0270
0270. Como você leria este número? Provavelmente como eu: duzentos e setenta. Pois então seríamos três a cometer o mesmo erro: você, eu e o comandante Garcez. Recordam-se dele? Garcez era o comandante daquele avião da Varig que caiu na Floresta Amazônica em 3 de setembro de 1989.
No plano, estava grafado rumo 0270, significando 027,0 graus ou, segundo outras interpretações, 027° (nessa última, o símbolo de grau não teria sido impresso em sobrescrito, aparecendo como um zero), que foi interpretado pelo comandante como sendo 270°. Essa inversão significa trocar a direção aproximada do norte (27°) pelo rumo oeste (270°).
A leitura errada do plano de vôo fez com que Garcez apontasse o Boeing 737-200, com 54 pessoas a bordo, para a direção errada, o que acabou provocando um dos desastres mais espetaculares da história da aviação mundial.
Estou trazendo o caso do vôo 254 da Varig de novo, quase 20 anos depois, porque parece que a culpa pelo acidente do Airbus A320 da TAM vai cair nas costas do piloto, Kleyber Lima. Como vimos no caso do comandante Garcez, a leitura correta (aquele número é 270 e não 27) de um número escrito errado levou o comandante a cometer outros erros, que culminaram na queda do Boeing no meio da selva.
Mas eu também quero dividir com vocês o conteúdo da caixa-preta daquele vôo. É impressionante como Garcez mantém a calma, quando fala com a tripulação e os passageiros, enquanto o Boeing vai perdendo combustível, luz, altura, e os equipamentos de bordo entram em falência...
Após assistirem ao vídeo da caixa-preta do vôo 254 da Varig, leiam um relato minucioso do acidente aqui. Nele, vocês também vão ficar sabendo:
Um mês depois do acidente, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes da Aeronáutica, CENIPA, recomendou a Varig usar apenas 3 dígitos no campo de curso magnético de seus planos de vôo, reconhecendo que os 4 algarismos, 0270, foram, tanto quanto a negligência de Garcez, responsáveis pela tragédia do vôo 254.
(Para fazer justiça: Estão dizendo por aí que a informação de que aconteceram acidentes semelhantes ao de Congonhas é um furo da Veja. Não é verdade. O Blog do Marcelo Ambrosio, Slot, deu a informação primeiro e eu a divulguei aqui em seguida. E, sorry, mas o Blog do Mello deu o nome dos comandantes do Airbus, antes de todo mundo, através da captação de uma conversa de rádio entre pilotos, ainda no dia do acidente (veja e ouça aqui). E vem mais informação interessante - e diferenciada - por aí. )Clique aqui e receba gratuitamente o Blog do Mello em seu e-mail
Coitado do Garcez nao frequentou as aulas de geografia na escola,Belem nunca poderia estar a 270 graus do ponto de partida dele,
ResponderExcluirmas sim em direcao Norte.
Claro problema de psiciatria o caso dele, o tempo resolve tudo.
T+
Nicolau
muito bom seu blog...
ResponderExcluirsoh uma correçao,era um boeing 737-200 e nao 727-200
mas muito bom mesmoa ssim
abçs
Jesse,
ResponderExcluira informação correta estava no corpo da postagem. O lapso, no título. Um erro semelhante ao do comandante, mas que, felizmente, não teve a mesma conseqüência.
Grato pelas observações.
Corrigi.
AM
Vivi o drama como expectador e faltou informar que um passageiro que sempre fazia aquela rota notou o erro = posição do avião em relação a acidentes geograficos e comunicou a aeromoça recebendo como resposta :O comandante é um piloto compentente e responsavel.
ResponderExcluirQue percebeu luzes de fazenda tambem foram os passageiros ,quem procurou socorro tambem foram os passageiros .
Isto foi televionado e confirmado pelos passageiros olho frente a autoridades pilotos e responsaveis pela varig.
Por mais que queiram incutir a culpa no Cmte.Garcez, não conseguirão, alem do tempo de experiencia tinha um critério impar, o de considerar sua obrigação salvar primeiro os passageiros, infelizmente esse erro lhe custou a vida e de seus tripulantes, e de alguns passageiros.
ResponderExcluirInforme-se melhor sobre a história e verá que o comandante foi o causador do acidente.
ExcluirSó não entendi como o cmte garcez ficou tanto tempo perdido (um voo com previsão de 40 minutos), ficar por mais de 2 horas voando. Por que não pediu auxilio bem antes à torre?
ResponderExcluirné??
ExcluirO passageiro percebeu o erro de rota pois tendo feito dezenas de voos de Marabá para Belem nesse mesmo horário, as 16 horas, sabia que durante o voo que é de sul para norte,o sol sempre estará do seu lado esquerdo. Como o piloto errou a orientaçao da aeronave em 180 graus, o sol estava do lado direito. É como se você morasse em um apartamento e todos os dias pela manha o sol nascesse em sua janela do quarto, e um dia ao amanhecer ele, o sol, estivesse do lado oposto.
