COVID: Má gestão de Bolsonaro contribuiu para morte de 120 mil, aponta estudo

A OXFAM Brasil publicou um estudo sobre Mortes Evitáveis por Covid-19 no Brasil que mostra o tamanho da desgraça de ter um governo negacionista na administração de uma pandemia.

O estudo teve dois focos: as ações não-farmacológicas e a preparação do sistema. Nos dois o governo Bolsonaro apresentou falhas graves.

No caso das ações não-farmacológicas o governo Bolsonaro agiu no sentido contrário do que deveria ser feito, como o fechamento provisório de atividades econômicas, distanciamento físico e limitação de aglomerações, redução da mobilidade e uso de máscaras.

Também falhou na preparação do sistema de saúde para o atendimento à população, trocando de ministros e colocando um general que nada entendia do assunto à frente do ministério — o hoje deputado federal general Pazuello.

As conclusões do estudo são assustadoras e revelam o crime que foi cometido contra a população.

Estima-se que cerca de 120 mil mortes ocorridas no primeiro ano da pandemia (de março de 2020 a março de 2021) poderiam ter sido evitadas se o Brasil tivesse adotado medidas preventivas como distanciamento social e restrições a aglomerações. Como nada foi feito, verificou-se 305 mil mortes acima do esperado no período.

120 mil mortes por Covid-19 e mais 305 mil mortes em relação ao normal no período, o que significa que muitos desses 305 mil podem ter morrido de Covid-19, mas sem o diagnóstico. Outros morreram por falta de atendimento já que os casos de Covid-19 lotaram hospitais e exauriram as equipes médicas.

Principais destaques do estudo Mortes Evitáveis por Covid-19 no Brasil:

  • Cerca de 120 mil vidas poderiam ter sido poupadas no primeiro ano de pandemia no Brasil se tivéssemos adotado medidas preventivas como distanciamento social, restrição a aglomerações e fechamento de estabelecimento comerciais e de ensino.
  • Com base nos óbitos registrados entre 2015 e 2019, verificou-se que houve um excesso de mortes por causas naturais no primeiro ano da pandemia — foram 305 mil mortes acima do esperado.  
  • Mais de 20 mil pessoas (pouco mais de 11% do total de registros de internação) perderam a vida à espera de atendimento durante o 1º ano da pandemia no Brasil. 
  • As mortes em fila de espera no sistema brasileiro de saúde atingiu mais as pessoas negras e indígenas (13,1%) do que pessoas brancas (9,2%).  
  • Pessoas negras são mais afetadas pela falta de leitos hospitalares, têm menos acesso a testes diagnósticos e tem risco 17% maior de morrer na rede pública.
  • Menos de 14% da população brasileira fez testes de diagnóstico para covid-19 até novembro de 2020. Dentro desse universo, pessoas com renda maior consumiram 4 vezes mais testes. 


A CPI da COVID apontou o envolvimento de Bolsonaro nos seguintes crimes:

  • epidemia com resultado morte;
  • infração de medida sanitária preventiva;
  • charlatanismo;
  • incitação ao crime;
  • falsificação de documento particular;
  • emprego irregular de verbas públicas;
  • prevaricação;
  • crimes contra a humanidade;
  • crimes de responsabilidade (violação de direito social e incompatibilidade com dignidade, honra e decoro do cargo)



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