segunda-feira, 2 de abril de 2007

Notícias Desaparecidas: Por que não se investiga o que foi levantado na CPI do Banestado?

Eu já havia feito uma postagem aqui cobrando isso. Repito-a agora. Quem sabe dessa vez...

Falta uma CPI

(...) tudo isso aconteceu e continua acontecendo por conta da “abortada” CPI do Banestado.

Para quem não está ligando o nome à coisa, esclareço: a CPI do Banestado estava investigando mutretas com as CC-5, contas assim chamadas porque foram criadas por uma carta circular n° 5 do Banco Central.

As CC-5 não permitiam fazer movimentação em dinheiro do Brasil para o exterior, e vice-versa, acima de R$ 10 mil. Até que no governo FHC o Banco Central estabeleceu uma autorização especial para movimentação acima desses valores, alegando que a finalidade era facilitar o repatriamento dos dólares movimentados na fronteira Brasil-Paraguai.

Apenas cinco bancos foram autorizados a fazer essa movimentação: Banco do Brasil, Banco Real, Banestado (que era o banco do estado do Paraná), o Bemge (banco do estado de Minas Gerais) e o Araucária.

Se os outros eram ou megabancos ou banco médios, o Araucária...bem, o Araucária tinha duas agências, uma em Curitiba e outra em Foz do Iguaçu, e num andar alto. Por que ele entrou na autorização, em meio a bancos graúdos, não sabemos, já que a CPI ficou pelo meio do caminho. Mas dizem que é um banco relacionado à família de um famoso senador por Santa Catarina...

Acontece que, a partir dessa autorização, o uso das CC-5 explodiu. Dinheiro vinha do Brasil todo, “passava” por Foz, ia e voltava, numa lavagem fenomenal que atingiu a cifra espantosa de 75 bilhões de reais. O que, ao câmbio de hoje, dá mais de 30 bilhões de dólares.

Em entrevista à revista Caros Amigos de setembro, o procurador da República Vladimir Aras declarou que a desfaçatez chegou a tal ponto que carros-fortes saíam de uma agência de banco em Foz do Iguaçu, davam uma volta na praça e retornavam, fingindo que haviam ido até o Paraguai. Levavam o dinheiro para passear e ele voltava limpinho, incrível, não?

No entanto, apesar – ou por causa – desse vasto material colhido pelo Ministério Público, a CPI deu em nada. Muitas acusações foram feitas – inclusive ao relator e ao presidente dela –, mas o resultado foi nenhum.(...)


Por que não se investiga a fundo? Por que o assunto desapareceu do noticiário? Se alguém tiver alguma informação sobre mais essa Notícia Desaparecida, envie-a aqui para o blog.

2 comentários:

  1. Anônimo9.1.09

    Mello, o delegado Protógenes participou desta investigação e ele conta tudo na revista Caros Amigos de dezembro de 2008. Ela está parada porque envolve gente muito graúda e safada e que estão lá no Congresso, protegidas, blindadas.

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  2. Anônimo14.2.09

    A revista IstoÉ, em 2 de julho de 2003, fez uma ampla reportagem sobre o caso Banestado. Nome de figurões tucanos e Demos figuram no rol de acusados por movimentações suspeitas. Precisa-se de uma vasta e larga investigação, mas tem coragem de enfrentar esse bando?

    Enquanto isso, o povo brasileiro segue enganado por essas figuras que deveriam estar, no mínimo, presas porque não permitem que a Polícia faça o que lhe compete, ou seja, atrapalham a imprescindível investigação.

    Segue o link da reportagem:
    http://www.terra.com.br/istoedinheiro/305/economia/305_nomes_provas.htm#

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