Não foi o antipetismo que derrotou Haddad. Foi a fraude em favor de Bolsonaro no WhatsApp. Aqui a prova

Tuíte do diretor do Datafolha falando da fraude no WhatsApp


Seguindo a lenga-lenga da mídia, a quem interessa derrota do PT, de quase todos os seus analistas, e até do raivoso e frustrado perdedor Ciro Gomes, foi o antipetismo que derrotou Haddad.

É mentira. Basta olhar os números das pesquisas Ibope e Datafolha e compará-los com o que veio a seguir e que depois se descobriu, na nunca por demais incensada reportagem de Patricia Campos Mello, a fraude de fake news no WhatsApp em favor de Bolsonaro, patrocinada por empresários - uma dupla ilegalidade: as calúnias e mentiras, e o financiamento da campanha por empresários como caixa 2.

Até o dia 29 de setembro, mostram as pesquisas, o cenário era de subida de Haddad e estagnação de Bolsonaro. Em 29 de setembro, dia da grande manifestação #EleNão das mulheres, quando centenas de milhares delas foram às ruas, o cenário do segundo turno nos dois institutos era:


Reparem que nas duas pesquisas Haddad vencia Bolsonaro. No Datafolha com seis pontos de vantagem. Onde o antipetismo está aí? Como se explica o antipetismo então?

Não cola. Haddad subia constantemente. Bolsonaro estava parado e só começou a subir após a manifestação, segundo analistas apressados, ou após o WhatsApp ter disparado mais de 80 milhões de mensagens caluniosas contra Haddad, relacionando-o a pedofilia, ao kit gay, às mamadeiras com bico em forma de pênis. Essa a razão verdadeira.

Está aí, na fraude eleitoral, a razão da derrota de Haddad. Se não fosse a fraude, até agora impune, muito provavelmente Haddad teria vencido, como era a tendência em todas as pesquisas.

Não é que não exista antipetismo. Existe, mas a faixa dele é histórica, em torno dos 30%. A fraude em favor de Bolsonaro, usando "decência" como tema de campanha, influenciada por FHC, como mostrei aqui (FHC, via Xico Graziano, deu o tema da campanha de Bolsonaro ), retirou votos de eleitores tradicionais do PT, assustados com as afirmações caluniosas.

Vamos esperar que a Justiça se faça e a candidatura de Bolsonaro seja impugnada por fraude. É o mínimo que se pode esperar.

Até lá, vamos responsabilizar quem de direito: a fraude de empresários em favor de Bolsonaro no WhatsApp. Eles viraram o jogo em favor de Bolsonaro.

Isso tudo sem esquecer Lula, que seria o candidato do PT, caso o golpe de sua prisão política não o afastasse da disputa. 

Aqui, um apanhado das fraudes:







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Ministro do STF assume que lei não é igual para todos: O que vale para 'prefeito de Cabrobó' não vale para Bolsonaro

Estátua da Justiça com um olho aberto

Cabroró que me desculpe, mas só vim a saber de sua existência agora, quando citado por um ministro do Supremo. E com indelicadeza. Afinal, o pequeno município de cerca de 35 mil habitantes, no Sertão do São Francisco, em Pernambuco, foi usado como exemplo para mostrar que no Brasil a lei tem dois pesos e duas medidas: uma para Cabrobó e outra para o presidente eleito do Brasil.

A conversa com esse ministro que não ousou dizer o nome e solicitou anonimato ao repórter ocorreu durante uma matéria sobre a possibilidade de um réu (Bolsonaro) vir a ser presidente da República.

Foi em agosto deste ano, dois meses antes da eleição subjúdice (TSE e STF ainda vão analisar casos) do candidato do PSL

Um ministro supremo deu a cara a tapa, Marco Aurélio Mello, e não se esquivou de comentar:

O ministro Marco Aurélio afirmou, nesta quarta-feira (22/8), que o fato de Jair Bolsonaro ser réu perante o Supremo Tribunal Federal (STF) pode gerar insegurança para a candidatura do parlamentar à Presidência da República. Isso porque, segundo o magistrado, o STF já tem maioria no sentido de que réu em ação penal que está na linha sucessória da chefia do Executivo não pode substituir o presidente.
“Isso ainda está em aberto, nós assentamos, no caso do Renan [Calheiros], que não pode substituir. Quem é réu pode ser eleito e tomar posse? O presidente da República, quando recebida denúncia pelo Supremo ou impedimento na Câmara, é afastado. Agora, ele (Bolsonaro) já é réu”, disse.

