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Jornalista do Haaretz diz que Netanyahu conduz Israel para uma guerra civil

O jornalista Uri Misgav afirma que o primeiro ministro de Israel Benjamin Netanyahu prepara o país para uma guerra civil.

Em artigo publicado dia 17 no Haaretz, um dos principais jornais de Israel, 100º dia do ataque de Hamas que deu início ao massacre, Misgav vê Netanyahu em queda livre por não ter conseguido entregar nenhum de seus compromissos ao assumir o governo: segurança e governabilidade, Irã, custo de vida e normalização com a Arábia Saudita.

Nas sondagens de opinião, é um governo minoritário – emergiria com 44 assentos no Knesset se as eleições fossem realizadas hoje, de acordo com as últimas pesquisas – pelo que sua sobrevivência depende da continuação da guerra (“uma emergência nacional”) indefinidamente. Agora, ao fim de 100 dias de destruição e carnificina nas fronteiras de Israel, o governo completou o seu contra-ataque e preparou-se para a batalha – aquela pela sua sobrevivência.

2024 será um ano de "maldade e escuridão", segundo Misgav. Além da guerra contra o Hamas, os reféns ainda em mãos do Hamas, há os problemas na fronteira com o Líbano, os Houthis, o Irã, a falta de uma solução para o problema dos 1,8 milhão de palestinos deslocados de suas terras — para onde voltarão, se tudo está destruído? 

Tudo isso gera atritos externos e internos. Aumentam os protestos nas ruas. E a repressão. O próprio Misgav foi detido no início do mês para interrogatório por um tweet sobre Netanyahu.

A dificuldade de uma solução pacífica está "naqueles que nada têm a perder e que, em todo o caso, sentem que o Estado lhes pertence, uma herança do próprio Deus. O resultado é que se pode esperar que irrompa algum tipo de guerra civil, e que este governo da 'Irmandade Judaica' está se preparando para isso".

As duas figuras mais importantes do governo são da "Irmandade Judaica": Bezalel Smotrich, ministro das Finanças e ministro da Ocupação e Assentamentos no Ministério da Defesa, e Itamar Ben-Gvir como ministro da "segurança nacional" — isto é, ministro da polícia, prisões e distribuição de armas. Ao mesmo tempo, foram confiadas pastas estratégicas aos ultraortodoxos, nomeadamente habitação, saúde e interior.

Há a tentativa de destruição da ordem judicial, inicialmente aprovada, mas recentemente cancelada. O objetivo é fazer voltá-la a valer, dando aos políticos poder sobre decisões da Suprema Corte do país.

A violência policial aumenta dia a dia sobre os manifestantes contrários às decisões de Netanyahu, que estão fazendo a maré mundial da opinião pública se voltar contra Israel.

Imagine o que acontecerá quando as massas saírem às ruas. Com a guerra e os ataques terroristas como pano de fundo, os manifestantes serão apresentados como traidores, apunhalando a nação e os seus soldados pelas costas, e tratados em conformidade. As ruas estarão em chamas. Afinal, o país foi inundado com armas automáticas distribuídas segundo linhas políticas.

A insistência de Ben-Gvir em substituir o comissário do Serviço Prisional de Israel não teve como objetivo garantir condições confortáveis para o dia em que Netanyahu for preso, mas sim incendiar as prisões, piorando as condições dos prisioneiros de segurança palestinos. A partir daí, toda a Cisjordânia irá subir.

O público são, patriótico e amante da vida será novamente chamado à ação em breve. Também aqueles do sistema político, o Estado-Maior das FDI e as agências de segurança. O Israel democrático está se aproximando do teste da sua vida. Se não vencermos, simplesmente não seremos.
Depois de explodir Gaza, o governo Netanyahu pode simplesmente implodir Israel.

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50 pesquisadores do Holocausto de Universidades de Israel criticam declarações de autoridades do país

Enquanto nossa mídia segue defendendo Israel mais até do que judeus daquele país e do mundo, e propagando mentiras, o jornal israelense Haaretz publica com destaque esta matéria reproduzida na imagem.

