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Madonna no Brasil. Será que ela vai finalmente falar ou está proibida?

O Rio está vivendo a expectativa do mega show de Madonna na praia de Copacabana, no próximo sábado, dia 4.

O show é a cereja do bolo da festa pelo centenário de um banco, que lucrou no ano passado R$ 35,6 bilhões, mas mesmo assim passou o chapéu para um rachuncho de R$ 10 milhões da prefeitura do Rio, para ele usar a beleza do Rio e as marcas Rio e Copacabana de graça para se divulgar.

São esperadas 1,5 milhão de pessoas no show.

Será que o homem da foto, o primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu, virá ao Rio, deixando de lado o genocídio em Gaza, para acompanhar o último show da turnê da rainha do pop e ganhar novo abraço dela?

A foto de Madonna com Netanyahu foi feita em setembro de 2009, há longos 15 anos. Foi uma visita que ela fez à residência do primeiro-ministro, e foi editada desta outra foto aqui, que dá o contexto:

Madonna juntou-se ao primeiro-ministro israelense e sua família na sexta-feira no tradicional ritual de boas-vindas ao sábado judaico.
Um comunicado do gabinete do primeiro-ministro diz que o cantor passou duas horas com Benjamin Netanyahu e sua esposa Sara em sua casa, acendendo velas e recitando uma bênção juntos.
Madonna, vista na foto abaixo divulgada pela assessoria de imprensa do governo israelense, usava um vestido preto de mangas curtas ao deixar a casa fortemente vigiada de Netanyahu na sexta-feira. Ela estava acompanhada de seu empresário Guy Oseary, retratado à direita na imagem abaixo.

Tiraria outra foto dessas com ele hoje? Não sabemos. Mas se naquela época ele não tinha a fama tão terrível que adquiriu hoje, após a criminosa investida contra os palestinos em Gaza, já se sabia quem era Netanyahu e o desprezo que tinha pelos palestinos.

Nesta conversa gravada em 2001 (oito anos antes da foto com Madonna), ele afirma que os acordos firmados com os palestinos não deram em nada principalmente porque ele não os cumpria conforme o combinado. Ele confessa cinicamente que dava sua interpretação ao que fora assinado, de acordo com as conveniências de Israel.

Mostra que o que ele diz não se escreve e a palavra dele só pode ser encarada como verdadeira quando se refere a seu ódio aos palestinos, que ele no fundo gostaria de ver exterminados ou pelo menos expulsos de vez do que ele considera como suas terras — toda a área da antiga Palestina.

E diz que a estratégia a ser usada contra os palestinos é simples:

"É preciso atacá-los de forma dolorosa para que o preço que eles paguem seja insuportável."

Quando houve o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro do ano passado, Madonna se pronunciou indignada em meio a seu show (o mesmo que vai exibir no Brasil agora).

"Todos nós estamos sofrendo, observando o que está acontecendo em Israel e na Palestina. Parte-me o coração ver crianças sofrendo, adolescentes sofrendo, idosos sofrendo. Tudo isso é de partir o coração, ok? Tenho certeza que você concorda. Mas mesmo que nossos corações estejam partidos, nossos espíritos não podem ser quebrados. Você está comigo? Muitas pessoas dizem, bem, o que posso fazer? Eu sou apenas uma pessoa. Você se sente desesperado. Você se sente impotente, certo? O que podemos fazer? Há muito que podemos fazer. Em primeiro lugar, podemos dizer, posso fazer a diferença porque eu, individualmente, posso trazer luz ao mundo com as minhas ações, com as minhas palavras. Todos os dias, sinto muito que não se trata de dar um sermão em você, mas todos juntos somos pessoas muito poderosas. Podemos nos unir de uma forma sombria e maligna, ou podemos nos unir a partir de um lugar de luz e amor. E se todos tivermos essa consciência coletiva, podemos mudar o mundo e trazer a paz. Não apenas para o Oriente Médio, mas em todo o mundo."

 


Embora tenha mostrado sua indignação no show e nele tenha citado também a Palestina, Madonna  postou em seu perfil no Instagram um vídeo e um texto sobre o 7 de outubro, com crítica apenas ao que aconteceu em 7 de outubro [o genocídio ainda não havia começado, diga-se em nome da verdade].

