Governo mentiu. Documento mostra que cloroquina enviada a Yanomami é para COVID-19. 'Genocídio', diz médico da Fiocruz


Reportagem de Diogo Prazeres em O Globo desmente versão do governo de que 13,5 mil comprimidos de cloroquina enviados para tratamento dos yanomami são apenas para malária para o que é realmente eficiente.
Uma ata de reunião promovida pelo Ministério Público Federal (MPF) em Roraima no dia 2 de julho mostra que o coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Leste, Tércio Pimentel, admitiu que a cloroquina enviada pelo governo faz parte de um kit dado pelo Ministério da Saúde para o tratamento da Covid-19.
“O Coordenador do DSEI-L (DSEI Leste) informou que a cloroquina compõe o kit de medicamentos a serem utilizados mediante prescrição médica e aceitação por escrito do paciente no tratamento de pessoas infectadas por Covid-19”, diz um trecho da ata ao qual O GLOBO teve acesso.
O médico Paulo Basta, da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), criticou duramente a utilização de cloroquina nos índios, já que o medicamento não tem sua eficiência comprovada; pelo contrário, foi retirado do protocolo de medicamentos contra a COVID-19 até pelos Estados Unidos, que dividia com o Brasil a defesa da cloroquina.
— A cloroquina tem o potencial de apresentar diversos efeitos adversos graves, incluindo hipotensão, vasodilatação, supressão da função miocárdica, arritmias cardíacas e parada cardíaca sobre o sistema cardiovascular, e confusão, convulsões e coma sobre o sistema nervoso central. É inadmissível o Estado brasileiro atentar de maneira tão agressiva contra a saúde dos povos originários do país. Essa ação revela de maneira inequívoca o plano genocida do atual governo — disse o médico.




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