Governo Bolsonaro compra por R$ 1,6 bi vacina em fase de testes de empresa investigada por participar de organização criminosa


Reportagem de Hugo Marques na revista Veja informa que o ministério da Saúde de Bolsonaro, comandado pelo general Cloroquina Pazuello, que se recusa a comprar a única vacina que tem o registro definitivo da Anvisa, a Pfizer, comprou por R$1,6 bilhão a vacina indiana Covaxin, de quem ninguém nunca ouviu falar e que se encontra em fase de testes, alegando que a Pfizer tinha cláusulas no contrato (iguais a todos os da América Latina e aceitas pelos outros países) que o Brasil não poderia aceitar.

Mas aceitar pagar por uma vacina ainda em fase de testes pode? E, pior: segundo a reportagem, a empresa intermediária do negócio está envolvida em investigação por venda de testes de COVID fora do padrão e superfaturados ao governo do Distrito Federal.
A empresa vendeu testes de Covid-19 superfaturados ao governo do Distrito Federal após uma licitação fraudada, na qual foi a maior beneficiária, segundo investigações em curso. Em razão disso, é investigada como participante de uma organização criminosa e deverá ser denunciada ainda neste ano.
A empresa ofereceu 300 mil testes de coronavírus por 125 reais cada um, somando 38,4 milhões de reais. O preço de uma concorrente, segundo o MP, era de 75 reais por teste. A Precisa entregou 150 mil testes à Secretaria de Saúde do DF em 12 de maio de 2020. Segundo o MP, o produto era diferente do acordado: “Em mais uma manobra fraudulenta, os integrantes da organização criminosa, em conluio com as empresas beneficiadas, permitiram que a Secretaria da Saúde recebesse material diverso do contratado”. Em julho passado, em razão da investigação, a Justiça de Brasília decretou o bloqueio dos pagamentos do governo local à Precisa e outras duas empresas.
O contrato [para a compra da Covaxin pelo ministério da Saúde] foi firmado sem licitação por 1,6 bilhão de reais. Pelo menos três pontos chamam a atenção nessa parceria. Primeiro: a Covaxin ainda está na terceira fase de testes na Índia e não tem autorização para uso no Brasil. Segundo: o preço de cada dose é mais alto do que o de outros fármacos, inclusive daqueles que já têm autorização da Anvisa para ser aplicados no país. Cada dose de Covaxin custará ao governo brasileiro 14,9 dólares. No contrato do Butantan com o Ministério da Saúde, assinado em janeiro, a dose da CoronaVac saiu por 10 dólares. Já no primeiro lote de 2 milhões de vacinas da AstraZeneca importadas pela Fiocruz o preço foi de 5 dólares a dose. O terceiro ponto é o mais preocupante. A Precisa Comercialização de Medicamentos tem um histórico recente de problemas com fornecimento de materiais na área de saúde e está no centro de um escândalo de corrupção.
Além da incompetência acintosa (chegou a mandar 78 mil vacinas para o Amapá e 2 mil para o Amazonas, quando o certo seria o contrário), o ministério da Saúde do general (da ativa do Exército) Pazuello se vê envolvido agora numa suspeita de corrupção.
 
E mais de 251 mil brasileiros já pagaram com a vida a condução genocida da pandemia pelo general ministro e seu chefe, o capitão "mau soldado" [na avaliação do ex-presidente da ditadura general Geisel] Bolsonaro.




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