Este é o texto do vídeo e sua tradução:

"Imagine that you wake up in the morning and you hear this. At 6.30 in the morning Hamas started with a big rocket attack on Israel. And from what seemed like a usual attack from Gaza, became every citizen's worst nightmare. At 7.35, terrorist units invaded the territories of Israel driving cars and motorcycles. They started driving in cities in Israel, shooting and murdering every civilian they passed by. Breaking into civilian homes, taking hostages and murdering families including men, women, babies and elder civilians. While they were taking hostages and killing civilians, some of their units drove to a party, started shooting everyone they saw. Parents are still looking for their missing children, not knowing what happened to them. And unfortunately, it gets worse. The terror units of Hamas controlled the cities for more than 12 hours. Filming and distributing some of their horrible actions when they conquered some of the cities surrounding Gaza. They broke into civilian homes, and those that they couldn't break into were burned, forcing the civilians to get outside and be slaughtered by Hamas' cruel terror units."

"Imagine que você acorda de manhã e ouve isso. Às 6h30 da manhã, o Hamas iniciou um grande ataque com foguetes contra Israel. E o que parecia ser um ataque habitual vindo de Gaza, tornou-se o pior pesadelo de qualquer cidadão. Às 7h35, unidades terroristas invadiram os territórios de Israel dirigindo carros e motocicletas. Eles começaram a dirigir pelas cidades de Israel, atirando e assassinando todos os civis pelos quais passavam. Invadir casas de civis, fazer reféns e assassinar famílias, incluindo homens, mulheres, bebés e civis idosos. Enquanto faziam reféns e matavam civis, algumas de suas unidades foram até uma festa e começaram a atirar em todos os que viam. Os pais ainda procuram os filhos desaparecidos, sem saber o que aconteceu com eles. E, infelizmente, fica pior. As unidades terroristas do Hamas controlaram as cidades durante mais de 12 horas. Filmando e distribuindo algumas de suas ações horríveis quando conquistaram algumas das cidades ao redor de Gaza. Eles invadiram casas de civis, e aquelas que não conseguiram invadir foram queimadas, forçando os civis a sair e serem massacrados pelas cruéis unidades terroristas do Hamas."

 

Esta a tradução do que Madonna escreveu no Instagram junto com o vídeo:

O que está acontecendo em Israel é devastador.. Ver todas essas famílias e principalmente crianças sendo rebanho, agredido e assassinado nas ruas é de partir o coração.
Imagina se isso estivesse acontecendo com você??
É insondável.
Conflitos nunca podem ser resolvidos com violência. Infelizmente a humanidade não entende essa verdade Universal. Nunca entendeu. Vivemos num mundo devastado pelo ódio.
Meu coração está com Israel. Às famílias e lares que foram destruídos. Às crianças que estão perdidas.
Às vítimas inocentes que foram mortas.
A todos que estão sofrendo ou que irão sofrer com este conflito.
Estou orando por você. Estou ciente de que isto é trabalho do Hamas e há muitas pessoas inocentes na Palestina que não apoiam essa organização terrorista. Esse ataque trágico só vai causar mais sofrimento a todos
Vamos todos rezar. Para Israel. 🇮🇱🇮🇱🇮🇱Pela Paz. ♥️ Para o Mundo.

 



O problema é que de lá para cá muita coisa aconteceu. Houve e está havendo um genocídio em Gaza, cometido por Israel, e Madonna não deu uma única declaração sobre isso. Não disse uma palavra sobre Netanyahu e os crimes de Israel.

Os dados do genocídio são aterrorizantes e estão levando milhares e milhares de pessoas em todo o mundo a se pronunciarem. 

Mas Madonna nada disse, a não ser naquele dia em que lamentou o ataque do Hamas.

 

O GENOCÍDIO ISRAELENSE NA FAIXA DE GAZA

7 de outubro - 3 de abril de 2024

Mortos *

  • 41.496
  • 37.676 civis (209,3 por dia; 8,7 por hora)
  • 15.370 crianças (85,3 por dia; 3,5 por hora)
  • 9.671 mulheres (53,7 por dia; 2,2 por hora)

Feridos

  • 77.250 (em média 40% crianças. 20% mulheres — 30 mil crianças, 15 mil mulheres)

Jornalistas mortos

  • 136 (quase 1 por dia)

Desalojados

  •  2.000.000

Casas completamente destruídas

  • 122.500

Casas parcialmente destruídas

  • 269.700

Sedes de imprensa destruída/danificada

  • 177

Escolas danificadas

  • 443

Instalações industriais destruídas

  • 2.217

Mesquitas danificadas

  • 647

Igrejas danificadas

  • 3

Profissionais de saúde atingidos

  • 869 (349 mortos 520 feridos)

Instalações de saúde destruídas

  • 301 (29 Hospitais, 69 Clínicas, 203 Ambulâncias)

Patrimônio

  • 200

Trabalhadores da defesa civil

  • 198 (42 mortos 156 feridos)

Detidos/desaparecidos à força

  • 3.890 (21,6 por dia, quase 1 por hora)

* O número de mortos inclui aqueles presumivelmente mortos sob os escombros

Neste dia 4 em Copacabana, Madonna vai bater o recorde de público numa única apresentação de seus shows, em plena praia de Copacabana, na Cidade Maravilhosa. Vai comemorar o número de 1,5 milhão de pessoas esperado para este sábado de muito sol e calor humano no Rio.