Outro ministro, o do anonimato, assumiu que dificilmente ocorrerá uma impugnação de Bolsonaro.
Para um ministro ouvido reservadamente, é pouquíssimo provável que, após a eleição, o Supremo interfira na situação do presidente eleito. “A gente dá liminar para tirar prefeito de Cabrobó. Essas coisas são mais complexas”, disse. [Fonte: Jota]
Ou seja: se tivesse sido eleito prefeito de Cabrobó, Bolsonaro não tomaria posse. Já para ser presidente do Brasil pode.

- Mito! Mito!


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Ciro ataca Lula e PT, tira a máscara e deixa à mostra bico tucano

Ciro Gomes fazendo sinal de silêncio

Irritado com as acusações de traição pelos eleitores do PT, Ciro dá uma entrevista em que solta penas para todos os lados, atacando o partido e seu presidente Lula e deixando à mostra o bico tucano que sempre buscou esconder.

A origem de Ciro Gomes é o PDS, nome que passou a ter a antiga Arena (Aliança Renovadora Nacional), partido oficial da ditadura de 1964. Passeou por uma série de partidos, entre eles o PSDB. Parece que agora pretende voltar às origens e ataca o PT brandindo o PDT de Brizola, onde está hospedado no momento, e uma suposta aliança à esquerda com PSB e PC do B.

Na verdade, ele sabe que essa aliança não o levaria a lugar algum, pois são partidos pequenos e o bravo PC do B está arriscado até a perder a sigla por falta de votos.

Como o Brasil vai se polarizar (já está polarizado) entre Bolsonaro e o PT, Ciro só pode estar tentando com seu violento ataque ao PT e a Lula puxar a sardinha do PSDB (dividido com a ascensão de Dória) para sua brasa.  E possíveis descontentes do PMDB (partido que deu origem ao PSDB). Só assim conseguiria musculatura para tentar novamente a presidência da República.

É um sonho legítimo dele. Só que não precisaria ajudar com sua omissão oportunista a eleição de Bolsonaro. O Brasil não merece.

Ciro se esquece de uma frase lapidar do fundador do PDT, Leonel Brizola: "A política ama a traição, mas odeia os traidores". Ele vai sentir isso na pele.

Veja só por estes trechos a seguir o nível da entrevista publicada na Folha:
"O lulopetismo virou um caudilhismo corrupto e corruptor que criou uma força antagônica que é a maior força política no Brasil hoje."
"Pega um bosta como esse Leonardo Boff [que criticou Ciro por não declarar voto a Haddad]."
"O Lula se corrompeu por isso, porque hoje está cercado de bajulador, com todo tipo de condescendências."
" Projeto de poder miúdo. De poder e de ladroeira. O PT elegeu Bolsonaro."
Não, Ciro não foi o PT quem elegeu Bolsonaro. Foi o avesso do PT, o antipetismo (que não bastaria para eleger Bolsonaro) com auxílio do Judiciário, que condenou Lula sem provas e o impediu não apenas de concorrer como até de dar entrevistas, coisa que foi permitida a criminosos do tipo Marcinho VP e Fernandinho Beira Mar. Judiciário que permitiu os milhões de disparos no WhatasApp e o financiamento ilegal da campanha de Bolsonaro por empresários. A mídia corporativa, que não denunciou o perigo autoritário da candidatura vencedora e a falta de punição à fraude. E também você, Ciro, e todos os outros que se omitiram, usando a famosa lei de Gerson, buscando tirar vantagem do caos em que deve mergulhar o Brasil.


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Comissão da Câmara aprova exigência de 40 anos de trabalho para aposentadoria, denuncia Molon




Em sua página do Facebook, o deputado federal do RJ Alessandro Molon (PSB) denuncia o desmonte da Previdência aprovado na Comissão da Câmara que sobre o caso.

O verdadeiro pacote de maldades é extenso e não poupa nenhum direito (confira no vídeo). É fruto de um acordo (quem afirma sou eu e não o deputado) que vem sendo negociado há tempos pelo golpista Temer com a equipe de Bolsonaro.

Bolsonaro não quer começar o governo com o desgaste de uma aprovação duvidosa de uma Reforma da Previdência. O papel de Temer é fazer o serviço sujo por ele agora. Em troca, ganha imunidade numa embaixada ou missão, que o leve a escapar da prisão mais do que provável por corrupção no caso do Porto de Santos, assim que entregar o cargo.

Já estou ouvindo o corinho:
- Quem tirou sua aposentadoria?
- Mito! Mito!
- Quem livrou Temer da cadeia?
- Mito! Mito!


