A Casa da Dinda do ministro Marco Aurélio de Mello

Antes que eu sofra um processo do tamanho do novo prédio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), quero deixar claro que a comparação que faço no título entre os jardins da Casa da Dinda de Fernando Collor e o novo prédio do TSE, presidido pelo primo de Collor, ministro Marco Aurélio de Mello, está relacionada apenas à monumentalidade de ambos. São obras supérfluas, absurdas e faraônicas, totalmente desvinculadas das necessidades do país em que uma foi feita e a outra o será.

O novo prédio do TSE custará a bagatela de R$328,5 milhões. Quase um milhão de salários mínimos.

Sei que a obra já estava prevista, quando Marco Aurélio de Mello assumiu a presidência do TSE. Mas ele é favorável a ela, segundo li em O Globo. “[O ministro] alega que o plenário do tribunal é muito pequeno e, em ocasiões importantes, como a diplomação dos presidentes da República, o número de convidados é reduzido.”

Mas, ministro, gastar mais de R$300 milhões apenas para aumentar o número de convidados para as posses presidenciais não é demais?...

O novo prédio terá nove andares, um anexo e 116 mil metros quadrados de área construída — doze vezes maior que a sede atual. É maior que a área construída do estádio do Morumbi (112 mil metros quadrados) e pouco menor que a do Maracanã (118 mil metros quadrados). Ou o equivalente a 14 vezes a área dos campos de futebol dos dois estádios. Como o TSE tem apenas sete ministros, isso dá dois Maracanãs ou Morumbis para cada um deles.

Quem antes sofria de claustrofobia vai passar a sofrer de agorafobia.

Olha no espelho pra ver quem vai pagar a conta do tratamento...