Os fãs querem apenas assistir ao show. Mas o mundo espera de Madonna umas palavras de solidariedade aos palestinos, como as que disse em solidariedade aos israelenses. 

Porque Madonna não é só uma cantora. Sempre foi uma ativista, uma definidora de pensamentos e comportamento. Não pode se calar diante de um genocídio, para ser coerente com ela mesma.

 



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Por que Elon Musk bloqueou perfil do neto de Mandela na rede X?

Como todo extremista de direita, Elon Musk é um hipócrita que só defende a liberdade de expressão deles. Ontem, o bilionário nascido na África do Sul bloqueou em sua plataforma X o perfil do neto do libertador da África do Sul Nelson Mandela, Zwelivelile Mandla Mandela.

No dia anterior, Musk havia republicado uma mensagem do primeiro-ministro genocida Benjamim Netanyahu com ataques aos estudantes universitários dos Estados Unidos que fazem manifestações em apoio à causa palestina.

Fato é que a rede X de Musk baniu Zwelivelile Mandla Mandela, que é membro da Assembleia Nacional da África do Sul. A empresa não se pronunciou sobre a sua decisão de restringir o discurso do político sul-africano, mas a razão é evidente:

Honrando a memória de seu avô, Mandela passou a última semana fazendo várias aparições públicas em apoio à libertação palestina, citando seu avô antes de sua viagem a bordo da Flotilha da Liberdade, partindo da Turquia para Gaza, com a intenção de fornecer mais de 5.000 toneladas de ajuda ao enclave devastado pela guerra.

“Meu avô considerava a luta palestina como a maior questão moral do nosso tempo”, disse Mandela num discurso publicado nas redes sociais na sexta-feira. “Ele assumiu um compromisso com o povo palestino ao dizer que a nossa liberdade está incompleta sem a liberdade do povo palestino.”

 

Ajuda e denúncia do genocídio



Numa declaração separada emitida na quinta-feira, Mandela explicou que a “Flotilha da Liberdade para Gaza visa chamar a atenção do público internacional para as atrocidades, genocídio e crimes de guerra cometidos contra o povo de Gaza”.

Até agora, a partida da flotilha de navios foi adiada devido a um conjunto de inspeções de navios desencadeada por uma campanha de pressão israelense, informou a Al Jazeera , embora um coronel aposentado do Exército dos EUA e funcionário do Departamento de Estado que organizou a flotilha tenha dito que os navios já haviam passado em todas as inspeções e estavam prontos para zarpar.

Para chegar a Gaza, a flotilha terá de romper um bloqueio israelense originalmente estabelecido em 2007. Esforços anteriores para quebrar o bloqueio por parte de missões humanitárias terminaram em morte. Em 2010, a Freedom Flotilla I, de seis navios, foi interceptada pelas forças israelenses, que abordaram os navios através de helicópteros e lanchas em águas internacionais, disparando e matando nove ativistas.

Estar de olho nas flotilhas é fundamental para a sua segurança, segundo um dos organizadores do envio de ajuda.

“Estamos tentando chamar a atenção de todos para a Flotilha para garantir que o mundo saiba e Israel saiba que estamos vindo, para que eles não possam disparar um míssil contra nós e dizer que não foi intencional”, disse Huwaida Arraf, uma palestina-americana. advogado e cofundador do Movimento de Solidariedade Internacional, disse à Al Jazeera.

Calando o perfil do neto de Mandela na sua rede social X, Musk quer silenciar a denúncia do genocídio e impedir que ajuda humanitária chegue aos palestinos em Gaza.

E é significativo que um bilionário branco da África do Sul bloqueie o neto de Mandela.

Assim como a África do Sul se livrou do apartheid, a Palestina um dia será enfim livre e dos palestinos.







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Genocídio: Israel está matando 300 mil palestinos silenciosamente

Aproximadamente 300 mil palestinos sobrevivem no norte de Gaza com apenas 245 calorias por dia. Um pão francês de 50g tem 140 calorias. 

