido pela primeira vez células de um animal (o boi) e um vegetal (o tomate) criando o "boimate".

Era uma pegadinha de 1º de abril, Dia da Mentira, publicada num jornal britânico, contendo, como é comum nos ingleses, tiradas típicas de seu humor, publicadas como pistas para a pessoa perceber que se tratava de uma pegadinha.

Inspirados pela paixão dos Estados Unidos por hambúrguer, a pesquisa teria sido realizada na Universidade de Hamburgo e um dos cientistas responsáveis chamava-se McDonald...

Ainda assim a Veja foi em frente e publicou o maior vexame do jornalismo brasileiro, a criação do Fruto da carne, o "boimate".



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Mobilização de ‘cansados’ na praça da Sé foi um fiasco

Repararam nas fotos do evento do ‘Cansei’ na praça da Sé? Todas “fechadinhas”. Por que não bateram uma foto lá do alto, de um helicóptero, por exemplo, mostrando o público?

Porque foi um fiasco, respondo eu. Centro da cidade, horário do almoço de sexta, presença anunciada de artistas - especialmente de Ivete Sangalo – e só compareceram 1500 pessoas, segundo a PM do governador Serra. Ivete costuma botar muito mais gente que isso em seus shows, e cobrando mais de R$ 100 por cabeça.

Vexame maior foi o que fizeram com familiares das vítimas do Airbus da TAM. Simplesmente eles foram proibidos de subir ao palco, embora tenham sido usados como isca ou estopim do movimento.

Quando é que vão parar de se apoderar da dor dos outros?

E, pra não ficar apenas na crítica, mostro a seguir a foto de um movimento de verdadeiros cansados. É de 1984, e flagrei-a na internet, numa página do Jornal do Senado. Reparem no título da reportagem (clique na imagem para ampliá-la): Diretas Já: o povo já cansou de esperar. Foram 300 mil pessoas, segundo a PM da época.

Quando a mobilização vai ao encontro de um sentimento verdadeiro da população, ela é um sucesso. Quando não, como ontem, fracassa.


Reprodução de reportagem do Jornal do senado, com foto de uma multidão na praça da Sé