Moro volta a ser o juiz que sempre foi: condena hackers e os liga a The Intercept BR sem provas


Em seu perfil no Twitter, o ministro da Justiça de Bolsonaro Sergio Moro voltou a seus tempos de juiz e condenou hackers sem provas e os ligou às reportagens do The Intercept Brasil também sem provas [imagem].

Para Moro, sempre é bom repetir que "sem provas", os hackers são "a fonte", segundo afirma no Twitter:
Parabenizo a Polícia Federal pela investigação do grupo de hackers, assim como o MPF e a Justiça Federal. Pessoas com antecedentes criminais, envolvidas em várias espécies de crimes. Elas, a fonte de confiança daqueles que divulgaram as supostas mensagens obtidas por crime.
Nem o Jornal Nacional, órgão oficioso do morismo, comprou a versão do ministro. Na reportagem exibida ontem à noite sobre o caso, o JN em momento algum faz a ligação estabelecida por Moro. Ao contrário, são estelionatários.
O coordenador-geral de Inteligência da PF, João Vianey Xavier filho, disse que o grupo tem ligação com crimes de estelionato eletrônico e fraudes bancárias.

“O perfil dessas pessoas é relacionado a estelionato eletrônico. Estão relacionados a fraudes bancárias eletrônicas praticados mediante internet banking, engenharia social em contato com possíveis vítimas e fraudes em cartão de crédito e débito, o que é muito comum e a PF já tem expertise. Foi localizado na casa de um dos alvos quase R$ 100 mil. Foi apreendido e já devidamente depositado em juízo”, disse o coordenador. 
(...) “Aproximadamente mil números diferentes foram alvos desse mesmo modus operandi por essa quadrilha, então, há a possibilidade, a gente não tem ainda uma identificação, começamos ainda a fazer isso, há a possibilidade de, realmente, um número muito grande de possíveis vítimas desse mesmo tipo de ataque que está sendo investigado”, afirmou o coordenador da PF. 
O JN destacou ainda que todas as investigações até o momento destacam a lisura e a veracidade do material utilizado nas reportagens do Intercept e seus parceiros:
Em nota, o site Intercept Brasil disse que, assim como a melhor imprensa mundial, não comenta assuntos relacionados à identidade de suas fontes anônimas e que a operação deflagrada pela Polícia Federal não muda o fato de que a Constituição federal garante o direito do Intercept de publicar suas reportagens e manter o sigilo da fonte, mesmo direito garantido para toda a imprensa brasileira.

O site afirmou, ainda, que vê com preocupação as conclusões precipitadas do ministro Sergio Moro sobre uma investigação que sequer teve seu inquérito concluído.

O jornal “Folha de S.Paulo” disse que teve acesso às mensagens atribuídas aos procuradores e ao então juiz Sergio Moro e que o site Intercept disse ter recebido de uma fonte anônima. O jornal disse que não detectou nenhum indício de que o conteúdo possa ter sido adulterado.

A “Folha” afirmou ainda que não comete ilícito para obter informações nem pede que ato ilícito seja cometido neste sentido. Mas, segundo o jornal, pode publicar informações que foram fruto de ato ilícito, se houver interesse público no material apurado.

A revista “Veja”, também em nota, disse que fez parceria com o site Intercept para análise do material obtido pelo site e que o jornalista Glenn Greenwald afirmou que o material lhe foi repassado por uma fonte anônima.

A revista “Veja” disse que não tem informação sobre quem seria essa pessoa nem como ela obteve o conjunto de diálogos.

A revista, segundo a nota, realizou análise da autenticidade das mensagens, que comprovou a veracidade delas. A partir de um criterioso trabalho, e em nome do interesse público, segundo a “Veja”, decidiu publicar as reportagens sobre a conduta do ex-juiz Sergio Moro.



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