A maior parte da população do norte da Faixa de Gaza tem sido forçada a sobreviver com uma média de 245 calorias por dia. O montante é inferior a 12% das necessidades médias diárias de uma pessoa estipulado em 2.100 calorias. [Folha]

A fome é aguda e as pessoas estão morrendo silenciosamente dela, enquanto Israel não permite a entrada de ajuda humanitária suficiente. É uma forma de matar em silêncio. O que faz lembrar o poema de João Cabral de Mello Neto:

“E se somos Severinos [palestinos]

iguais em tudo na vida, 

morremos de morte igual, 

mesma morte severina [palestina]: 

que é a morte que se morre 

de velhice antes do trinta 

de emboscada antes dos vinte, 

e de fome um pouco por dia”



Os dados sobre a fome no norte de Gaza foram divulgados em relatório global da Oxfam:

Amitabh Behar, Diretor Executivo da Oxfam Internacional, disse: “Israel está fazendo escolhas deliberadas para matar civis de fome. Imagine como é não apenas tentar sobreviver com 245 calorias todos os dias, mas também ter que observar seus filhos ou parentes idosos fazerem o mesmo. Tudo isto enquanto estavam deslocados, com pouco ou nenhum acesso a água potável ou a uma casa de banho, sabendo que a maior parte do apoio médico desapareceu e sob a ameaça constante de drones e bombas". 

A premiada cineasta e documentarista Julia Bacha, especialista em Oriente, denunciou a situação numa entrevista.

"Trezentos mil palestinos estão vivendo e sofrendo no norte de Gaza por causa das ações de Israel, que está bloqueando a entrada de alimentos em caminhões, que estão esperando para alimentar uma população que Israel está propositalmente deixando morrer de fome”



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180 dias em Gaza: O genocídio palestino por Israel em números

A realidade do ataque impiedoso de Israel aos palestinos na Faixa de Gaza em números, pós 180 dias

Dia 3 de abril, quarta, foi 0 180º dia do genocídio de palestinos cometido por Israel, "em resposta" a um ataque do Hamas

Os números desse genocídio foram postos no gráfico que ilustra a postagem, feito pelo Euro-Med Human Rights Monitor.

Israel assassinou e feriu cerca de 5% da população de Gaza. Desalojou cerca de 90%. Outros números:

O GENOCÍDIO ISRAELENSE NA FAIXA DE GAZA

7 de outubro - 3 de abril de 2024

Mortos *

  • 41.496
  • 37.676 civis (209,3 por dia; 8,7 por hora)
  • 15.370 crianças (85,3 por dia; 3,5 por hora)
  • 9.671 mulheres (53,7 por dia; 2,2 por hora)

Feridos

  • 77.250 (em média 40% crianças. 20% mulheres — 30 mil crianças, 15 mil mulheres)

Jornalistas mortos

  • 136 (quase 1 por dia)

Desalojados

  •  2.000.000

Casas completamente destruídas

  • 122.500

Casas parcialmente destruídas

  • 269.700

Sedes de imprensa destruída/danificada

  • 177

Escolas danificadas

  • 443

Instalações industriais destruídas

  • 2.217

Mesquitas danificadas

  • 647

Igrejas danificadas

  • 3

Profissionais de saúde atingidos

  • 869 (349 mortos 520 feridos)

Instalações de saúde destruídas

  • 301 (29 Hospitais, 69 Clínicas, 203 Ambulâncias)

Patrimônio

  • 200

Trabalhadores da defesa civil

  • 198 (42 mortos 156 feridos)

Detidos/desaparecidos à força

  • 3.890 (21,6 por dia, quase 1 por hora)

* O número de mortos inclui aqueles presumivelmente mortos sob os escombros



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Denúncia: Fome é a nova arma de Israel para matar palestinos em Gaza

Muita gente não sabe, mas não é de hoje que o território palestino de Gaza está ocupado por Israel. Há postos que impedem a livre circulação dos palestinos em seu território, prisões arbitrárias e roubo de terras palestinas por colonos israelenses, que alegam que a terra é deles, segundo seu livro sagrado.

Exatamente por ser território ocupado, por ter suas terras de melhor qualidade roubadas por colonos israelenses, o povo de Gaza há anos vive de ajuda humanitária internacional para sobreviver.

Antes do 7 de outubro, quando houve o ataque do Hamas, entravam 500 caminhões com ajuda humanitária por dia em Gaza. Após o 7 de outubro, Israel cortou não apenas a entrada desses caminhões, como também o fornecimento de água e luz. Mandou em troca intensos bombardeios, matando e destruindo tudo, de escolas e universidades a hospitais e até templos religiosos cristãos e muçulmanos.

