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Genocídio: Israel está matando 300 mil palestinos silenciosamente

Aproximadamente 300 mil palestinos sobrevivem no norte de Gaza com apenas 245 calorias por dia. Um pão francês de 50g tem 140 calorias. 

A maior parte da população do norte da Faixa de Gaza tem sido forçada a sobreviver com uma média de 245 calorias por dia. O montante é inferior a 12% das necessidades médias diárias de uma pessoa estipulado em 2.100 calorias. [Folha]

A fome é aguda e as pessoas estão morrendo silenciosamente dela, enquanto Israel não permite a entrada de ajuda humanitária suficiente. É uma forma de matar em silêncio. O que faz lembrar o poema de João Cabral de Mello Neto:

“E se somos Severinos [palestinos]

iguais em tudo na vida, 

morremos de morte igual, 

mesma morte severina [palestina]: 

que é a morte que se morre 

de velhice antes do trinta 

de emboscada antes dos vinte, 

e de fome um pouco por dia”



Os dados sobre a fome no norte de Gaza foram divulgados em relatório global da Oxfam:

Amitabh Behar, Diretor Executivo da Oxfam Internacional, disse: “Israel está fazendo escolhas deliberadas para matar civis de fome. Imagine como é não apenas tentar sobreviver com 245 calorias todos os dias, mas também ter que observar seus filhos ou parentes idosos fazerem o mesmo. Tudo isto enquanto estavam deslocados, com pouco ou nenhum acesso a água potável ou a uma casa de banho, sabendo que a maior parte do apoio médico desapareceu e sob a ameaça constante de drones e bombas". 

A premiada cineasta e documentarista Julia Bacha, especialista em Oriente, denunciou a situação numa entrevista.

"Trezentos mil palestinos estão vivendo e sofrendo no norte de Gaza por causa das ações de Israel, que está bloqueando a entrada de alimentos em caminhões, que estão esperando para alimentar uma população que Israel está propositalmente deixando morrer de fome”



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Denúncia: Fome é a nova arma de Israel para matar palestinos em Gaza

Muita gente não sabe, mas não é de hoje que o território palestino de Gaza está ocupado por Israel. Há postos que impedem a livre circulação dos palestinos em seu território, prisões arbitrárias e roubo de terras palestinas por colonos israelenses, que alegam que a terra é deles, segundo seu livro sagrado.

Exatamente por ser território ocupado, por ter suas terras de melhor qualidade roubadas por colonos israelenses, o povo de Gaza há anos vive de ajuda humanitária internacional para sobreviver.

Antes do 7 de outubro, quando houve o ataque do Hamas, entravam 500 caminhões com ajuda humanitária por dia em Gaza. Após o 7 de outubro, Israel cortou não apenas a entrada desses caminhões, como também o fornecimento de água e luz. Mandou em troca intensos bombardeios, matando e destruindo tudo, de escolas e universidades a hospitais e até templos religiosos cristãos e muçulmanos.

Se já vivia no inferno, com a guerra a situação dos palestinos piorou muito. São quase dois milhões em insegurança alimentar e um milhão e meio passando fome e sede.

Hoje, diante da reclamação mundial, Israel permite a entrada de 155 caminhões/dia — menos de um terço do que entrava antes, e após meses sem nada. Neles, além de alimentos, há medicamentos e outros itens indispensáveis, que faltam em Gaza. Mas muito aquém da necessidade da população, que, literalmente, morre de fome.

Essa é a nova estratégia de Netanyahu e do governo de Israel. Diante da grita mundial contra os bombardeios sobre a população civil, a fome passou a ser a arma usada por Israel para matar os palestinos em Gaza.

A denúncia é do Chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell. Por isso é urgente um cessar-fogo e uma abertura para a entrada de ajuda humanitária já.




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Guerra de Israel pode matar de fome mais de 1 milhão de palestinos em Gaza, diz ONU

A guerra de Israel em Gaza causou uma catástrofe humanitária: metade da população, cerca de 2,2 milhões de pessoas, corre o risco de morrer de fome e 90 por cento dizem que passam regularmente um dia inteiro sem comer, de acordo com um relatório recente das Nações Unidas.

