Líderes indígenas históricos morrem por COVID e falta de assistência do governo Bolsonaro


Duas reportagens no Amazônia Real mostram o estado de calamidade nas comunidades indígenas atingidas pela pandemia do coronavírus e ao mesmo tempo pela má vontade histórica de Jair Bolsonaro com nossos índios e comunidades quilombolas.

Reportagem de Janaína Souza denuncia a morte de líderes históricos na luta pela demarcação da Raposa Serra do Sol.
Lideranças históricas da demarcação e homologação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, estão entre as vítimas da Covid-19. Dionito, Bernaldina José Pedro, Alvino Andrade da Silva e Luciano Peres, todos da etnia Macuxi, lutaram desde os anos 50 para que os povos tivessem reconhecidos seus direitos sobre o território. Em questão de dias, perderam suas vidas pela falta de proteção e apoio das autoridades no combate ao novo coronavírus. 
“Nossas lideranças estão partindo. Essa doença braba que ninguém conhece está dizimando nossos povos”, desabafou Jacir José de Souza, irmão de Dionito  José de Souza, do povo Macuxi. Jacir, ex-tuxaua da aldeia Maturuca e ex-coordenador do Conselho Indígena de Roraima (CIR), é reconhecido internacionalmente pela defesa da demarcação e homologação da TI Raposa Serra do Sol. Em 2008, ele foi recebido pelo Papa João Paulo II no Vaticano, na Itália.
Atualmente ele está em recuperação da Covid-19 em Boa Vista e alerta para a urgência na proteção dos povos indígenas. “Precisamos agir, pois essas lideranças deixaram famílias e muita gente está contaminada. Eu tive que vir para a cidade passando mal e fui tratado no Hospital de Campanha. Faço um apelo às autoridades para olhar o povo indígena com mais atenção. Enviar médicos, enfermeiros que entendam dessa doença para as comunidades, antes de que a situação piore”, disse Jacir.
A pandemia chegou a várias comunidades indígenas de Roraima, onde quase metade do território é indígena e vivem os povos Wapichana, Macuxi, Ingaricó, Wai Wai, Patamona, Sapará e Taurepang.[Leia reportagem completa aqui]
Outra reportagem, de Marcio Camilo, fala da morte de um filho do grande cacique Apöena.
Filho do grande líder dos indígenas Xavante, o cacique Apöena, “uma pessoa iluminada”, “uma enciclopédia viva”, assim é lembrado o ancião Cidaneri Xavante, de 87 anos. Ele morreu no último dia 23 de julho apresentando os sintomas do novo coronavírus. Cidaneri é o segundo ancião que a comunidade de Pimentel Barbosa perde em menos de um mês. Três semanas antes faleceu Luís Ripru Xavante, que testou positivo para Covid-19. [Leia reportagem completa aqui]
Bolsonaro segue em seu intento de aculturar ou exterminar a população indígena, estimulando invasões de suas terras por criadores de gado, plantadores de soja e garimpeiros, e lhes oferecendo cloroquina, que já está provado que não cura e pode matar.



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