Se já vivia no inferno, com a guerra a situação dos palestinos piorou muito. São quase dois milhões em insegurança alimentar e um milhão e meio passando fome e sede.

Hoje, diante da reclamação mundial, Israel permite a entrada de 155 caminhões/dia — menos de um terço do que entrava antes, e após meses sem nada. Neles, além de alimentos, há medicamentos e outros itens indispensáveis, que faltam em Gaza. Mas muito aquém da necessidade da população, que, literalmente, morre de fome.

Essa é a nova estratégia de Netanyahu e do governo de Israel. Diante da grita mundial contra os bombardeios sobre a população civil, a fome passou a ser a arma usada por Israel para matar os palestinos em Gaza.

A denúncia é do Chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell. Por isso é urgente um cessar-fogo e uma abertura para a entrada de ajuda humanitária já.




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EUA lançam 66 'pacotes de refeição' e 65 toneladas de bombas sobre Gaza

Três aviões militares dos Estados Unidos despejaram alimentos hoje na Faixa de Gaza, conforme anunciado ontem pelo presidente Joe Biden.

Segundo a AFP, foram "66 pacotes de refeição no total, sem carne de porco", acrescentando que ainda não há informações sobre quantas toneladas foram entregues. De acordo com a CNN, os pacotes não contêm água ou medicamentos.

— Realizamos um lançamento aéreo combinado de assistência humanitária em Gaza — disse à AFP um funcionário do Comando Central dos EUA na região (Centcom) sob condição de anonimato. 

Esta vai ser a notícia em todos os jornais de nossa mídia, sem ponderar que a ajuda dos EUA não é nada comparado ao que é dado a Israel para destruir Gaza e matar, até o momento, mais de 30 mil palestinos, 70% deles mulheres e crianças, e ferir e desaparecer com outros 70 mil. 

São 66 "pacotes de refeição" por um lado e 65 toneladas de bombas lançadas sobre Gaza por Israel, com armas vindas e/ou financiadas pelos Estados Unidos.

Apenas no mês de novembro do ano passado, a Câmara dos EUA aprovou uma ajuda de US$ 14 bilhões a Israel para continuar o genocídio que horroriza o mundo.

O que representam esses "pacotes", que não têm água nem medicamentos, se os Estados Unidos votam contra decisão da ONU de exigir um cessar-fogo imediato de Israel, que com isso continua a cometer seus crimes de guerra, como ontem, quando assassinou mais de uma centena de palestinos famintos que brigavam por pacotes de farinha de caminhões de ajuda humanitária?

É a hipocrisia usual dos Estados Unidos, que apoiam a destruição para depois venderem  reconstrução. No caso de Gaza, nem isso.

Toda ajuda aos palestino em Gaza é válida. Mas a dos EUA deveria vir acompanhada de uma exigência de um cessar-fogo humanitário imediato para que possam entrar centenas de caminhões com ajuda em alimentação, água e medicamentos. 

São quase dois milhões de pessoas em desespero. 800 mil crianças. Várias feridas, amputadas e órfãs, vítima de genocídio por Israel, que o governo dos EUA encampa e financia.

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Biden fala em cessar-fogo em Gaza no Ramadã. Esperança de paz

O presidente dos Estados Unidos Joe Biden deu uma declaração que dá a todos uma esperança de paz.

“Minha esperança é que tenhamos um cessar-fogo até a próxima segunda-feira”, disse Biden aos repórteres durante uma viagem a Nova York, quando questionado sobre quando começaria uma trégua. “Estamos perto, ainda não chegámos lá”, disse o presidente democrata, que garantiu que o acordo para uma trégua que se estenderia durante o mês sagrado muçulmano do Ramadã, que começa em 10 de março, “para nos dar tempo para remover todos os reféns." [Página 12]

O plano, mediado pelo Egito, Qatar, Estados Unidos, França e outros, visa um cessar-fogo de seis semanas e a libertação dos reféns israelenses detidos em Gaza desde os ataques do Hamas, em 7 de Outubro. Poderia também incluir a libertação de centenas de palestinos presos em prisões israelenses.

As expectativas são positivas não apenas da parte de Biden. 

“Queremos ver uma pausa humanitária imediata que permita a libertação segura de reféns e um aumento significativo na entrada de ajuda em Gaza, o que poderia então levar a um cessar-fogo sustentável e de longo prazo”, disse o porta-voz de Downing Street, gabinete oficial do primeiro-ministro Rishi Sunak.“Embora seja um desafio, uma pausa negociada nos combates está ao nosso alcance e instamos todas as partes a aproveitarem a oportunidade para conseguir isso."