ResponderExcluirAgora ter dúvidas quanto o comandante ser heroi ou vilao? Heroi foi o piloto americano que pousou no rio Hudson em Nova York, essa é minha opiniao.
Porque nao morreu ninguem nao e meu amigo: acidentes acontecem,qualquer piloto pensaria duas vezes para jogar uma aeronave no solo,Garces foi perfeito no pouso mas infeliz no plano de vôo,nao estou chamando sua atençao de forma alguma,veja quantas horas ficaram sem contato depois da queda logo comunicaçao nao era boa na epoca.[muitos morreram porque ficaram À deriva]. concordo em partes que Garces falhou na geografia,como piloto ele provou que sabe muito;gostaria um dia poder conversar c Garces .
ExcluirEle nao nao pousou nada, o aviao sem combustivel despencou na selva e se nao fosse o Zille teriam morrido todos
Excluiresse comandante foi um irresponsável!
ResponderExcluirfazer gesto de silencio para a caixa-preta não detectar que ele havia cometido um erro foi o fim da picada!
arrogancia que levou 14 pessoas à morte!
Foi um erro sim! Porém, quem nunca cometeu um erro? Certamente, o comandante não queria isso. Isso lhe custou a carreira, e o peso de levar pelo resto da vida a responsabilidade por todas aquelas vidas.
ResponderExcluirVamos torcer para que entre nossos muitos erros, não venhamos a ter um final tragico comno esse.
Concordo com o amigo, um erro não só do comandante quanto do copiloto, estavam voando no entardecer, com o sol na proa. Mesmo quando descobriram o erro tiveram duas horas para avaliar a proa correta. E até hoje as companhias bloqueiam informações dos passageiros.
ExcluirAcabo de ver um documentário do canal Discovery, mostrando a saga dos sobreviventes. Esse Garcez errou feio, junto com a Varig. A diferença, é que o Garcez poderia ter corrigido o erro da Varig, mas não o fez. A própria Varig poderia tê-lo ajudado a se localizar se ele tivesse pedido ajuda e sido sincero com o pessoal de terra. O cara voou por 03 horas e 20 minutos, num vôo que deveria durar apenas 48 minutos. Tempo demais para ficar perdido sem pedir ajuda.
ResponderExcluirAo descobrir o erro deveria ter simplesmente feito uma volta de 180 graus e retornado para Marabá. Tinha combustível de sobra para isso.
Sou marido de uma sobrevivente desse voo 254 da varig.
ResponderExcluirEstamos lançando um livro sobre o que a minha espôsa passou, viu e sentiu durante a espera da chegada do socorro.Esse livro retrata fielmente tudo o que aconteceu durante e depois do acidente.
O livro é uma história real de uma pessoa que juntos com os demais sobreviventes lutaram para continuar vivendo.
Caso queiram adquirir favor mandar um email para : voo254.eusobrevivi@gmail.com
Grato
George
http://www.voo254eusobrevivi.com.br/
ResponderExcluirAqui tem uma reportagem com uma sobrevivente do voo 254.
ResponderExcluirRBS TV, afiliada da rede Globo em Santa Catarina...
http://www.youtube.com/watch?v=K9Ypv5kw92U
Para mim está claro que ao contrário de calma o que o Comandante Garcez apresenta na sua voz, é um entorpecimento causado por algum "agente" químico.
ResponderExcluirNão existe desculpa alguma para o comandante relapso nos seus deveres. Ele teve várias chances de ver o erro, mas ignorou todas as evidências e ainda desdenhou o relato dos passageiros que sabia que ele estava fora de rota. Descobrindo o erro, ficou quieto e não falou para o co-piloto. Quando este descobriu, ainda fez sinal para calar por causa da caixa preta poder gravar. Se tivesse dado meia volta ao descobrir o erro grasso, poderia ter pousado em segurança. Injustificável que não tenha ido para a cadeia!
ResponderExcluirO pessoal julga muito. Gente, vocês ao apontar um dedo para uma pessoa, se não perceberam tem três dedos voltado para você. Frequentem escolas de aviação e virem pilotos para julgar outros.
ResponderExcluirPara julgar uma pessoa esteja pelo menos na posição dela ou acima.
Balela. Não é preciso ser craque para dizer que um jogador errou ao finalizar para o gol...
ExcluirQuem nunca errou que atire a primeira pedra!!!Sou motorista de ônibus rodoviário, certa noite estava em uma viagem de Paraiba do Sul RJ para São Paulo, era aproximadamente 02,00 h da madrugada na rodovia do Aço br 393, vinha muito sonolento, quando percebir a curva estava muito rápido para transpor com segurança, só tive duas opçoes tentar puxa-lo bruscamente e correr o risco de tombar, claro que se tivesse sorte ninguém iria perceber meu erro, ou passar direto na curva que avia uma boa área de escape e sofrer as consequências dos passageiros apontando meu erro mas desse jeito não correria nenhum risco maior, então resolvi escolher a segunda opção, sair da pista e conseguir parar o veículo, mas todos os passageiros acordaram com o susto, então assumi que cochilei no volante, então vários passageiros se ofereceram para me fazer companhia na cabine para terminar a viagem, no final da viagem todos me aplaudiram, mas é uma decisão muito difícil para um profissional assumir um erro apesar de ser a decisão mais criteriosa.