Arif Husain, economista-chefe do Programa Alimentar Mundial, declarou o desastre humanitário em Gaza um dos piores que já viu, segundo o The New York Times. O território parece apresentar pelo menos os primeiros critérios de fome, já que 20 por cento da população enfrenta uma extrema falta de alimentos, disse.
“Faço isso há cerca de 20 anos”, disse Husain. “Estive em quase todos os conflitos, seja no Iêmen, no Sudão do Sul, no nordeste da Nigéria, na Etiópia, em todo o lado. E nunca vi nada assim, tanto em termos da sua escala, da sua magnitude, mas também do ritmo em que se desenvolveu.”
A Human Rights Watch acusa Israel de punir coletivamente os civis de Gaza pelas ações do Hamas e de "usar a fome de civis como método de combate". Ambos são possíveis crimes de guerra.

Crime de guerra de Israel


Há mais de dois meses que Israel priva a população de Gaza de alimentos e água, uma política encorajada ou apoiada por altos responsáveis ​​israelenses e que reflete a intenção de matar a população civil de fome como método de guerra”, observou Omar Shakir, diretor da Human Rights Watch para Israel e Palestina.

“Os líderes mundiais deveriam falar contra este crime de guerra abominável, que tem efeitos devastadores sobre o povo de Gaza”, disse ele.
Gaza entrou numa catástrofe humanitária muito rapidamente quando a guerra começou, porque já estava atolada numa crise profunda há muitos anos.

Israel e o Egito impuseram um bloqueio ao território depois de o Hamas ter tomado o poder em 2007, isolando em grande parte a atividade econômica de Gaza do mundo exterior. O bloqueio deixou até 80 por cento dos habitantes de Gaza dependentes de ajuda humanitária mesmo antes da guerra, segundo as Nações Unidas.

Azmi Keshawi, analista da organização de investigação International Crisis Group, disse que embora Israel diga que não considera que a sua guerra seja dirigida contra o povo de Gaza, são os civis que pagam o preço mais elevado.

Thomas White, Diretor para Gaza da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA), fez uma publicação na plataforma social X da agência.

Nela, um comboio com ajuda humanitária é tomado pela população faminta.



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Pandemia: Enquanto morriam mais de 6 milhões de pessoas —uma por segundo—, a cada 26 horas surgia um novo bilionário no mundo

Os números da pandemia do coronavírus causador da COVID são terríveis. Até o momento desta postagem são 479 milhões de contaminados e 6,12 milhões de mortos pelo mundo —claro, levando-se em conta apenas os notificados. Segundo a OXFAM, Oxford Committe for Famine Relief (Comitê de Oxford para Alívio da Fome), morre um ser humano de COVID a cada segundo. 

Mas se os números são terríveis para a maioria da humanidade, há quem veja a pandemia com bons e lucrativos olhos: neste período da pandemia, surgiu um novo bilionário a cada 26 horas no planeta.

Os 10 homens mais ricos do mundo mais que dobraram suas fortunas, de US$ 700 bilhões para US$ 1,5 trilhão – a uma taxa de US$ 15 mil por segundo, ou US$ 1,3 bilhão por dia – durante os dois primeiros anos da pandemia de Covid-19. Por outro lado, a renda de 99% da humanidade caiu e mais de 160 milhões de pessoas foram empurradas para a pobreza.

É o que revela o novo relatório da Oxfam, A Desigualdade Mata, lançado neste domingo (16/1).

“Os 10 homens mais ricos do mundo têm hoje seis vezes mais riqueza do que os 3,1 bilhões mais pobres do mundo ”, afirma Katia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil.

No Brasil, são 55 bilionários com riqueza total de US$ 176 bilhões. Desde março de 2020, quando a pandemia foi declarada, o país ganhou 10 novos bilionários. O aumento da riqueza dos bilionários durante a pandemia foi de 30% (US$ 39,6 bilhões), enquanto 90% da população teve uma redução de 0,2% entre 2019 e 2021. Os 20 maiores bilionários do país têm mais riqueza (US$ 121 bilhões) do que 128 milhões de brasileiros (60% da população).