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed Al Ansari, afirmou que defende uma trégua antes do Ramadã e que está "esperançoso", embora não necessariamente otimista, de chegar a um anúncio nas próximas horas. Um representante israelense, sob condição de anonimato, disse ao portal de notícias Ynet que “a tendência era positiva”. 

No boletim informativo do jornal israelense Haaretz de hoje, o cessar-fogo  começaria durante o Ramadã.

"Israel e o Hamas querem concluir o acordo de reféns no próximo mês, para coincidir com o Ramadã. Segundo fontes estrangeiras, ambos os lados gostariam que o acordo entrasse em vigor perto de 10 de março, quando começa o Ramadã."

Que o cessar-fogo aconteça o mais rápido possível é o desejo da humanidade, que olha com preocupação a situação de fome que atinge mais de um milhão de palestinos em Gaza, 70% deles mulheres e crianças. Como dizia nosso Betinho, "a fome tem pressa". Uma pausa humanitária durante o Ramadã acende a esperança. 

Mas fato é que tudo isso se choca com a disposição de Netanyahu de não dar trégua ao Hamas, pois considera que isso dará tempo para que se reorganizem. 

No entanto, Netanyahu está muito pressionado. Os protestos pela sua condução da guerra estão cada vez maiores não apenas no mundo, mas dentro de Israel, onde sua aprovação caiu para apenas 15% dos israelenses. Como ele reagirá?

 

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Não só Lula. 50 pesquisadores do Holocausto criticam Israel por 'incitamento ao extermínio'

Enquanto nossa mídia continua vocalizando as ofensas do Chanceler de Israel Israel Katz ao presidente Lula e o tratamento humilhante dado ao nosso embaixador naquele país, é bom lembrar que a fala de Lula comparando ações do governo de Israel às de Hitler foi usada antes, no início do ano, por 50 pesquisadores do Holocausto.

Eles escreveram uma carta ao presidente do Yad Vashem [memorial oficial de Israel para lembrar as vítimas judaicas do Holocausto] , Dani Dayan, para expressar um "apelo moral inequívoco condenando o discurso público que apela ao extermínio e à prática de crimes de guerra e crimes contra a humanidade em Gaza".

O jornal israelense Haaretz publicou a matéria com destaque, usando inclusive a palavra "genocídio", que não foi dita por Lula: 

"50 pesquisadores do Holocausto pedem ao Yad Vashem para condenar o discurso público israelense pedindo genocídio em Gaza

"O 'incitamento ao extermínio' ouvido nas palavras de autoridades e personalidades israelenses 'pode atingir o estágio do genocídio', dizem os investigadores. Eles estão convocando o Yad Vashem para aprender com as lições do Holocausto".

São pesquisadores do Holocausto fazendo advertência ao governo de Israel por práticas semelhantes aos do Holocausto. Antes de Lula.

Na carta, os investigadores citam políticos eleitos, personalidades dos meios de comunicação social e pessoas nas redes sociais de Israel que fizeram declarações neste espírito, semelhantes às citadas na acusação contra Israel que foi submetida ao Tribunal Internacional de Justiça em Haia pela África do Sul.

"Nós, os abaixo assinados, sabemos pela história judaica e humana, especialmente pelo estudo do Holocausto e da sua memória, que o incitamento ao extermínio e à prática de crimes graves, usando uma linguagem que cria a desumanização e a incriminação de todos os membros de um grupo rival dentro de um conflito, são em muitos casos um primeiro passo para cometer crimes que podem atingir o estágio de genocídio", escreveram os pesquisadores.

A carta é assinada por pesquisadores da Universidade Hebraica, da Universidade de Tel Aviv, da Universidade de Haifa e da Universidade Ben Gurion.

Portanto, como disse o assessor para assuntos internacionais da presidência da República, Celso Amorim, comentando a frase do Chanceler de Israel de que Lula deveria se desculpar por suas palavras ( “O que está acontecendo na Faixa Gaza não existe em nenhum outro momento histórico, aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”):

— "Não há hipótese de pedido de desculpas. Quem tem que pedir desculpas é Israel, e não é ao Brasil, mas à humanidade".






Lula gritou: 'O rei está nu!' e agora EUA e UE pedem cessar-fogo em Gaza

Todos conhecemos a história criada pelo escritor dinamarquês Hans Christian Andersen sobre um rei muito vaidoso, que contratou um alfaiate que lhe prometeu a roupa mais linda do mundo, "mas que só poderia ser apreciada por pessoas inteligentes".