ResponderExcluirSou fã número 1 do Comandante Garcez! Apesar de tudo ele foi um héroi, humildemente assumiu o erro e salvou quem podia daquela noite. Meu sonho é conhece-lo.
ResponderExcluirSe um dia vce estiver c o comandante GARCêS.da um abraço nele por mim diga que sou seu fã,e gostaria muito de conhece-lo.[grande abraço desejo muito sucesso nas atividades].
ExcluirLaila e Valter se vocês tivessem perdido algum ente querido neste vôo, um pai, uma mãe, um filho, marido/esposa, amigo... duvido que vocês continuassem a ver este comandante irresponsável como herói... herói seria se não fosse arrogante e imprudente, voltando humildemente ao aeroporto com segurança ao perceber o erro. Se eu fosse o co-piloto, botava a boca no trombone na hora, pra torre perceber o erro; Pense nisso...
ExcluirÉ muito fácil apontar o erro de alguém, não podemos condenar o Cmte Garcez, ou seu Co-piloto por "erro", quem não cometer erros atire a primeira pedra, a pergunta que eu faço aos que ja condenaram o cmte Garcez e seu co-piloto é essa: 1) como ele poderia ter feito algo consciente sabendo que ele estaria dentro da aeronave pilotando o avião? houve um erro de digitação, onde o correto seria 027º e não 270º, essa tragedia que pela pericia do cmte poucas pessoas faleceram, isso ocorre com qualquer um, dizer que o cmte não frequentou aula de geografia, esse comentario é muito mesquinho, e hipocrita, e isso é lamentavel, que Deus abençoe você autor desse comentario para que você nunca erre na sua vida.
ResponderExcluirLauro, todos erram; mas um piloto, no comando de uma aeronave, com dezenas de vidas em suas mãos, tem que assumir na hora o erro e pensar na vida de todos. Ele poderia ter voltado ao aeroporto com segurança ao ver que estava fora da rota. Poderia ter pedido ajuda à torre, já que o vôo era de apenas 40 minutos, e o combustível acabou mais de duas horas depois. Ele não quis assumir o erro e matou (sim, ele matou) 12 pessoas. Sei que deve ser duro pra ele conviver com isso, mas perícia é uma coisa, humildade é outra. Ser humilde depois que aconteceu, depois que se tornou fato na imprensa, é fácil. Deveria ter sido humilde em voltar ao aeroporto, mesmo que custasse o emprego - teria paz no coração e na alma.
ExcluirSe o comandante Garcez tivesse sido humilde teria salvado todas as pessoas e estaria voando no Brasil até hoje, teve várias oportunidades para corrigir seu erro.
ResponderExcluirfui co-piloto e comandante da extinta vasp por mais de 20 anos, para mim o Garcez, não só cometeu vários erros, bem como não os admitiu, mas não o julgo pelos erros, e sim pela prepotência de não ter ouvido e nem questionado o Zilli, acho que Garcez era um piloto de laboratório e sequer tinha conhecimento geográfico para vôar naquela região, pois já no MT ele procurava Marabá ou Ilha do Marajó, teve tempo e combustivel suficiente para corrigir, mas não o fez, e culpo também a varig, pois quatro digitos na carta de rota não existe, enfim, talvez seu grande mérito e do Zilli foi o pouso sobre copas de arvores, e a ajuda aos sobreviventes, mas acredito que Garcez, não deva ser crucificado apesar das mortes, o que aconteceu não foi doloso, mas em algumas profissões o erro é fatal
ResponderExcluirA partir do momento em que percebeu a proa errada, o PP-VMK ainda tinha 01h40 de autonomia, era tempo suficiente para tentar descobrir sua localização com ajuda externa, mas os pilotos jamais declararam emergência. Preferiram arriscar a vida de todos a correrem o risco de uma punição da Varig pelo erro de proa. No meu ver a Varig foi a culpada pelo erro (plano de vôo com proa de 4 dígitos) e os pilotos pelo acidente (ocultaram das estações em terra e de outras aeronaves o real problema e nunca declararam emergência).
ResponderExcluirQue história surreal!!! Relaçao ao Garcez, nenhuma duvida: assumiu o risco de morte e foi o q ocorreu. Foi arrogante, carreirista, covarde para dizer o mínimo. Mas percebo q o co-piloto, agora escritor, deveria sim ter quebrado a hierarquia e declarar emergencia! E esse mesmo Zulli q gosta de falar em humildade, dá muito pouca enfase para o passageiro q conhecia SIM muito bem a rota. Parece querer a glória só para ele... o grande herói dessa comédia tráfica se chama Afonso, q o co-piloto Zilli fala até com certo desdém
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