Guerra de Israel pode matar de fome mais de 1 milhão de palestinos em Gaza, diz ONU

A guerra de Israel em Gaza causou uma catástrofe humanitária: metade da população, cerca de 2,2 milhões de pessoas, corre o risco de morrer de fome e 90 por cento dizem que passam regularmente um dia inteiro sem comer, de acordo com um relatório recente das Nações Unidas.

Arif Husain, economista-chefe do Programa Alimentar Mundial, declarou o desastre humanitário em Gaza um dos piores que já viu, segundo o The New York Times. O território parece apresentar pelo menos os primeiros critérios de fome, já que 20 por cento da população enfrenta uma extrema falta de alimentos, disse.
“Faço isso há cerca de 20 anos”, disse Husain. “Estive em quase todos os conflitos, seja no Iêmen, no Sudão do Sul, no nordeste da Nigéria, na Etiópia, em todo o lado. E nunca vi nada assim, tanto em termos da sua escala, da sua magnitude, mas também do ritmo em que se desenvolveu.”
A Human Rights Watch acusa Israel de punir coletivamente os civis de Gaza pelas ações do Hamas e de "usar a fome de civis como método de combate". Ambos são possíveis crimes de guerra.

Crime de guerra de Israel


Há mais de dois meses que Israel priva a população de Gaza de alimentos e água, uma política encorajada ou apoiada por altos responsáveis ​​israelenses e que reflete a intenção de matar a população civil de fome como método de guerra”, observou Omar Shakir, diretor da Human Rights Watch para Israel e Palestina.

“Os líderes mundiais deveriam falar contra este crime de guerra abominável, que tem efeitos devastadores sobre o povo de Gaza”, disse ele.
Gaza entrou numa catástrofe humanitária muito rapidamente quando a guerra começou, porque já estava atolada numa crise profunda há muitos anos.

Israel e o Egito impuseram um bloqueio ao território depois de o Hamas ter tomado o poder em 2007, isolando em grande parte a atividade econômica de Gaza do mundo exterior. O bloqueio deixou até 80 por cento dos habitantes de Gaza dependentes de ajuda humanitária mesmo antes da guerra, segundo as Nações Unidas.

Azmi Keshawi, analista da organização de investigação International Crisis Group, disse que embora Israel diga que não considera que a sua guerra seja dirigida contra o povo de Gaza, são os civis que pagam o preço mais elevado.

Thomas White, Diretor para Gaza da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA), fez uma publicação na plataforma social X da agência.

Nela, um comboio com ajuda humanitária é tomado pela população faminta.



Assine e apoie o blog que resiste há 18 anos.