Bolsonaristas querem aprovar agora armação que Bolsonaro criticou no passado

Não é fácil a vida dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Como ele diz uma coisa num dia, se desdiz no outro e num terceiro inventa uma outra história, os bolsonaristas ficam sem saber se é para apoiar um projeto ou não.

O mesmo está acontecendo agora. Bolsonaristas já obstruíram o Congresso na volta do recesso parlamentar, num verdadeiro golpe, com o objetivo de pautar três projetos, um deles a extinção do foro privilegiado, a que tem direito Jair Bolsonaro.

Hoje mesmo, voltaram ao ataque na luta pela extinção do foro.

O bloco extremista do bolsonarismo na Câmara dos Deputados decidiu reativar sua tática de obstrução. À frente do grupo, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL, anunciou que a legenda voltará a usar manobras regimentais para travar as votações, ainda que sem repetir o barbarismo grotesco do episódio do motim. O motivo? Pressionar pela retomada da proposta que extingue o foro privilegiado e a anistia ao criminosos do 8 de janeiro.

O foro especial por prerrogativa de função, ou foro privilegiado, dá direito à autoridade de ser julgada pelo STF. É que segundo a cartilha de fake news deles o ministro Alexandre de Moraes persegue o criminoso serial, que tinha como objetivo um golpe de Estado, que previa as mortes de Lula, Alckmin e Moraes. 

Por isso querem votar o fim do foro privilegiado, na esperança de que o caso do presidente, que está na fase final de julgamento pelo STF, volte à primeira instância.

O problema é que voltou às redes uma entrevista do próprio Bolsonaro à revista Veja em 2017, em que ele detona o fim do foro privilegiado, que chama de engodo, que serve apenas para garantir a impunidade. Que é exatamente seu caso hoje e motivo da luta dos bolsonaristas pelo fim do foro.

Disse Bolsonaro à Veja:

“Se você acabar com o foro privilegiado – e o Supremo está sendo pressionado para que essa interpretação de prisão passe a ser cumprida após a última instância, que não seria o STJ, seria o Supremo Tribunal Federal –, então qualquer parlamentar, ao ser processado lá em primeira instância, ele vai ter um caminho muito longo a percorrer... 20, 25, 30 anos, até lá vai morrer, até chegar no mesmo local de onde ele saiu."

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