Quer saber o que Bolsonaro vai fazer amanhã? Veja o que Trump fez ontem

Quando começou a pandemia de COVID nos Estados Unidos, Trump foi contra o uso de máscaras, contra compra de vacinas, incentivou o povo a continuar a vida normalmente e a tomar cloroquina para resolver o problema.

Quando começou a pandemia de COVID no Brasil, Bolsonaro foi contra o uso de máscaras, contra a compra de vacinas, incentivou o povo a continuar a vida normalmente e a tomar cloroquina para resolver o problema.

Quando percebeu que podia perder em sua tentativa de reeleição à presidência dos Estados Unidos em 2020, o ex-presidente Donald Trump começou a espalhar entre seus seguidores fake news de que as eleições seriam fraudadas. 

Quando percebeu que podia perder em sua tentativa de reeleição à presidência do Brasil em 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro começou a espalhar entre seus seguidores fake news de que as eleições seriam fraudadas. 

Quando se viu derrotado nas urnas por pequena margem, Trump começou a incentivar protestos entre seus eleitores, não reconheceu a derrota, alimentou suspeita de fraude (quando foi ele que fraudou) e acabou sendo responsável pela invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021.

Quando se viu derrotado nas urnas por pequena margem, Bolsonaro começou a incentivar protestos entre seus eleitores, não reconheceu a derrota, alimentou suspeita de fraude (quando foi ele que fraudou) e acabou sendo responsável pela invasão da Praça dos 3 Poderes, em 8 de janeiro de 2023.

Quando começaram os processos contra ele, Trump começou a incentivar seus eleitores a comparecerem à frente do local onde iria prestar depoimento, o que provocou  forte esquema de policiamento

O ex-presidente americano Donald Trump convocou protestos para hoje, quando ele se apresentará para depor em Miami. O temor de violência fez autoridades reforçarem a segurança nas imediações do tribunal. O esforço pode tornar o processo criminal contra ele ainda mais turbulento.

Agora, Bolsonaro faz o mesmo e convoca seus seguidores para se reunirem em frente à sede da PF de São Sebastião, SP, dia 7, onde vai prestar depoimento.

Não é preciso ser nenhum adivinho para perceber que o Brasil de amanhã pode ser espelhado nos Estados Unidos de hoje, à beira de uma secessão, com governadores pró Trump em pé de guerra, descumprindo ordem do presidente da República e da Suprema Corte no Texas.

Se deixarmos Bolsonaro seguir a trilha de Trump, como sempre fez, teremos algo parecido por aqui. Há bolsonaristas, civis e militares, que perderam suas boquinhas no governo federal (alguns nem isso, continuam dentro da máquina pública corroendo-a, como está claro com a Abin) e estão dispostos a qualquer coisa para voltar ao poder.

Até agora não foi explicada a estranhíssima liberação do Exército para que PMs da ativa e bombeiros militares pudessem ter até cinco fuzis com 3000 balas em seu acervo pessoal. A medida absurda foi suspensa, pelo mesmo Exército, mas sem explicação do porquê teria sido tomada. Ou de por que pode vir a ser adotada novamente amanhã ou depois.

Governadores do sul e do sudeste (à exceção do espírito Santos) são bolsonaristas assumidos ou enrustidos. A ideia de divisão do país não é nova. E a política de Bolsonaro aqui (como a de Trump lá) é do "nós" contra"eles", jogando os brasileiros uns contra outros. 

Se não for condenado por um dos incontáveis processos a que responde e/ou deve responder, e rápido, talvez se perceba, como nos Estados Unidos, tarde demais, que o mal já estará feito.


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