Sob chuva de bombas, mulher dá à luz quádruplos em Gaza. A vida resiste

Estas são algumas das novidades de Gaza. Quatro novidades. Quádruplos nasceram em Gaza, enquanto Israel continua seus bombardeios.

Imam a-Masry teve seus quatro bebês por cesariana em um dos poucos hospitais que ainda funcionam em Gaza. É quase um milagre, não apenas pelo que está acontecendo em Gaza, mas porque a proporção para o nascimento de quádruplos é de 1 em 700 mil gestações.

Mas ter os bebês é só a primeira parte dos problemas.
 
"Faz frio, venta, não há lugar para dar banho nos bebês" — lamenta a mãe. Ela só os limpa com lenços.

Um dos bebês é muito pequeno para deixar o hospital e teve que ficar por lá.

"Por falta de fraldas e fórmula infantil procuro amamentá-los, mas não há nenhum alimento nutritivo que eu possa comer e amamentar os três bebês.

"Eu deveria trocá-los a cada duas horas, mas não há fraldas. Então eu só troco as fraldas de manhã e à noite".


O marido de Imam diz que faz tudo o que pode para ajudar.

"Eu parei de comer para dar a meus filhos. Eu não os vejo, porque saio de casa às 5 da manhã para tentar algo para alimentá-los. Esta é só a segunda vez que os pego nos braços".
O casal fugiu do norte de Gaza pela primeira vez quando Imam estava grávida de 6 meses.

Imam, que tem 28 anos, diz que estresse do momento que estão vivendo em Gaza afetou os bebês.

"O ambiente aqui não é adequado, por causa da fumaça das bombas, a falta de banheiros e a falta de água. Tudo isso me afetou e às crianças que estavam em meu útero e agora aos meus bebês. É um ambiente de poluição e sujeira. Eles sofreram de diarreia e ainda sofrem com isso".
Imam, seu marido e os bebês estão abrigados numa sala de aula de uma escola com dezenas de parentes.

Os bombardeios ocorrem com frequência.

"Uma vez, meu marido estava dormindo ao meu lado, quando começaram as bombas. Ele se levantou e correu para proteger os bebês. Estávamos preocupados que o vidro da janela quebrasse e caísse nos bebês".
Enquanto Israel continua tentando exterminá-los, a vida resiste em Gaza e se multiplica, dessa vez por quatro.

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