O rei deu ao alfaiate tudo o que lhe pediu: uma fortuna para comprar linhas de ouro, tecidos os mais finos.  Mas nada da roupa ficar pronta.

Um dia, o rei foi ao ateliê do alfaiate espertalhão e o encontrou fazendo gestos no ar, como se marcasse e cortasse panos imaginários. O rei não via nada, mas lembrou-se do que o alfaiate lhe dissera, que sua roupa seria vista apenas por "pessoas inteligentes", e para não fazer papel de burro mostrou-se empolgado.

Pronto o "traje", o rei saiu pelas ruas, cercado por seus acólitos, todos maravilhados com a "roupa nova" do rei, até que uma criança gritou

— O rei está nu!!

Mais ou menos foi o que aconteceu com a declaração de Lula na África, quando denunciou que a ação de Israel contra os palestinos é similar à de Hitler contra os judeus, que todos estamos vendo, mas a mídia ocidental teima em dizer que é apenas "direito de defesa de Israel", como os acólitos elogiavam a "roupa nova" do rei:

Lula: "É preciso parar de ser pequeno quando a gente tem que ser grande. O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existe um nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu, quando Hitler resolveu matar os judeus".

Lula denunciou o crime de Israel como o menino que gritou a nudez do rei.

A mídia ocidental, entre elas a mais acocorada de todas  a nossa  caiu em cima de Lula, criticando sua declaração cristalina.

No entanto, em seguida, como que subitamente cientes da nudez do rei (o genocídio em Gaza), a União Europeia, pela quase totalidade de seus membros (de fora apenas a Hungria) pede a interrupção do morticínio:

Vinte e seis dos 27 países da União Europeia pedem "uma pausa humanitária imediata que leve a um cessar-fogo sustentável" em Gaza, disse o chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, a repórteres nesta segunda-feira.

Borrell acrescentou que os 26 países concordaram em "exigir uma pausa humanitária imediata que leve a um cessar-fogo sustentável, à libertação incondicional dos reféns e à prestação de assistência humanitária". [Agência Brasil]

Até os Estados Unidos pedem por um cessar-fogo pela primeira vez:

Na tentativa de esvaziar uma proposta da Argélia, que prega cessar-fogo imediato e deve ser votada hoje no Conselho de Segurança das Nações Unidas, os EUA apresentaram seu próprio texto, pela primeira vez falando em "cessar-fogo".

Segundo a Reuters, a proposta "sublinha o seu [dos EUA] apoio a um cessar-fogo temporário em Gaza o mais rapidamente possível, com base na fórmula da libertação de todos os reféns, e apela ao fim de todas as barreiras à prestação de assistência humanitária em grande escala".

O texto também condena a decisão de Israel de fazer uma incursão terrestre em Rafah, para onde centenas de milhares de palestinos de Gaza fugiram e hoje vivem em tendas.

 
A declaração de Lula acordou o mundo para o genocídio em Gaza e pôs a nu a desculpa de Israel de que está apenas exercendo seu direito de defesa, quando destrói hospitais, escolas, mesquitas, igrejas, ambulâncias, assassina jornalistas, mata quase 30 mil civis, 70% deles mulheres e crianças, sob pretexto de que existem "malvados terroristas" do Hamas escondidos nos hospitais, escolas, mesquitas, igrejas, ambulâncias, ou atrás dos jornalistas, no meio de quase 30 mil civis, debaixo da saia das mulheres e em meio aos brinquedos das crianças.

— O rei está nu!! — disse Lula. E o mundo viu.

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Globo diz: 'Disparos de tanque matam'. Quem os acionou, O Globo não diz

O servilismo de nossa mídia em relação aos Estados Unidos e por extensão a Israel beira o ridículo. Agora "tanques disparam". 

"Disparos de tanque matam nove pessoas abrigadas em prédio da ONU na Faixa de Gaza, diz chefe local da organização", informa (?) a manchete.

Qualquer hora vamos ler que "revólver matou", "fuzil matou", "granada explodiu".

Mas, quem apertou o botão para o tanque disparar? Quem puxou o gatilho do revólver e do fuzil? Quem retirou o pino e lançou a granada?

O policial Mariel Mariscott, que depois passou para o outro lado, era muito famoso aqui no Rio nas décadas de 1960 e 1970, com sua pinta da galã de telenovela. Numa entrevista ao Pasquim, perguntado sobre sua fama de matador, deu uma resposta que poderia servir à perfeição às matérias do Globo sobre Israel:

Eu não mato ninguém, só faço o furo. Quem mata é Deus.

O Globo diria: "furo matou Fulano", porque também não compraria uma briga com Deus.

