STJ cassa prefeito por compra de votos no último ano do mandato. Chegou tarde

Tirando a condenação em duas instâncias e a prisão de Lula, em que a (in)Justiça andou a (Lava)jato, nossa Justiça anda em ritmo de cágado, quando anda. 

Até hoje, por exemplo, é inexplicável que Bolsonaro tenha assumido e completado seu mandato, diante do escândalo de centenas de milhões de fake news disparadas via WhatsApp, que não deram em nada, quando bastaria aplicar o simples raciocínio de "a quem interessaria divulgar que Haddad distribuiria mamadeiras de piroca e masturbação às crianças nos primeiros anos de escola".

Agora o exemplo da morosidade vem da cidade de Armação de Búzios, no Rio de Janeiro. O prefeito Alexandre Martins e o vice Miguel Pereira de Souza, ambos do Republicanos, foram cassados pelo STJ somente ontem, dia 1, após administrarem Búzios por três anos inteiros. Motivo: compra de votos. Ou seja, eles não poderiam tomar posse.

As ilegalidades eram divididas em dois grupos. O primeiro previa a entrega de dinheiro a eleitores no dia do pleito. O objetivo era alcançar 150 pessoas, ao custo total de R$ 22,5 mil, em troca de votos.

O outro indicava a distribuição mensal de 40 cestas básicas durante quatro meses de campanha, ao custo unitário de R$ 150. A doação totalizou 160 itens e R$ 24 mil, além de quatro serviços de “limpa fossa”, sob custo de R$ 40 mil.[O Globo]

Búzios foi governada três anos por um político que fraudou a vontade do eleitor mediante compra de votos e a Justiça só o afastou agora. Serão anulados todos os atos praticados por ele?

"Antes tarde do que nunca", dirão alguns. A estes lembro a frase de Rui Barbosa: "Justiça atrasada não é justiça, senão injustiça qualificada e manifesta".

Este ano teremos eleições que elegerão vereadores e prefeitos em 5568 municípios brasileiros. Além dos problemas costumeiros em eleições, como o da compra de votos, este ano poderemos ter o uso de Inteligência Artificial (IA) nas campanhas, o que, segundo especialistas no assunto, deveria ser proibido, ao menos nestas eleições.

As novas e imensas possibilidades de fraude com o uso de IA serão mais um desafio para nossa lerda Justiça.


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