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Por ser réu, Bolsonaro pode ter candidatura impugnada e, portanto, sua eleição anulada. STF vai decidir

Bolsonaro réu no STF

Respondendo a uma pergunta de um repórter ontem à noite, quando da divulgação dos resultados eleitorais, a presidente do TSE e ministra do Supremo Rosa Weber disse que o STF vai analisar se o presidente eleito Jair Bolsonaro, sendo réu, pode assumir a presidência. Bolsonaro responde a ação penal no Supremo Tribunal Federal por ter dito que a deputada federal Maria do Rosário (PT) "não merecia ser estuprada". [Fonte: Conjur]

O caso esteve em julgamento no Supremo em novembro de 2016. A sessão estava decidida em 6 a zero em favor da proibição de réus serem candidatos à presidência, quando houve um pedido de vistas do ministro Toffoli e a decisão está pendente até hoje, embora com maioria já definida (são onze os ministros).

Portanto, o STF, se não voltar atrás, vai declarar Bolsonaro impedido, sua candidatura será impugnada e a eleição anulada.

A pergunta que fica é: por que só agora?

Mas, antes tarde do que nunca. No país das telenovelas, sempre há um gancho para o próximo capítulo.



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Bolsonaro, presidente é do Brasil inteiro. Você teve 58 mi de votos, mas 89 mi de eleitores não votaram em você

bolsonaro com réplica da faixa presidencial simulando tiro

Esta postagem é apenas para lembrar ao presidente eleito Jair Bolsonaro que o Brasil é muito maior que o número de eleitores dele, pois pelo seu discurso bélico de ontem à noite, após confirmada sua vitória eleitoral, ele parece disposto a governar apenas para os que o elegeram.

Bolsonaro teve 57.796.986 votos. Mas a soma dos votos de Haddad (47 milhões) com as abstenções (31,3 milhões), brancos (2,4 milhões) e nulos (8,6 milhões  [Fonte: Agência Brasil] ) dá pouco mais de 89 milhões de votos.

O Brasil tem um total de mais de 147 milhões de eleitores. E mais de 209 milhões de habitantes. Seus votos representam apenas aproximadamente 28% dos eleitores.

É só pra lembrar.

A campanha acabou.


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Ciro demorou 20 dias para se pronunciar, por estratégia; não declarou voto, por oportunismo

Ciro Gomes dá tchau

Logo após mais uma derrota no primeiro turno, Ciro Gomes partiu para Paris, a fim de esvaziar a cabeça e repensar seu destino. Afinal, mais uma vez estaria de fora da final numa disputa por um cargo executivo, que não tem como chefe há 24 anos, quando terminou seu mandato de governador do Ceará.

Depois disso, Ciro esteve no executivo por duas vezes: foi ministro da Fazenda, como gosta de sublinhar, sem declarar que o foi por apenas quatro meses, no governo Itamar, num mandato tampão, substituindo Ricupero (flagrado no famoso "o que é bom a gente mostra, o que é ruim a gente esconde") de setembro a dezembro de 1994, antes de FHC assumir a presidência.

Ciro foi também ministro da Integração Nacional do primeiro governo Lula, de 2003 a março de 2016, quando saiu para disputar e se eleger deputado federal pelo Ceará. Portanto, são mais 12 anos sem um cargo executivo como ministro.

A derrota em uma disputa em que ele via a vitória como certa, graças à exclusão de Lula por força do golpe, deve ter doído muito.

Em Paris, ele tinha à sua frente dois cenários: uma vitória de Haddad praticamente poria um fim em suas pretensões presidenciais. Haddad é novo e poderia se reeleger. O que colocaria mais oito anos entre Ciro e seu sonho.

Só a vitória de Bolsonaro poderia lhe trazer alguma vantagem.

Ficou, então, quieto, por estratégia, enquanto curtia os acenos iniciais, que com o passar do tempo se transformaram em apelos, para que se pronunciasse em favor de Haddad.

Mas, por que ele faria isso? Se julga, e está certo nisso, com tanto direito quanto qualquer outro brasileiro de sonhar com a cadeira presidencial.

Enquanto não dizia nem que sim nem que não, Ciro acompanhava o desenrolar da campanha e principalmente das pesquisas. Se Haddad estivesse a ponto de virar o jogo, ele, em cima hora, declararia seu voto nele e seria apontado como o homem responsável pela eleição de Haddad.

Caso as pesquisas ainda apontassem uma provável vitória de Bolsonaro, ele daria um voto em favor da democracia, contra a intolerância, mas não diria que só Haddad é que representa esse voto.

Com isso, Ciro não se inclui do lado dos possíveis derrotados e se lança, desde já, como a "opção democrática e tolerante" a Bolsonaro. De olho em 2022. Com o Brasil que chegar até lá.

A História o julgará.


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Será que mães com filhos entre 18 e 45 anos sabem que Bolsonaro pode mandá-los para uma guerra contra a Venezuela?