“É inadmissível que alguns poucos brasileiros tenham lucrado tanto durante a pandemia quando a esmagadora maioria da população ficou mais pobre”, afirma Katia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil. “Milhões de brasileiros sofreram com a perda de emprego e renda, enfrentando uma grave crise sanitária e econômica.”

 Leia reportagem completa aqui.

[Clique aqui e conheça a página de meu livro ELA, que acabei de criar no Facebook. Trata de uma mulher, com incrível habilidade com armas, e uma Organização disposta a assassinar todos os bilionários do planeta.]


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Presidente do PT denuncia em vídeo sofrimento da população sob governo Bolsonaro

A presidente do PT Gleisi Hoffmann usou seu o perfil no Instagram para denunciar o governo Bolsonaro:
"Sem palavras para traduzir a tristeza dessas imagens. No Amazonas, a população de Humaitá invadiu um lixão em busca de 5 toneladas de frango estragado que estava enterrado no local. É triste demais que num país que produz tantos alimentos, uns tenham muito e outros não tenham nada. Esse é o Brasil de Bolsonaro!"






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'Aceitamos a desigualdade social entre nós com a mesma naturalidade com que nossos antepassados conviviam com a escravidão' - Dr.Drauzio


Contundente artigo do Dr. Drauzio Varella, na Folha.
Aumento da pobreza e da fome produz alto número de moradores de rua

Aos domingos pela manhã, costumo correr pelas ruas centrais de São Paulo. Com a cidade vazia àquela hora, o trajeto é sempre o mesmo: sigo pela Maria Antônia, Consolação, praça da República, Barão de Itapetininga, Viaduto do Chá, rua Direita e praça da Sé.

Quem vê a praça da Sé de hoje, marco zero da cidade, não acredita que por ali circulavam homens de terno e gravata e mulheres com vestido e bolsa. Às 7h da manhã, a praça é um formigueiro de homens e até mulheres e crianças. Alguns dispõem do conforto de barracas do tipo iglu que garantem a eles um mínimo de proteção e privacidade, outros não têm alternativa senão acomodar-se em colchões de espuma esburacados e encardidos que alguém jogou fora ou em pedaços de papelão que um dia foram caixas. Enquanto começa a movimentação dos madrugadores, os notívagos dormem a sono solto empacotados em cobertores ordinários.

Como o hábito de passar por ali no mesmo horário é antigo, acompanho há anos o crescimento do número de moradores da praça. Posso lhes garantir, sem medo de exagerar, que pelo menos quadruplicou nos últimos dois ou três anos. Anos atrás, só havia homens, boa parte dos quais dependentes de álcool, crack ou com transtornos psiquiátricos; agora, são famílias inteiras.

Há uma semana, o jornalista Fernando Canzian comentou, nesta Folha, uma pesquisa realizada pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, a Rede Penssar. Tomo a liberdade de ressaltar os seguintes dados citados no texto: “Quase 20 milhões de brasileiros, um Chile, declaram passar 24 horas ou mais sem ter o que comer, em alguns dias. Mais 24,5 milhões não têm certeza de como se alimentarão no dia a dia, e já reduziram a quantidade e a qualidade do que comem. Outros 74 milhões vivem com medo de passar por essa situação”.

Não é preciso pós-graduação em matemática para concluir que 112 milhões, pouco mais da metade dos brasileiros, vive em estado de insegurança alimentar —leve, moderada ou grave. Nesse contingente, de 2014 para cá, o rendimento real per capita proveniente do trabalho caiu cerca de 30%.

No século passado, quando as secas assolavam o Nordeste, o povo do interior resistia à fome até bater o desespero, juntar a família e meia dúzia de pertences e sair pelas estradas poeirentas para buscar auxilio no povoado mais próximo. Os velhos e as crianças eram os que mais penavam, muitos ficavam pelo caminho ao lado de uma cruz de madeira.

Os bem aventurados que conseguiam chegar a São Paulo construíam barracos com teto de zinco, na periferia inchada e despreparada para recebê-los.

No internato e na residência médica no Hospital das Clínicas, meus colegas e eu recebíamos crianças desidratadas que vinham com diarreia e vômitos, resultantes da miséria, da falta de higiene e de saneamento básico.

