segunda-feira, 26 de novembro de 2007

¿Por qué no te callas, Gustavo Franco?

O jornal O Globo está fazendo uma série de reportagens sobre a Reforma Constitucional na Venezuela. O tema hoje é a nova redação para o artigo 318, que cuida do Banco Central.

Para comentá-lo, o jornal convidou dois economistas, ex-presidentes do BC brasileiro: Carlos Langoni e Gustavo Franco.

É como se perguntassem a duas zebras o que elas pensam do leão. O resultado não foi outro: pau no artigo.

Em certo trecho de seu depoimento, Gustavo Franco diz que “isso cai no ridículo. Não há nada parecido no mundo”.

Eu já acho que outras coisas parecem ridículas e que não existe no mundo nada parecido a elas. Por exemplo: Em que outro país, que tenha uma mídia decente (o que não é o caso do nosso), Franco estaria dando entrevista sobre o BC alheio? Num país desses, ele estaria virado para a parede, com um chapéu cônico sobre a cabeça, onde estaria escrito “BC donkey”.

Quando esteve à frente do BC no governo FHC, Franco quase quebrou o país, teimando no real supervalorizado, dando uma de Napoleão de hospício, bancando o valente com o exército (o dinheiro) dos outros (no caso, o nosso, do Brasil).

Mais adiante, Gustavo Franco afirma que o fato de o BC venezuelano ficar subordinado ao presidente pode provocar o enriquecimento ilícito de Chávez e de pessoas ligadas a ele.

Mas, o que ele tem a dizer sobre acusações feitas por Luis Nassif em seu livro Cabeças de Planilha? Nassif afirma categoricamente que André Lara Rezende, da mesma equipe de que Gustavo fazia parte – operava com o dólar nas duas pontas: dentro do governo, estabelecendo a política econômica, e no mercado, ganhando rios de dinheiro com o dólar.

Até hoje não há notícia de que ele tenha processado Nassif. Ou que alguém da equipe – Franco, por exemplo - o tenha defendido.

Quem fez o papel de bode na sala, como Franco quando esteve à frente do BC, segurando a desvalorização do real para garantir a reeleição de FHC, deveria ao menos tomar cuidado ao usar a palavra ridículo.

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2 comentários:

  1. Anônimo26.11.07

    Prezado,
    francamente eu comecei a ler a "resportagem", mas não tive estômago. Parei quando li a "inteligente" declaração do Langoni dizendo que "A Venezuela está voltando a pré-história da economia." O sujeito não tem a menor noção do que fala.
    Só com uma mídia dessas mesmo.

    Um forte abraço
    Marcelo

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  2. Anônimo26.11.07

    Mello, nunca na história desse país a máxima "uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa" valeu tanto. Dizem que Barbosa, goleiro da seleção em 1950, era um bom goleiro (não era de meu tempo), mas depois de levar aqueles gols do Uruguai não foi mais convidado nem para acompanhar enterro. Na economia é diferente, o sujeito faz barbeiragem, conduz no limite da irresponsabilidade, deixa o derrière do país em estado de vulnerabilidade e otras cositas mais e ainda aparece em jornalão como se fosse a bala que matou Kennedy. Chupemos esta manga.

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