Em discurso diante de manifestantes na avenida Paulista, em São Paulo, no domingo passado, um filho de Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro alertou sobre uma possível guerra contra a Venezuela em um governo de seu pai.
"O [Nicolás] Maduro não vai vir para a posse no dia 1º. E o general Mourão [vice de Bolsonaro] já falou. A próxima operação de paz do Brasil será na Venezuela. Vamos libertar os nossos irmãos da fome e do socialismo. A melhor solução para a crise migratória que nós tivemos é a saída de Maduro do poder. A gente vai dar uma lição nesse narcoditador".
Será que mães com filhos entre 18 e 45 anos sabem que Bolsonaro pode mandá-los para uma guerra contra a Venezuela? E que a deserção é punida com a morte por fuzilamento?

Reprodução de Artigo do CPM que trata da deserção

As pessoas pensam que não existe pena de morte no Brasil, mas existe, sim. Está no Código Penal Militar. Eis alguns artigos em que a pena de morte é prevista:
Art. 355 (Traição). Tomar o nacional armas contra o Brasil ou Estado aliado, ou prestar serviço nas forças armadas de nação em guerra contra o Brasil
Art. 356 (Favor ao inimigo). Favorecer ou tentar o nacional favorecer o inimigo, prejudicar ou tentar prejudicar o bom êxito das operações militares, comprometer ou tentar comprometer a eficiência militar
Art. 358 (Coação ao comandante). Entrar o nacional em conluio, usar de violência ou ameaça, provocar tumulto ou desordem com o fim de obrigar o comandante a não empreender ou a cessar ação militar, a recuar ou render-se
Art. 365 (Fuga em presença do inimigo). Fugir o militar, ou incitar à fuga, em presença do inimigo
Art. 368(Motim, revolta ou conspiração). Praticar qualquer dos crimes definidos nos artigos. 149 e seu parágrafo único, e 152
Art. 372 (Rendição ou Captulação). Render-se o comandante, sem ter esgotado os recursos extremos de ação militar; ou, em caso de capitulação, não se conduzir de acordo com o dever militar.
Art. 384 (Dano em bens de interesse militar). Danificar serviço de abastecimento de água, luz ou força, estrada, meio de transporte, instalação telegráfica ou outro meio de comunicação, depósito de combustível, inflamáveis, matérias-primas necessárias à produção, depósito de víveres ou forragens, mina, fábrica, usina ou qualquer estabelecimento de produção de artigo necessário à defesa nacional ou ao bem-estar da população e, bem assim, rebanho, lavoura ou plantação, se o fato compromete ou pode comprometer a preparação, a eficiência ou as operações militares, ou de qualquer forma atenta contra a segurança externa do país
Art. 390 (Abandono de Posto). Praticar, em presença do inimigo, crime de abandono de posto, definido no Art. 195
Art. 392 (Deserção em presença do inimigo) . Desertar em presença do inimigo
Art. 401 (Genocídio). Praticar, em zona militarmente ocupada, o crime previsto no Art. 208 (genocídio)
- Ah, mas ele não vai fazer isso!...

Será? E se fizer? Será que as mães com filhos entre 18 e 45 anos estão dispostas a pagar pra ver?


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Íntegra da última entrevista de Haddad antes do 2° turno, na TVE Bahia



A entrevista aconteceu na noite desta sexta, com a participação das jornalistas Tereza Cruvinel, do JB, e Regiane Oliveira, do El País, e dos jornalistas Juca Kfouri (TVT, ESPN, Folha) e Bob Fernandes, da TV Gazeta.

Não deixe de assistir. Vale conferir que grande candidato nós temos, que nos encherá de orgulho na presidência.

Aos que têm o mimimi do antipetismo, assistam e comparem com o outro candidato. Afinal, são nossos próximos quatro anos, pelo menos, que estão em jogo.


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Machistas querem eleger Bolsonaro. Mas as mulheres não vão deixar






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Se Ciro fosse para o 2° turno e Haddad e o PT agissem como ele e alguns ciristas, como estaria Ciro?

Ciro Gomes fazendo com a mão o gesto de espera aí

Muitos ciristas, não todos, estão enchendo o saco nas redes sociais com o mimimi de "não falei que só o Ciro é que podia ganhar do Bolsonaro?", confrontando o tempo todo o resultado de agora com as pesquisas de primeiro turno.

Só que há um problema aí: em todas as pesquisas de primeiro turno, a vitória de Ciro contava com o apoio massivo dos petistas, que sempre disseram desde o início da campanha que, caso Ciro fosse para o segundo turno, seria apoiado por Haddad e pelo PT.

A recíproca, vemos agora na prática, não era, nunca foi nem é verdadeira. Tão logo o resultado das urnas confirmou a passagem de Haddad ao segundo turno (sempre com o dobro dos votos de Ciro em todas as pesquisas), Ciro se mandou para o exterior e lá continua até hoje, resistindo a apelos de todos, a começar por Haddad, mas também de vários líderes políticos, religiosos, artistas e intelectuais de diferentes partidos, para que declare em alto e bom som seu apoio a Haddad e, melhor ainda, entre na campanha, embora já não possa mais ser usado em programas de rádio e TV.