Nem no corpo da matéria há a informação de que foram as Forças Armadas de Israel que mataram as pessoas abrigadas em um prédio da ONU em Gaza.Porque pegaria mal dizer que Israel ataca prédios da ONU.

O problema é que o Hamas não tem tanques. Então, "os disparos de tanque que matam" são disparos de Israel.

Aliás, é bom fazer uma comparação entre as forças dos dois lados, tratados pela mídia comercial como se fosse uma guerra e não um massacre.


Forças do Hamas


Dados da inteligência de Israel dão conta de que o Hamas tinha no início 30 mil combatentes, mesmo número de foguetes. A maioria fabricados dentro de Gaza, com um alcance de 10 quilômetros a 250 quilômetros. O grupo utiliza escombros, como partes de metal, canos e vergalhões, para montar novas armas. O exército do Hamas conta ainda com fuzis e armas pequenas. Além disso, conta com drones para monitoramento que são armados e também utilizados nos combates.

 

Forças de Israel

 

Atualmente, Israel tem 173 mil militares na ativa e 300 mil reservistas convocados. E mais 160 mil que ainda não o foram.

Em relação à capacidade aérea e terrestre, o exército israelense conta com 601 aeronaves, 126 helicópteros, 2.200 tanques de guerra — muitos deles vistos na fronteira com Gaza — e 56.290 veículos blindados. [CNN]

Segundo O Globo — mas não apenas ele, Folha e Estadão também —, todas essas aeronaves, esses helicópteros, tanques de guerra, blindados, de vez em quando dá um louca neles e e eles "disparam" como os tanques "assassinos" da manchete...


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Só a guerra mantém Netanyahu no poder; por isso ele não permite a paz

Não importa a solução que lhe tragam para um cessar-fogo imediato em Gaza, a resposta de Netanyahu será a mesma e definitiva: paz apenas com a libertação de todos os reféns e a autodissolução do Hamas — que ele sabe ser impossível.

Afinal, após 115 dias de intenso bombardeio, que provocou o deslocamento de quase dois milhões de palestinos, a destruição de suas terras, escolas, igrejas, hospitais, a morte de 25 mil deles, sendo quase 18 mil mulheres e crianças, Netanyahu só conseguiu neutralizar 1/3 da força do Hamas. Ainda há em torno de 20 mil combatentes em armas contra as Forças Armadas de Israel.

As agências de inteligência dos EUA estimam que as forças israelenses mataram 20 a 30 por cento da força de combate do Hamas em Gaza, um pouco abaixo da estimativa de Israel de 10.000 combatentes mortos, informou o WSJ. As autoridades estimam que o Hamas ainda tem munições suficientes para continuar a lutar durante meses, afirma o relatório. [Haaretz]
Uma pesquisa do Instituto de Democracia de Israel (IDI) divulgada no início do ano mostrou que somente 15% dos israelenses apoiam a permanência de Benjamin Netanyahu como primeiro-ministro após o fim da guerra do país com o Hamas.

Nova pesquisa, divulgada pela CNN hoje, aponta uma derrota do partido de Netanyahu. Embora novas eleições estejam marcadas apenas para outubro de 2026, elas podem ser antecipadas, e muitos desejam que elas ocorram agora, ainda durante a guerra, tal a impopularidade do primeiro-ministro.

Benny Gantz, um opositor e ex-ministro da Defesa que se juntou ao gabinete de guerra de Netanyahu após os ataques de 7 de outubro, seria o maior vencedor, sugere a pesquisa para o Channel 13 da CNN. Seu partido da Unidade Nacional ganharia 37 assentos, segundo a pesquisa. O partido Likud de Netanyahu ganharia 16 com ele no comando, e o partido Yesh Atid do ex-primeiro-ministro Yair Lapid viria em terceiro lugar com 14, sugerem projeções.


A mesma pesquisa apontou que uma maioria de 53% acha que Netanyahu luta por interesses pessoais, para salvar sua pele do julgamento de três crimes que lhes são imputados: 

Netanyahu é suspeito de ter aceitado presentes caros de empresários ricos em troca de favores oficiais, além de oferecer benefícios regulatórios e financeiros a 2 magnatas da mídia em troca de uma cobertura positiva da imprensa.

Só uma vitória consagradora poderia mantê-lo no cargo e talvez livrá-lo das acusações. A maioria do povo de Israel, segundo a pesquisa, já percebeu isso. Mas ele não tem alternativa: é vencer ou vencer.

Fica evidente que a única chance de paz é a destituição de Netanyahu. Com ele no poder segue a guerra de extermínio.

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