Mídia e sem votos querem sangue na Venezuela

Mais uma vez a oposição a Chávez arma o cenário para um golpe de Estado. Mais uma vez essa mesma oposição abdica do direito de derrotar o presidente venezuelano nas urnas e tenta derrubá-lo no tapetão do golpe.

Saem às ruas para protestar contra a reforma Constitucional aprovada pelo Congresso venezuelano, que vai à votação popular no próximo dia 2 de dezembro. E a reforma foi aprovada quase que por unanimidade, simplesmente porque nas últimas eleições a oposição abdicou do direito de lançar candidatos na disputa, o que fez, obviamente, com que só candidatos afinados com o presidente Chávez fossem eleitos. Alegaram os fujões que a disputa não seria democrática, embora observadores internacionais (inclusive a Fundação do ex-presidente americano Jimmy Carter) tenham confirmado a lisura de todo o processo.

Agora, mais uma vez, partem para as ruas com o único objetivo de conseguir fabricar vítimas, para poder usar o sangue de inocentes úteis e tentar o golpe, exatamente como em 2002.

Aparentemente, agora têm a seu lado o ex-ministro Raúl Baduel, o homem que ajudou Chávez naquele ano, dando o contragolpe, que restituiu o poder ao presidente um dia após o golpe. Em declaração recente e surpreendente, Baduel disse que a aprovação da reforma Constitucional será um golpe de Estado. Como se dá um golpe de Estado dentro das regras, através do voto, ele não explicou. Também não disse o que devem fazer os venezuelanos, caso haja a vitória do sim, no dia 2.

Baduel era amigo de Chávez - é inclusive seu compadre - e suas declarações colocaram ainda mais fogo na situação.

Mas, vejam só, o cenário é tão cercado de suspeitas na Venezuela, que há quem veja o dedo de Chávez nas declarações de Baduel . Para esses, ao pedir o voto no não – e não pregar a abstenção, como faz a oposição – Baduel está ajudando o presidente, ao incentivar a presença maciça da população no referendo, o que aumentaria a legitimidade da aprovação da reforma.

O caso é que os sinais emitidos da Venezuela são recebidos no Brasil pela “grande imprensa” com os “chavõez” (com z mesmo, de Chávez) de sempre. De sua parte, Chávez parece tranqüilo e disposto a não permitir que 2002 se repita em 2007. Estruturou-se nesses anos todos para isso. E tem a grande maioria da população a seu lado, como provaram todas as últimas eleições. Agora não deverá ser diferente.

A oposição esperneia. Sem voto, tenta ganhar no grito. Exatamente como ensaiam fazer aqui no Brasil.

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