Não se cobre de Ciro a grandeza de um Brizola, que engoliu a passagem de Lula para o embate final com Collor em 1989, sabendo que ali se fechavam as portas de uma sonhada eleição presidencial para ele. Mas que Ciro fosse apenas o Ciro que no primeiro turno chegou a declarar que apoiaria Haddad. Nem isso ele fez até agora.

Não digo que Ciro age como um canalha, porque o respeito e aguardo o desenrolar da história. Ele teve um problema de saúde pouco antes da votação e pode estar com uma doença grave ou coisa assim. Mas os ciristas que ficam zoando e parece que comemorando uma possível vitória de Bolsonaro, esses, sim, agem como canalhas.

E deveriam responder honestamente a esta pergunta: Se a situação estivesse trocada, Ciro disputando e Haddad mudo lá fora, com petistas zoando a campanha ainda por cima, como estaria Ciro? (Não falo nada aqui sobre os efeitos do Zapgate, porque este afetaria qualquer um). Ciro conseguiria vencer sem os votos do PT?

A resposta, óbvia, é não. Então, parem de mimimi, companheiros, e vamos à luta buscar um voto por dia para Haddad a fim de virar esse jogo e barrar o fascismo e o golpe.

Essa vitória tem que ser nossa - ciristas, inclusive. Boralá.



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Janio de Freitas critica tibieza da imprensa diante de Bolsonaro: 'Quando não há resposta a ataques autoritários, perde-se liberdade'

Bolsonaro apontando o dedo como uma arma

Mais um jornalista escrevendo na Folha hoje sobre o autoritarismo e a ameaça fascista que a candidatura Bolsonaro representa, Janio de Freitas.

Hoje, publiquei aqui Juca Kfouri, Eliane Brum e Eleonora de Lucena defendem jornalismo, democracia e voto em Haddad. Janio critica a tibieza da resposta da imprensa à ameaça Bolsonaro:

Quando não há resposta a ataques autoritários, perde-se liberdade

Candidato Jair Bolsonaro agride imprensa com ataques e ameaças

A relação harmoniosa entre imprensa e poder diz mal dos dois. Não há poder isento de defeito, já por dispor dos recursos exclusivos que o sobrepõem ao restante. Para a relação harmoniosa, é necessário silêncio ou complacência da imprensa sobre as falhas do poder — seja o político, o administrativo, o econômico ou privado, e o poder armado. Um certo mal-estar entre imprensa com alguma independência e o poder faz parte da relação entre críticos e criticados, que, aliás, se alternam mutuamente nos dois papéis.

Jair Bolsonaro não aceita a relação em tais termos, embora não tenha mais do que possibilidade de poder. E indica que não os aceitará, se chegar ao poder. Suas referências à imprensa e a jornalistas subiram ao nível de agressões verbais e ameaças. Mas não é aí que está o maior perigo. É na reação intimidada da imprensa, pouco menos do que inexistente. Atitude que, na ótica de Bolsonaro e seu círculo, só pode significar o início da domesticação buscada pelo autoritarismo.

Aqui e fora, sempre que a imprensa não respondeu com altivez aos ataques autoritários, sua tibieza foi debitada na conta da liberdade. Em geral, não só a de imprensa, mas logo, também, a do teatro (presença infalível entre as primeiras vítimas) e demais artes.

Em parte, a atitude retraída da imprensa reflete o seu temor de que seja criado algo como um Conselho de Ética dos Meios de Comunicação, que os jornalistas de direita dizem ser “controle da imprensa”. O que temeram à toa em Lula e Dilma, as empresas de comunicação temem agora com motivo. No pelotão Bolsonaro, não há general, além do próprio candidato, que não faça à imprensa restrições a seu ver necessitadas de medidas enérgicas.

A aparente indiferença às agressões, porém, não muda a imagem da imprensa na cúpula bolsonária. O provável é o inverso. E o certo é que qualquer medida vinda de tal grupo, para os meios de comunicação, será muito pior do que aquele conselho inspirado nos existentes na Europa.


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Em queda nas pesquisas, Bolsonaro afronta TSE e coloca no ar propaganda ilegal do kit gay, já proibida pelo Tribunal por ser falsa

Montagem que mostra probição pelo TSE e que kit gay é fake new

Em flagrante desrespeito a uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral, que determinou a retirada do ar e das redes de toda propaganda do candidato do chamado kit gay, por ser falsa e mentirosa, o candidato Jair Bolsonaro mandou que ela voltasse a ser veiculada, mesmo correndo o risco de ter sua candidatura impugnada por desrespeito a decisão judicial.

