A morte é políticaQuanto mais demorarmos a vacinar a população contra a Covid-19, mais gente morrerá. Escrevi isso no dia 9 de dezembro, quando o país chegava a 180 mil óbitos e testemunhávamos a primeira pessoa no mundo a ser imunizada, uma britânica de 90 anos.
O texto seguia: a incompetência, o desdém e a demora do governo, na figura do presidente, serão culpados por todas as mortes que poderiam ser evitadas com uma vacina. De lá para cá, mais do que dobramos o número de vidas perdidas, e a CPI em curso deve mostrar o que eu disse na ocasião: Bolsonaro é um genocida.
Como não politizar a morte se a política adotada pelo governo federal na pandemia continua a enterrar milhares por dia? É resultado da gestão assassina que ignorou as medidas básicas que poderiam ter protegido a população.
Com quase 415 mil mortos e vacinação em marcha lenta, Jair Bolsonaro segue empenhado em boicotar as poucas maneiras de evitar que a doença continue a devastar o país. Em menos de 24 horas, diz que a obrigatoriedade do uso de máscara “já está enchendo o saco”, sugere que a China faz guerra biológica e volta a ameaçar com decreto as medidas de isolamento adotadas pelos estados.
Nesta terça (4), quando o país inteiro se comoveu com a perda do ator Paulo Gustavo, a tragédia brasileira mais uma vez ganhou um rosto e luto coletivo. Mistura-se à tristeza a revolta contra o governo. A partida do comediante, jovem e brilhante, é o retrato do negacionismo de Bolsonaro. Assim como a de outros milhares, poderia ter sido evitada com uma vacina, se não fosse o desprezo que Bolsonaro tem pela vida, pela ciência, pelas instituições.
A melhor prova é que o Brasil registrou queda no número de óbitos de profissionais da saúde e de idosos que foram vacinados. Paulo Gustavo morreu porque pertencia ao mesmo grupo de risco que todos nós: o de brasileiros governados por um delinquente.
Está claríssimo, e os primeiros dias da CPI do Genocídio só estão reforçando o fato, de que a pandemia se alastra no Brasil sob comando de Bolsonaro.
Não há saída para o Brasil sem a saída dele.
Os Estados Unidos mostraram o caminho. Bastou a saída de Trump e sua troca por Biden para a situação mudar totalmente naquele país, que liderava o número de casos e de mortes, lugar que hoje ocupamos ao lado da Índia, que é governada por outro negacionista, estilo Trump e Bolsonaro.
Aqui no Brasil não adianta trocar Bolsonaro por Mourão, pois vai ser trocar seis por meia dúzia. Mourão é um general como generais são Pazuello, Heleno e os demais que escoltam e endossam o genocídio.
Talvez seja tão negacionista quanto Bolsonaro e com o perigo adicional da patente, de dizer que precisará de mais tempo para consertar o país e tentar o golpe que Bolsonaro ameaça e só não dá porque não tem força para isso.
O país respira por aparelhos e o oxigênio está acabando.
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