"50 pesquisadores do Holocausto pedem ao Yad Vashem [memorial oficial de Israel para lembrar as vítimas judaicas do Holocausto] para condenar o discurso público israelense pedindo genocídio em Gaza

"O 'incitamento ao extermínio' ouvido nas palavras de autoridades e personalidades israelenses 'pode atingir o estágio do genocídio', dizem os investigadores. Eles estão convocando o Yad Vashem para aprender com as lições do Holocausto".

Os investigadores escreveram uma carta ao presidente do Yad Vashem, Dani Dayan, para expressar um "apelo moral inequívoco condenando o discurso público que apela ao extermínio e à prática de crimes de guerra e crimes contra a humanidade em Gaza".

Na carta, os investigadores citam políticos eleitos, personalidades dos meios de comunicação social e pessoas nas redes sociais que fizeram declarações neste espírito, semelhantes às citadas na acusação contra Israel que foi submetida ao Tribunal Internacional de Justiça em Haia pela África do Sul.

"Nós, os abaixo assinados, sabemos pela história judaica e humana, especialmente pelo estudo do Holocausto e da sua memória, que o incitamento ao extermínio e à prática de crimes graves, usando uma linguagem que cria a desumanização e a incriminação de todos os membros de um grupo rival dentro de um conflito, são em muitos casos um primeiro passo para cometer crimes que podem atingir o estágio de genocídio", escreveram os pesquisadores.

A carta é assinada por pesquisadores da Universidade Hebraica, da Universidade de Tel Aviv, da Universidade de Haifa e da Universidade Ben Gurion.

Enquanto aqui, mais realista que o rei, como fazem os bolsomínions com acusações de crimes de seu líder ("E o PT? E Lula?"), a mídia corporativa segue à moda Netanyahu: "E o Hamas? E o Hamas?".


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Maestro Baremboim é o primeiro israelita a receber nacionalidade palestina

Envolvido com outros temas, o Blog do Mello deixou passar em branco o acontecimento mais importante da semana, pela sua carga simbólica: o maestro Daniel Baremboim é o primeiro israelita a receber nacionalidade palestina. [O destaque em negrito é meu]

Felizmente, o jornalista Georges Bourdoukan registrou o fato em seu blog, o Blog do Bourdoukan:

O maestro Daniel Barenboim, um dos mais importantes maestros do mundo agora é cidadão palestino. A informação é do jornal israelense Haaretz. Barenboim é o primeiro israelita a receber nacionalidade palestina.

"É uma grande honra ter recebido o passaporte", disse Barenboim ao diário israelita Haaretz.

"Aceitei, também porque acredito que os destinos do povo israelita e do povo palestino estão inextricavelmente ligados. Sejamos nós abençoados ou malditos, temos de viver uns com os outros. E eu prefiro a primeira (proposta)".

E concluiu: "O fato de um cidadão israelita poder receber um passaporte palestino mostra que isso é realmente possível."

Barenboim, de 65 anos, fundou, junto com o já falecido intelectual e ativista palestino Edward Said, a West Eastern Divan Orchestra, que todos os anos reúne jovens músicos de Israel e dos territórios palestinos para ensaiar e se apresentar em concertos pelo mundo.

De acordo com a agência Associated Press, o fato de Barenboim aceitar a cidadania palestina causou indignação entre a extrema direita israelense. O deputado Yakov Margi, do partido Shas, quer que a nacionalidade israelense de Beremboin seja anulada.

O deputado entende que é “uma desgraça para o Estado de Israel que um homem como Barenboim tenha a cidadania israelita, e seria adequado que ela fosse revogada". Mas um porta-voz do ministério do Interior de Israel disse à AP que não há base legal para revogar a cidadania de Barenboim.

Leia a tradução do artigo do Haaretz no blogue Solidariedade com a Palestina

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