Nos plantões do pronto socorro de pediatria fazia parte da rotina perdermos dois ou três pacientes, num turno de 12 horas. Na enfermaria, tínhamos uma ala para desnutridos, crianças magrinhas, com as costelas à mostra, que eram internadas para tomar café da manhã, almoçar e jantar todos os dias. Em contraste com elas, os desnutridos farináceos, alimentados à base de farinha, gordinhos, com os cabelos ralos e descorados como os das espigas de milho.

Essa realidade parecia ter ficado 50 anos atrás, nenhum de nós imaginava revivê-la. Ninguém esperava ver a fome assolar as cidades mais ricas do país, em pleno século 21.

Aceitamos a desigualdade social entre nós com a mesma naturalidade com que nossos antepassados conviviam com a escravidão. Eles, também, achavam que o mundo era cruel e que a economia não teria como sobreviver sem a mão de obra escrava. Envergonhada de “tanto horror perante os céus”, um dia a sociedade decretou o fim da escravidão e liberou os negros para irem atrás da sobrevivência por conta própria.

Acabar com a desigualdade brasileira por decreto não será possível, mas com a fome, sim. Um país que deixa 20 milhões de cidadãos passarem um dia inteiro sem ter o que comer não pode ser considerado civilizado.

Não é possível ver uma sociedade no estágio de desenvolvimento que atingimos de braços cruzados diante dessa infâmia, à espera inútil de que governantes incompetentes como os nossos encontrem solução para uma tragédia dessas dimensões.






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Frei Betto desabafa: 'Não há como conviver mais 2 anos e meio com um governo genocida'


Para falar sobre o lançamento de seu mais recente livro O diabo na corte - Leitura crítica do Brasil atual, Frei Betto deu uma entrevista a Lu Sudré, do Brasil de Fato.

Nela, Betto comenta a crise da pandemia no Brasil e no mundo, agravada pelos governos genocidas como o de Bolsonaro, e de sua preocupação com o futuro do país e do planeta.

