Segundo o conselheiro da Anatel Antonio Bedran o Grupo Abril fez as mudanças contratuais exigidas e, por isso, a Anatel aprovou ontem o processo de compra da TVA, do Grupo Abril, pela espanhola Telefônica.
O negócio já havia sido aprovado parcialmente em julho, mas a Anatel exigiu que as empresas refizessem o acordo de acionistas referente à operadora de TV a cabo do grupo que opera em São Paulo. O temor da agência era que o acordo original permitisse à Telefônica o controle da empresa de TV a cabo, o que é proibido pela legislação.
“Entendemos que o novo acordo de acionistas satisfaz as exigências da Anatel, e que está eliminado qualquer outro tipo de controle, tanto acionário quanto societário”, disse o conselheiro Antonio Bedran. Agora, o processo segue para análise do Conselho Administrativo de Defesa Econômico (Cade).
Segundo Bedran, pelo novo acordo de acionistas, está eliminada a possibilidade de a Telefônica realizar reuniões prévias sobre decisões estratégicas da operadora de TV a cabo da TVA em São Paulo. A decisão da Anatel também impede que dirigentes da Telefônica participem das reuniões do conselho de administração e de assembléias gerais da operadora de TV paga.
Ainda assim a votação foi apertada:
Mas com isso o grupo Abril conseguiu seu objetivo imediato: jogar por terra a convocação da CPI da TVA, que, esta sim, poderia levantar o rabo desse gato, onde se esconde, por exemplo, a Curundeia, empresa com pouco menos de R$ 900 mil de capital social, mas que, no entanto, teria comprado parte do Grupo Abril por quase US$ 200 milhões.
Atendendo agora às exigências da Anatel, o Grupo Abril cede o anel para ficar com os dedos, porque, como já afirmei aqui, a CPI poderia levantar muitas histórias mal contadas, daquelas de fazer corar até o senador Renan. Histórias que não seriam apenas do Grupo Abril (clique aqui para ler a postagem).
Veja a seguir a reportagem da Band que mostra como é confusa a transação da venda de parte do grupo Abril e como a história da Curundeia parece história da carochinha.
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