O que parece é que o candidato, ao ver o aumento de sua rejeição em cinco pontos no Ibope e o avanço da candidatura Haddad sobre a sua, sentido-se ameaçado, passou a apelar para o tudo ou nada.

A jogada de Bolsonaro é testar os limites da Justiça, jogar povo contra o TSE e o STF, para justificar uma derrota que, se antes lhe parecia impossível, agora já surge como provável, e assim tentar melar o jogo.

Só isso justificaria a atitude tresloucada do líder das pesquisas partir para um enfrentamento com os Tribunais de Justiça a essa altura do campeonato, a poucos dias da eleição.

Se é assim no rádio e na TV, onde as inserções de propaganda do kit gay estão correndo soltas, imaginemos o que vai acontecer nas redes de hoje a domingo.



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Juca Kfouri, Eliane Brum e Eleonora de Lucena defendem jornalismo, democracia e voto em Haddad

Juca Kfouri

Somente hoje, numa rápida apanhada e se a memória não me falha, três jornalistas declararam voto em Haddad, ao mesmo tempo em que defenderam o jornalismo e a democracia sob ataque e perigo com a ameaça Bolsonaro: Juca Kfouri, Eliane Brum e Eleonora de Lucena.

Kfouri começa pelo título, dizendo que "Segunda rodada eleitoral é a mais importante já vivida pelo Brasil". E não deixa dúvidas sobre sua escolha, quando faz até apelo por voto em Haddad, pela manutenção da democracia:
Por mais que pareça inútil, por mais que grande parte do país esteja com paredes nos ouvidos e tarja nos olhos, por mais que “Ele não” anuncie o que fará e haja quem acredite, até na mídia, poder controlá-lo, como os alemães imaginaram em relação a Adolf Hitler, fica aqui um apelo: não vote em Haddad, vote pela manutenção da democracia.
Faça oposição ao 13 já no dia 1º de janeiro, diga como o valente advogado, e sempre defensor dos Direitos Humanos, José Carlos Dias, que “só Bolsonaro é capaz de me fazer votar no PT”, mas impeça que o Brasil mergulhe na mais profunda das escuridões.

Na mesma Folha, Eleonora de Lucena, em página de Opinião, também defende voto em Haddad. Ela foi editora-executiva da Folha (2000-2010) e é copresidente do serviço jornalístico TUTAMÉIA (tutameia.jor.br).

Eleonora faz uma defesa da democracia e cobra dos que estão agindo de maneira pusilânime diante da maior ameaça à democracia brasileira. Seu artigo, que pode ser lido na íntegra no Tutaméia, também começa provocativo já no título, lembrando a Globo e seu papel vil durante a ditadura, sem citá-la: "Não adianta pedir desculpas [na Folha] ['perdão', no Tutaméia] daqui a 50 anos".
O momento dramático não permite omissão, neutralidade. O muro é do candidato da ditadura, da opressão, da violência, da destruição, do nojo.
É urgente que todos os democratas estejam na trincheira contra Jair Bolsonaro. Todos. No passado, o país conseguiu fazer o comício das Diretas. Precisamos de um novo comício das Diretas.
O antipetismo não pode servir de biombo para mergulhar o país nas trevas.

 (...) A defesa da democracia, dos direitos humanos, da liberdade está no cerne do jornalismo.
Não adianta pedir desculpas 50 anos depois.
No El País, a jornalista Eliane Brum, que está longe de poder ser considerada uma petista, pelo contrário, também defende de forma clara o voto em Haddad agora. Seu artigo [íntegra aqui] é endereçado já no título "Aos indecisos, aos que se anulam, aos que preferem não".

Quem acompanha esta coluna de opinião sabe também que eu costumo defender que votar em branco, anular o voto ou se abster é posição. Acredito que o “voto útil” ou o “voto crítico” também nos trouxe até este momento dramático. Sigo acreditando que anular o voto, votar em branco ou não votar é posição política legítima quando se trata de dois projetos dentro da democracia.
Mas tenho convicção de que, neste momento, quando o que está em jogo é a própria democracia, porque o projeto de Jair Bolsonaro nega os fundamentos democráticos, votar em branco, anular o voto ou não votar está fora do campo das possibilidades. Votar em branco, anular o voto ou deixar de votar não é posição neste momento, mas omissão. E omissão é um tipo de ação. Neste momento, o pior tipo de ação possível.
Não tenho mais o que dizer a alguém que vota num homem que faz apologia à tortura e aos torturadores, que incita o ódio e que quer acabar com uma parte da população brasileira. Minhas palavras nunca chegarão àqueles que acham possível ter um presidente como Jair Bolsonaro. Mas talvez minhas palavras possam chegar àqueles que odeiam o PT. E possam compreender, como eu mesma precisei compreender, que este não é um voto no PT. E que este voto, mesmo não sendo no candidato e no partido que desejaríamos, seja talvez o voto mais importante desde que recuperamos o direito de votar. É um voto pelos princípios da humanidade, é um voto pela vida dos mais frágeis, é um voto por seguir existindo neste país.