A entrevista pode ser lida na íntegra aqui, mas vou publicar alguns trechos a seguir:
Brasil de Fato - Em 2019, 43,1 milhões de pessoas foram afetadas pela insegurança alimentar moderada e severa no Brasil. É um contingente muito grande de pessoas. O que nos levou a chegar a essa marca?
Frei Betto - Isso é mais do que a população da maioria dos países da América Latina. É óbvio que os que no levou a alcançar essa marca foi a falta de uma política de segurança alimentar do governo Bolsonaro, considerando o genocídio que se produz nesse país, especialmente em cima do surto do novo coronavírus. 
Ou seja, no dia em que estamos falando, 73 mil pessoas, desde março, faleceram por descaso do nosso governo. Quando penso que em um país como Cuba, faleceram 86 pessoas, em um país como o Vietnã, nenhuma pessoa, porque os governos tomaram as medidas de precaução... Aqui não. Aqui, realmente, o governo é cúmplice do genocídio e dessa mortandade. 
Há várias políticas para salvar vidas que foram articuladas no Brasil durante os 13 anos do governo do PT e todas elas estão sendo desarticuladas e desmontadas. Isso vale para a questão trabalhista, previdenciária, proteção dos povos indígenas, dos quilombolas. 
Todas as medidas de proteção da vida dos mais pobres estão sendo totalmente desmontadas em uma política intencional de genocídio. Isso exemplificado nessa semana, quando o presidente veta o dispositivo da lei de precauções sanitárias, que previa a doação de máscaras para pessoas presas. 
E já são mais de 700 presos infectados no Brasil, inclusive um deputado que estava preso lá no Paraná, Meurer, primeiro condenado da Lava Jato. Preso, 78 anos, morreu antes de ontem. Já são 72 presos mortos. Quando o presidente assina um decreto vetando que se distribua máscara, uma coisa muito simples, é porque ele quer que os presos morram. Não é que isso representa um gasto, é porque para ele, "bandido bom é bandido morto". Exatamente o lema dos esquadrões da morte, das milícias, dos gabinetes de ódio.
Eu creio que a razão do aumento da insegurança alimentar no país e das pessoas em situação de fome, é em decorrência da falta de uma política de atenção básica da nossa população.
O que é mais grave é que mesmo esse auxílio emergencial não é suficiente. Primeiro, 70 milhões de pessoas se alistaram, muito mais que o previsto, o que revela que existe um contingente de pessoas em extrema pobreza muito maior do que se pensava. Segundo, dessas, os recursos chegaram a apenas 49%. Ou seja, há uma margem de recursos que foi destinado para os mais pobres, teoricamente, no papel, e não chega a eles.
E terceiro, muitos oportunistas, bandidos, corruptos e aproveitadores, inclusive recrutas e oficiais das Forças Armadas. Muita gente que não merece se inscreveu e recebeu. Enquanto inúmeros outros que necessitam, precisam, estão na extrema pobreza, por conta da burocracia, falta de internet, pessoas desprovidas desses recursos tecnológicos, ficam sem receber.
Mapa da Fome, qual o peso de programas como o Bolsa Família, por exemplo? Como o senhor avalia a forma que o governo lida com esse programa?
Ele lida constrangido. Primeiro, ele gostaria que esse programa não existisse. Segundo, ele se sente constrangido por esse programa não ter sido uma criação dele, foi uma criação do PT. Que primeiro criou o Fome Zero onde eu trabalhei. Depois o Fome Zero ganhou o nome de Bolsa Família quando houve uma mudança de sua estrutura.
(...)
Pois bem. Essas políticas de segurança alimentar adotadas no Bolsa Família, um programa que eu aplaudo devido à importância que ele tem.. Mais de 50 milhões de famílias beneficiadas. Mas o governo Bolsonaro não tem interesse em ampliá-lo. Hoje existe uma fila imensa de pessoas, quase 1 milhão, esperando a adesão.
E agora isso vai aumentar. O desemprego oficial já era, no início da pandemia, de 12 milhões de pessoas. Agora, com o início da pandemia, esse número chega a 28 milhões de pessoas. Imagina, 28 milhões de pessoas em uma população com 100 milhões de trabalhadores economicamente ativos. Somos 200 milhões de habitantes e todos somos sustentados por esses 100 milhões que trabalham. 
É muito grave o que vem acontecendo porque a pandemia aumentou o desemprego e aumentou a insegurança trabalhista. As questões trabalhistas já vinham sendo sucateadas desde a reforma trabalhista.
Uma série de medidas foram adotadas para colocar no chão todas as conquistas da classe trabalhadora que estavam consolidadas na CLT. Isso tudo foi desarticulado com as reformas trabalhistas e previdenciárias. E hoje temos uma uberização do trabalho. Cada vez mais o empregado é praticamente um escravo, realmente não tem garantias. 
E ele tem que trabalhar muito e excessivamente para conseguir assegurar o mínimo de sobrevivência. Por isso é muito importante essa reação dos entregadores de encomendas, os motoboys entregadores têm feito ultimamente.
Como o Estado brasileiro deveria estar agindo nesse momento? Qual o papel do Estado em meio à crises como essa?
O que o Estado deveria fazer, nesse governo, seja com Bolsonaro ou com Mourão, não tem nenhuma perspectiva. A pergunta que temos que fazer é o que o povo brasileiro deve fazer. O que os movimentos sociais, as instituições democráticas e os partidos progressistas devem fazer. Temos que agir cada vez mais. É uma atrocidade o que vem acontecendo em nosso país.
É preciso pressionar cada vez mais o Congresso para tomar medidas contrárias a essas que o Bolsonaro tem assinado, medidas provisórias que ele propõe. E no momento que a pandemia cessar, vamos para rua. Não tem outro jeito. Vamos ocupar as ruas como já tinha começado no início da pandemia, para manifestar a nossa insatisfação e tentar mudar esse quadro político. Não dá pra pensar na possibilidade de conviver mais dois anos e meio com um governo genocida. 
Um governo geocida porque a questão do desmatamento da Amazônia, da desproteção ambiental, de deixar passar a boiada, favorecer as mineradoras do garimpo ilegal, permitir invasão das áreas indígenas. Tudo isso é uma desgraça absoluta sobre o Brasil, uma desgraça absoluta sobre o Brasil. E só há uma possibilidade de deter esse processo, que é a mobilização popular.




