7 pessoas e um possível crime: Da reunião com Bolsonaro quem passou a informação que gerou lucro de R$18 mi com ações da Petrobras?


Na quinta, 18 de fevereiro, às 16h45, Bolsonaro começa uma reunião com apenas mais seis pessoas envolvidas: ministros Bento Albuquerque, das Minas e Energia, Paulo Guedes, da Economia, Tarcísio Freitas, da Infraestrutura, além dos generais Luiz Eduardo Ramos, Walter Braga e Augusto Heleno. 
 
Nessa reunião, ficamos sabendo depois, foi decidida a troca de comando na Petrobras com a saída do homem do Mercado Roberto Castello Branco da presidência da estatal.
 
Vinte minutos após o término da reunião, alguém comprou 2,6 milhões de opções da Petrobras.  Apenas nove minutos depois comprou mais 1,4 milhões de opções, num total de 4 milhões de opções, pelas quais pagou R$160 mil. Essas opções só seriam lucrativas se houvesse forte queda nas ações da Petrobras.
 
Na mesma quinta, à noite, Bolsonaro diz que "alguma coisa vai ser feita na Petrobras". As ações começam a cair na sexta. Na noite de sexta é anunciada a substituição do presidente da Petrobras.
 
Na segunda, as ações da Petrobras despencam e quem comprou as 4 milhões de opções fatura R$18 milhões. Nada mal pra quem investiu R$160 mil.
 
Chamam a atenção para o caso a imensa quantidade de opções compradas - 4 milhões, quando o máximo que havia sido adquirido até aquele momento eram 86 mil. E a sincronicidade com a reunião presidencial.
 
Alguém saiu da reunião e abriu o bico para alguém que foi à Bolsa e lucrou, com a intenção de uma rachadinha ou projeto pessoal.
 
Fato é que a Comissão de Valores Mobiliários CVM começa a investigar o caso e não deve ser difícil saber o nome do integrante da reunião presidencial que intermediou a jogada. As duas compras foram feitas através da corretora Tullet Prebon, que deve informar à CVM quem deu a ordem de compra.
 
Aí se chega ao vazador da insider trading, o homem da informação de cocheira, um termo do Jockey que cabe bem numa reunião comandada por Bolsonaro. O lucro, como já disse aqui, daria para comprar três mansões iguais à que Flávio Bolsonaro adquiriu em Brasília.
 
O mérito do furo de reportagem é de Malu Gaspar, de O Globo.




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