"(...)...Os jornais e os jornalistas, os artistas, os intelectuais e os políticos que protagonizam esses ataques sabem de quem estão falando. Conhecem nossas trajetórias. Lembram-se de mim associado à trajetória do PT, mas também à memorável batalha de Betinho 'Pela Ética na Política'. Sabem que constatar as transgressões como inevitáveis não é o mesmo que defendê-las. É lamentável que o sistema político exija um pragmatismo que suja as mãos, mas é só pelo reconhecimento da existência dessas mazelas que poderemos superá-las.
Todos sabem que falei coisas óbvias, que dispensariam explicações em outro contexto e momento. Temos um sistema de financiamento privado de campanhas que a todos contamina. Com esse sistema, acaba a fronteira entre o público e o privado. Quem tiver mais acesso aos endinheirados arrecada mais, obrigando-se, nos cargos públicos, a responder com reciprocidade.
Enquanto fez campanhas vendendo bonés e estrelinhas, o PT não teve chances de chegar ao poder. Em 2002, diante do favoritismo de Lula, os cofres se abriram. E o partido se envolveu com forças das quais deveria ter guardado distância. Errou por fazer o que todos sempre fizeram.
Nem por isso devem ser linchados os que, mesmo condenando esse erro, defendem a reeleição de Lula pela qualidade do governo que vem fazendo, voltado para os mais pobres, dando-lhes mais poder de compra e alguma chance de ascensão social. Por estar vivenciando a melhora de suas vidas, e não por amoralismo, é que a maioria dos eleitores o apóiam, segundo as pesquisas. Nosso sistema político permite a eleição direta do presidente da República, mas não lhe garante a governabilidade. A profusão de partidos dispersa o voto para a Câmara. Lula teve 52% dos votos em 2002, mas o PT ficou com 17% das cadeiras.
Em busca da maioria, todos os presidentes têm sido obrigados a buscar acordos e alianças. Acabam dependendo do apoio das forças do atraso político, que, em troca, pedem cargos, verbas e mesmo recursos financeiros com a desculpa de que têm dívidas de campanha.(...)"
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Engracado que o PT nunca disse que as transgressoes eram inevitaveis... sempre disse que faltava etica na politica ou que faltava vontade politica ou que estavam no poder eram um bando de corruptos....
ResponderExcluirA proposito, Paulo Betti soh esqueceu de mencionar qual o programa do governo Lula ele defendia ao dizer que era preciso "botar a mao na merda". Estaria ele se referindo ao Prouni? Ao Bolsa-familia??
E ainda tenta reescreer a historia dizendo que o crime do PT foi "apenas" caixa-dois .. .esquece-se e mencionar a COMPRA DE DEPUTADOS para que votassem com o governo, para que mudassem de partido... ou serah que isso jah nao eh mais crime??
Os pensadores(??!!) petistas sao geniais... he he he
Pena que o próprio Paulo Nogueira Batista, ele mesmo um ex(?)-petista, comentou que se tratou sim de um convescote de amizade e apoio ao estilo Lula de governo: qualquer meio justifica os fins.
ResponderExcluirPaulo Betti tenta livrar a cara do que disse, mas perceba que ele não nega tê-lo dito. Isso já explica tudo - inclusive a piada da tal hipocrisia, que nada mais é a tática de jogar no outro a merda (usando a linguagem lulística) que você próprio produz.
Ricardo,
ResponderExcluirvocê está confundindo as coisas. O Paulo Nogueira não tem nada a ver com o encontro do Rio, mas com outro, em SP.
O Paulo Betti em nenhum momento afirma que não houve, da parte dele, apoio a Lula. Mas também não afirmou, em momento algum, que qualquer meio justifica os fins.
Meias verdades não formam uma verdade inteira, mas, geralmente, são utilizadas para produzir uma mentira - como é o caso.
Tampouco, ele tentou livrar a cara. Reafirmou o que disse, tentou apenas contextualizar. Pelo visto, sem sucesso - ao menos com você.
Publiquei parte do artigo dele, especialmente por causa disso, que acho pertinente:
"Nosso sistema político permite a eleição direta do presidente da República, mas não lhe garante a governabilidade. A profusão de partidos dispersa o voto para a Câmara. Lula teve 52% dos votos em 2002, mas o PT ficou com 17% das cadeiras.
Em busca da maioria, todos os presidentes têm sido obrigados a buscar acordos e alianças. Acabam dependendo do apoio das forças do atraso político, que, em troca, pedem cargos, verbas e mesmo recursos financeiros com a desculpa de que têm dívidas de campanha."