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Mortalidade infantil no governo FHC chegou ao dobro do recorde mundial registrado na pior região da África




O tempo passa, e as pessoas já não se lembram. A mídia corporativa trata de encobrir com o imenso véu do esquecimento o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que quebrou o país, como Pedro renegou Jesus, três vezes.

Mas, uma antiga entrevista de Hamilton Octavio de Souza com o jornalista Aloysio Biondi, em novembro de 1999, sugestivamente intitulada "Mau-caratismo de FHC, publicada na Revista Adunicamp, nos ajuda a lembrar o que é um governo tucano, que com seus aliados, coligados ou não, ameaça voltar.

Adunicamp - O novo Plano Plurianual de FHC, denominado “Avança Brasil”, mantém as mesmas diretrizes do primeiro governo ou apresenta alguma novidade?
 Aloysio Biondi: Acho bobagem falar do plano “Avança Brasil”, acho melhor falar da política econômica total do governo que aí está. A gente vai acabar falando de política tributária que não existe, de política industrial que não existe, de política agrícola que não existe. Recentemente, os jornais publicaram um quadro sobre a liberação de verbas do governo em relação ao total previsto e, então, tem lá: reforma agrária, 25% do previsto; Proger, que é um programa de geração de renda, 0,5% do previsto. Essa história das cestas básicas, por exemplo, já em abril, num artigo meu publicado na Folha, eu falava sobre uma reunião que houve no Palácio do Planalto entre o Comunidade Solidária e todos os ministros, o Fernando Henrique anunciou um aumento de verba para a área social que continuava sendo absolutamente ridículo. A Folha tinha publicado, semanas antes, uma matéria dizendo que a seca aumentou a mortalidade no Nordeste. O texto dizia que a mortalidade infantil no sertão tinha chegado a 400 mortes para cada mil crianças até um ano, que era o dobro do recorde mundial registrado na pior região da África. Na matéria, a prefeita de uma cidade dizia que a situação era dramática porque a população não estava recebendo as cestas básicas e os pagamentos das frentes de trabalho estavam atrasados há três meses. Quer dizer, o que estava matando não era a seca, mas o corte no orçamento, o ajuste fiscal. Isso lembra o que dizia o Fernão Bacha no início do governo Fernando Henrique: ele falava que era bobagem ficar discutindo verbas com o Congresso, que o negócio era deixar aprovar o que quiserem, depois a gente segura. E ele dizia: basta fechar os olhos e tapar os ouvidos à gritaria e à desgraceira ao redor, que é o que esse governo está fazendo.

Adunicamp - E o assunto sumiu do noticiário.
Aloysio Biondi: Eu digo que a imprensa é cúmplice no genocídio, porque isso está acontecendo, as pessoas estão morrendo de fome no Nordeste, a seca jamais acabou, o governo reduziu as frentes de trabalho a um quarto, a verba de cestas básicas foi liberada apenas um quarto do previsto (25%). Inclusive saiu nos jornais que o pagamento de quem trabalhou nas frentes de trabalho em dezembro ainda não tinha sido pago até julho. Quer dizer, é a primeira vez que eu vejo um governo ter a coragem de dar calote no flagelado da seca que trabalhou em frente de trabalho.[Fonte]
Há mais nessa entrevista. Mas, por enquanto, deixo este pequeno trecho com essa informação poderosa, vergonhosa e abafada, esquecida. 400 crianças mortas em cada mil, porque o dinheiro foi para o plano elaborado por aqueles que vivem deitando falação por aí, Pedro Malan, Armínio Fraga, André Lara Resende, Pérsio Arida (este comentei aqui, recentemente, Ex-presidente do BC de FHC é contra crescimento econômico e a favor do aumento de juros e desemprego).

Eles ameaçam voltar, por isso, como um breve, porque este é um blog político, já tratei de declarar aqui, no dia 10, que em 2014, vou votar igualzinho a 2010. E você?







