Mostrando postagens com marcador Rodrigo Pacheco. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Rodrigo Pacheco. Mostrar todas as postagens

Mídia e Pacheco defendem desoneração, mas escondem seus interesses

A mídia corporativa em peso e o presidente do Senado Rodrigo Pacheco se pintaram para a guerra contra a decisão do ministro do STF Cristiano Zanin de pedir a suspensão de trechos da Lei 14.784, de 2023, que prorroga a desoneração da folha de pagamento de empresas e prefeituras até 2027.

O governo alega que a medida não levou em conta o impacto monetário e financeiro do benefício, que simplesmente tira cerca de R$ 9,4 bilhões da receita do governo, segundo o Ministério da Fazenda.

Como a desoneração já havia sido aprovada na Câmara e no Senado, foi vetada por Lula e teve o veto do presidente derrubado, a suspensão pelo STF deixa a desoneração em suspenso.

Por meio de nota, Rodrigo Pacheco disse que o governo federal “erra ao judicializar a política”. Para o presidente do Senado, a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7633, que questiona a validade da desoneração, representa um “aparente terceiro turno de discussão sobre o tema”.

“O governo federal erra ao judicializar a política e impor suas próprias razões, num aparente terceiro turno de discussão sobre o tema da desoneração da folha de pagamento. Respeito a decisão monocrática do ministro Cristiano Zanin e buscarei apontar os argumentos do Congresso Nacional ao STF pela via do devido processo legal. Mas também cuidarei das providências políticas que façam ser respeitada a opção do Parlamento pela manutenção de empregos e sobrevivência de pequenos e médios municípios”, escreveu Pacheco. [Senado]

Há razões dos dois lados: o governo precisa dos impostos e as empresas defendem a desoneração alegando que geram empregos. 

Mas é curioso que Pacheco e mídia corporativa defendem o ajuste fiscal como meta sagrada, que deve ser cumprida pelo governo. Mas querem a desoneração que prejudica o ajuste.

É mais ou menos como acontece com a Câmara em relação às emendas parlamentares que podem explodir o teto de gastos. Emendas defendidas pelos mesmos deputados que querem que o governo respeite o teto... 

Ou é uma coisa ou outra. Nos dois casos.

Além disso, Pacheco e mídia deveriam explicitar ao público leitor e eleitor que a defesa da desoneração tanto por um como pela outra não é totalmente desinteressada.

Mídia e Pacheco têm interesses diretos na desoneração. A mídia, porque a área da Comunicação é uma das atendidas por ela. Pacheco, que é dono de empresas de ônibus, também. Transporte é outra área atendida.

Não é por nada. É só para que fique claro. Que seja dito com todas as letras que Pacheco e mídia defendem a desoneração e se beneficiam dela diretamente.

 



Contribua com o blog que está com você há 19 anos
PIX: blogdomello@gmail.com






Bolsonaro usa Malafaia para atacar Alexandre de Moraes e Pacheco

Em evento realizado na manhã de ontem na Praia de Copacabana, Rio, o ex-presidente Jair Bolsonaro terceirizou seu discurso e pôs na boca do pastor Silas Malafaia os recados que ele, Bolsonaro, gostaria de mandar, mas não pôde, pois seria preso.

Boneco de ventríloquo do presidente, o pastor Malafaia cumpriu seu papel à risca, porque sabe que os alvos de sua suposta ira — o ministro Alexandre de Moraes e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco — não lhe dão a mínima importância.

A relevância política do que fala Malafaia é zero, e todos sabem que ele só está ali para mandar mensagens de Bolsonaro.

 

Bolsonaro: A culpa é de outro

 

O ex-presidente aprendeu, quando quase foi expulso do Exército por fazer um croqui de bombas que faria explodir nos quartéis, que aquele erro não poderia mais cometer.

O erro de ameaçar explodir bombas? Não, o de fazer o croqui de próprio punho.

A partir daquele dia Bolsonaro passou a terceirizar tudo.

O esquema das rachadinhas era cuidado pelo seu boy de luxo, Fabrício Queiroz. Depois o esquema foi passado para o filho Flávio, com o mesmo Queiroz de operador. Qualquer problema, a culpa era do Queiroz, eles não sabiam de nada.

Como presidente, Bolsonaro terceirizou os malfeitos no tenente-coronel Mauro Cid, seu ajudante de ordens, responsável pelos certificados falsos de vacina, venda de joias surrupiadas do Estado brasileiro, pagamento de contas da madame Michele com dinheiro vivo.

Agora, às vésperas de ir para a cadeia, Bolsonaro terceiriza os recados que queria dar: contra o ministro Alexandre de Moraes, relator dos seus inúmeros problemas com a Justiça, e contra o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, por não pressionar Moraes com aceno de possibilidade de impeachment, que é atribuição do Senado.

 

Boneco de ventríloquo

 

Malafaia cumpriu à risca o papel. Atacou Moraes e Pacheco:

  • "Há dois anos, chamo Alexandre de Moraes de ditador da toga. Alexandre de Moraes, quem te colocou como censor da democracia? Quem é você para definir o que um brasileiro pode falar? Todo ditador tem um modus operandi: prende alguns para colocar medo em outros, para que ninguém o confronte. Meu negócio não é STF, meu negócio é Alexandre de Moraes."
  • “O senhor presidente do senado, Rodrigo Pacheco, até aqui, frouxo, covarde, omisso. Rodrigo Pacheco envergonha o honrado povo mineiro que o elegeu.”

Em seu discurso, Bolsonaro citou obras realizadas que não eram dele e elogiou seu governo, sem conseguir explicar por que saiu derrotado, mesmo tendo feito esse governo "maravilhoso" de seu discurso e ainda ter usado a compra de votos com medidas eleitoreiras, distribuindo bilhões de reais à população e até impedindo eleitores de Lula de votarem no segundo turno, usando para isso a Polícia Rodoviária Federal.

Bolsonaro contava conseguir um público de mais de 100 mil pessoas em Copacabana. Não conseguiu um terço disso: 32 mil, segundo a USP.

E para tristeza dele, o domingo passou, hoje é segunda-feira e a realidade continua a mesma, os processos contra ele seguem andando e, logo, ele terá que prestar contas à Justiça, mesmo atribuindo aos outros todos os erros que comete ao longo da vida.



Contribua com o blog que está com você há 19 anos
PIX: blogdomello@gmail.com