Como os três, muitos jornalistas e Associações de Jornalistas estão há tempos defendendo a democracia, alguns colocando em risco seus empregos. No entanto, políticos de expressão, grandes lideranças de quem se esperava um pronunciamento mais decisivo, estão silentes em cima do muro, à espera do caminhão de lixo da História.

O mesmo acontece com os grandes veículos de comunicação, a mídia corporativa, que, mesmo sob ataque, como a Folha, apoiam Bolsonaro com mais, ou menos, ênfase, ou não dão uma declaração peremptória em favor de Haddad para barrar a ameaça democrática que é Bolsonaro, à espera das migalhas publicitárias que possam vir de sua possível futura presidência.

A frase de Eleonora é definitiva sobre eles: "Não adianta pedir perdão daqui a 50 anos".



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'Se Bolsonaro não for bem, a gente tira ele'

Print do tuíte da Cynara Menezes

O ódio incutido na cabeça de certas pessoas ao PT é tão grande que elas preferem ir ao inferno jantar com o capeta do que votar em Haddad, apenas porque ele é do PT. Fazem elogios a ele, cobrem Bolsonaro de críticas, sabem que ele é preconceituoso, machista, racista, não produziu nada em 30 anos como deputado, a não ser ofensas e defender o seu (dele) e dos "garotos", como ele chama os marmanjos que elegeu, seus três filhos que já estão na política seguindo a mesma toada dele, a mesma inutilidade, a mesma boçalidade.

Mas essas pessoas não querem nem saber, algumas votam nele, outras vão anular o voto. Mas no PT não. Pra minorar a culpa de talvez o elegerem diretamente ou ajudarem a elegê-lo (abstendo-se, anulando o voto ou votando em branco), elas costumam dizer que ele não vai fazer nada do que diz, é só um falastrão. E sempre completam:
- Se ele não for bem, a gente tira ele.

Peguei este vídeo no perfil no Twitter da jornalista Cynara Menezes. Veja que a coisa pode não ser bem assim:

Se o horror ao PT é o seu caso, horror maior pode estar vindo aí. Reflita.


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Bolsonaro peitou a Globo e levou. Ele foge de Haddad e Globo cancela debate. Acordo?

Peint com imagem da apresentadora e a cadeira vazia

Em dezembro passado, numa entrevista com a presença de vários veículos de imprensa, Bolsonaro falou para repórter da Globo:
"Vocês aí têm uma audiência de 40%, mas pega 80% da propaganda oficial do governo, [que] em grande parte sustenta a mídia brasileira. Se eu chegar lá [presidência], vou fazer justiça. Vão perder metade disso, vão ganhar só 40%."
Agora, o candidato recebeu um favorzão da Globo. Como fugiu do debate, alegando recomendações médicas (o que é mentira, e a Globo sabe, já que os médicos declararam a toda a mídia que ele estava liberado para o debate), o certo seria a Globo fazer um programa exclusivo com Haddad, deixando a cadeira de Bolsonaro vazia, como já fez, por exemplo, em 1998 aqui no Rio, quando Cesar Maia não foi ao último debate e Garotinho foi entrevistado sozinho.

Também nas últimas eleições municipais aqui do Rio, o candidato e atual prefeito Marcelo Crivella não foi ao debate. A Globo mostrou a cadeira vazia [imagem que ilustra a postagem] e a apresentadora Ana Luíza Guimarães leu uma nota em que a emissora afirmava que “a missão de um veículo jornalístico é revelar fatos importantes, incômodos ou não, envolvendo as candidaturas”.

Por que a Globo reagiu de modo diferente agora, talvez a entrevista de dezembro de 2017 explique. Afinal, continuar levando 80% da verba total da propaganda do governo federal é tudo o que os Marinho desejam, já que o Grupo não vai bem das pernas.

Com isso, pela primeira vez na história o povo vai às urnas sem um debate entre os candidatos. Tudo o que queria Bolsonaro, que não consegue conectar três frases e tem evidentes limitações de cultura e inteligência.
 