Madame Flaubert, de Antonio Mello

Um Mundo Desigual: Milionários nigerianos procuram spas para ficarem obesos

Enquanto milionários dos países ricos – e mesmo de periféricos – procuram fazem dietas, exercícios físicos, freqüentam spas para manter um físico esguio, na Nigéria obesidade é sinal de riqueza.
Em uma sociedade grande parte da população sofre com a fome e a pobreza, ser obeso significa ter status e poder.
"Quando você é gordo, tem uma cara saudável", disse à BBC Happiness Edem, que optou por passar por um tratamento de engorda antes do seu casamento.
"As pessoas te respeitam. Honram você. Aonde você vai, elas dizem, 'seu marido a alimenta bem'. Se você vai a um vilarejo, as pessoas vêm olhar para você, porque você é saudável."
A pedido de seu marido, Morris Eyo Edem, Happiness freqüentou um centro de engorda por seis meses antes do casamento.
Sendo um príncipe da tribo Efik, ele diz que precisa de uma esposa especialmente gorda, e garante que uma magricela não lhe chamaria a atenção.
"As pessoas pensariam que não sou rico", justifica ele.
Para refletir sobre esse tema, assista ao vídeo “Um mundo desigual”. Ele é um dos sete capítulos em que está dividido o documentário da espanhola TVE Vozes contra a Globalização, de Carlos Estéves.
Ignacio Ramonet, Toni Negri, Win Wenders, Sami Nair, Eduardo Galeano, Adolfo Perez Esquivel estão entre os que comentam o tema no vídeo.



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‘Haverá um dia em que os pobres morrerão de fome e os ricos, de medo’

A partir dessa frase de Josué de Castro criei o título de um panfleto (como o identificou Gustavo Bernardo) a la Swift (não os enlatados, mas o escritor irlandês) que escrevi, em janeiro/fevereiro de 1998: “A Fome e o medo”. Foi publicado em dezembro de 1999.

Tento no livro mostrar que esse dia em que os pobres morrerão de fome e os ricos, de medo, já chegou.

Desempregados de vários tipos se juntam e formam uma empresa, a Demu – Desempregados do Mundo Uni-vos SA – para tentar uma negociação com os poderosos. Para serem ouvidos, seqüestram os familiares dos principais dirigentes dos grandes grupos multinacionais e lhes enviam uma proposta. O livro é essa proposta.

Segue abaixo um pequeno trecho. Se quiser fazer o download do livro, ele está aí à direita. É só clicar.

(...)... exis­tem vários de nós, como dizíamos, que adorariam pe­gar um de Vós (e fariam isso graciosamente, sem co­brar absolutamente nada, pelo simples prazer), pegar um de Vós, como dizíamos, e rea­gir, ter a oportunida­de de colocar as mãos, ambas, com todos os dedos, em Vosso pescoço, apertá-lo até sentir que Vossa Ex­celência, que é tão sufocante, começa a implorar por ar, que Vossos olhos se esbugalham apavorados, que Vossa garganta quer emitir um som desesperado, um pe­dido de socorro - agora tão inútil, extemporâneo, até ig­nóbil -, que todo Vosso corpo se contorce em convul­sões, enquanto a morte se aproxima de Vós, calma­mente, e ela não parece Vos ter respeito algum, ne­nhum medo na face da morte que se aproxima - e isso Vos desconcerta e apa­vora ainda mais - , e já não há cartão de cré­dito, promessa de emprego, aumento, dinheiro, pro­messa de felicidade, não há nada que afaste aquelas mãos de Vosso pescoço, não há nada mais que Vossa Excelência, que é tão pode­roso, possa fazer, a não ser tentar convencer, com Vossos uivos de sufoco, Vossos olhos esbugalhados, que tudo o que Vossas Excelên­cias, que são, como já dissemos, exce­lentes, tudo o que vêm fazendo foi sem querer, nunca houve ne­nhuma má intenção - foram apenas, como está escrito nas bulas de remédios, "efeitos colaterais indesejá­veis". Mas, infe­lizmente para Vós, é claro, as mãos em Vosso pescoço não concordarão com isto.(...)

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