Repórteres nos aeroportos para provocar notícia
Vamos falar sério. Já está ridícula a cobertura da imprensa nos aeroportos. Chuva, nevoeiro, mau tempo sempre causaram atrasos em vôos – e não somente no Brasil, mas em qualquer lugar do mundo.
No entanto, para nossas emissoras de TV parece que não. Repórteres espalhados pelos principais aeroportos estão à procura de um fato espetacular, de preferência com vítimas. E ele certamente virá, mais dia, menos dia.
Há alguns meses, um covarde-valentão (ou valentão-covarde, se preferirem) agrediu a funcionária de uma companhia aérea. Na ocasião, pessoas intervieram e o tumulto parou por ali – ainda mais, porque o valentão ficou calminho quando confrontado por outro homem.
Mas as reportagens a todo momento, os Ao Vivo a toda hora funcionam como isca, parecem dizer “quem quer aparecer na TV?”, “quem quer ser notícia no Jornal Nacional?”. E há quem seja capaz de tudo para aparecer na telinha.
Mas o que a gente quer saber, ninguém responde: por que esses estranhos problemas sintomaticamente passaram a aparecer nos aeroportos brasileiros imediatamente após a colisão do Boeing da Gol com o jatinho pilotado por dois americanos e que causou a morte de 154 brasileiros?
Clique aqui e receba gratuitamente o Blog do Mello em seu e-mailNão existe democracia nos Estados Unidos, nem na Inglaterra, Canadá, México, Peru e Espanha
Do jornalista Janio de Freitas, na Folha, hoje:
O jornalismo brasileiro faz ao mundo uma revelação fenomenal: se ainda sobrevive em aparência, há muito a democracia está extinta em países como Inglaterra, Canadá, México, Peru, Espanha e, mais ainda, EUA, para citar só alguns.Clique aqui e receba gratuitamente o Blog do Mello em seu e-mail
Já que, segundo informa e ensina o jornalismo brasileiro, tevês e rádios livres para o que queiram são a medida da democracia e da legalidade, é forçoso concluir que aqueles países preferiram outros regimes. Uma pesquisa do jornalista chileno Ernesto Carmona verificou que em todos tem havido não renovação e cassações de canais. Só nos Estados Unidos ele encontrou 102 não renovações, em 141 extinções de tevês e rádios.
Ernesto Carmona é presidente do Colegio de Periodistas de Chile, associação dos jornalistas chilenos.
Nos EUA, homem morto há mais de um ano é encontrado com a TV ligada
Tá certo. É notícia. E é curiosa. Mas conheço gente que está morta há bem mais tempo em frente à TV e nem por isso é notícia. Pelo contrário, produz notícia.