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É você que quer acabar com o PT? Quer mesmo? Então leia

Desenho de duas pessoas numa entrevista


Então é você que quer acabar com o PT?
"Sim, sou eu mesmo."
"Ótimo. Deixa eu só checar mais uns dados, por favor... Aqui no nosso cadastro diz que você não aceita o PT de jeito nenhum, certo?"
"Isso mesmo. De jeito nenhum."
"Acredita que qualquer coisa é melhor que a volta do PT, confere? Aceita qualquer coisa."
"Exatamente. Qualquer coisa."
"Obrigado pelas informações. O motivo da nossa visita é muito simples: você foi premiado com uma oportunidade única, para acabar com o PT!"
"Caramba! Que maravilha! Eu?"
"Sim! Está em suas mãos. Basta assinar esse contrato e o PT vai sumir da face da terra, para todo o sempre!"
"Nossa, assim? Feito mágica? Só depende de mim?"
"Não é mágica - nós temos nossos métodos. Mas sim, só depende de você. Basta assinar."
"É pra já! Deixa eu só dar uma lida aqui... nacionalidade, cpf, aham, profissão... Tudo certo... Espera aí: aqui está dizendo que eu preciso entregar um dos meus filhos pra vocês... Para que ele seja torturado."
"É a contrapartida."
"Contrapartida? Isso não é contrapartida! Está falando em tortura!"
"Sim, mas, segundo nosso cadastro, você não acha tortura uma coisa tão grave assim, concorda? E só para deixar claro, já que você também disse certa vez que 'corrupção é um tipo de tortura social etc...' e que 'tortura é ter de lidar com a burocracia do governo', aqui nós estamos falando no sentido clássico, tá? Quebrar ossos, dar choque... Acho que ali nas letras miúdas está descrevendo tudo que a gente vai fazer. Quase tudo, na verdade - nosso funcionário tem liberdade criativa."
"Mas são meus filhos!"
"Bom, mas esse não pode ser um critério, concorda? Todo torturado vai ser filho de alguém. Sempre vai ter uma mãe ou um pai desesperado. Se a gente for se prender a isso, não dá para torturar ninguém."
"Mas quando eu escrevi sobre tortura, eu estava falando de pessoas que MERECERAM! A gente não fez nada para merecer isso."
"Se esse é o problema, nós podemos resolver facilmente. Faço um levantamento das suas multas de trânsito, transação sem nota fiscal, casos extraconjugais, carteirinha de estudante falsa pra pagar meia, gato de TV a cabo... Temos aqui uma foto sua com camiseta vermelha, por exemplo."
"E desde quando usar vermelho é motivo para perseguir alguém?"
"Já temos precedentes nesse sentido. Em todo caso, pra falar abertamente aqui, a gente nem precisa de nada disso, basta dizer que alguém é suspeito. Então não se preocupe com essas burocracias, a gente consegue apresentar várias justificativas."
"Esquece. Eu não vou assinar isso."
"Você pode encarar isso como um pequeno sacrifício pessoal em nome de um bem maior, que é o fim do PT. E são só seis meses. Depois a gente devolve, vocês superam..."
"Isso é loucura. Cai fora daqui!"
"Então você não quer aproveitar essa oportunidade... Ok. Só preciso colocar uma explicação aqui na ficha do prêmio. Devo dizer, então, que na verdade você é petista?"
"Não! Eu não sou petista!"
"Então estou confuso... Você aceita ou não qualquer coisa pra acabar com o PT?"
"Eu não vou aceitar que machuquem minha família em nome dessa raiva contra o PT!"

(e é só isso que esse conto está tentando dizer: nós não aceitamos que ninguém de nossas ou das suas famílias seja perseguido, ameaçado, atacado e tenha sua vida colocada em risco em nome dessa raiva contra o PT)
"Nesse caso, sinto muito por tomar seu tempo. Nós vamos procurar outra pessoa que esteja disposta a aproveitar essa oportunidade."
"Vai lá! Eu DUVIDO que você vá encontrar alguém que coloque seu próprio filho na mão de um torturador só porque não quer a volta do PT."
"Tem razão... Já observamos isso. Essa era nossa última tentativa nesse modelo. Pro próximo, nós vamos mudar a pergunta. Vamos dizer que ele pode acabar com o PT se ele assinar o contrato mandando os filhos de outra pessoa pra tortura. Assim fica mais tranquilo, né? Quando é o filho dos outros que é agredido, ninguém se incomoda... Então tá: eu vou falar com o próximo candidato ao prêmio e daqui a pouco eu volto aqui."
"Volta aqui pra que?"
"Pra buscar os seus filhos."
"Como assim?"
"Acabo de explicar: vamos perguntar a outra pessoa se..."
"Chega! Isso é errado!"
"Certo, errado... É tudo uma questão de opinião, né? Muita gente considera certo o que estamos fazendo."
"Sai daqui de uma vez e não volte nunca! Vocês não têm esse direito!"
"Direitos? Agora você se importa com direitos?"

Da página do Facebook da jornalista Ílis Lage.



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