Mentiroso contumaz, bravateiro, Bolsonaro vive de fazer espuma. Repetindo o que já havia dito de outra vez, ele confidenciou a um deputado de seu partido que não aceitaria ser preso e ameaçou "atirar para matar".Bolsonaro gosta de bancar o valentão, mas foi assaltado no Rio, o bandido levou sua moto e até sua arma e ele não deu um pio. E preso ele já foi uma vez. Atirou? Confira
Mas, como todo sujeito metido a valentão, quando confrontado, recua, desdiz o que disse, faz até o papelão de apelar ao golpista ex-presidente Temer, como fez em 2021, quando ofendeu Alexandre de Moraes.
Aconselhado pelo golpista mór, Bolsonaro publicou uma Declaração à Nação, onde se arrependia de haver "esticado a corda" e dizia "ter respeito pelas instituições da República".
Bolsonaro se encaixa à perfeição, e talvez fique até lisonjeado com isso, a um trecho do impiedoso e realista perfil que o redator publicitário britânico Nate White traçou de Donald Trump:
E pior, ele [Trump, Bolsonaro] é a coisa mais imperdoável para os britânicos: um valentão.
Isto é, exceto quando ele está entre valentões; então, de repente, ele se transforma em um companheiro chorão.
Existem regras tácitas para essas coisas – as regras de decência básica de Queensberry – e ele quebra todas elas. Ele usa golpe baixo – o que um cavalheiro nunca poderia fazer – e cada golpe que ele desfere é abaixo da cintura. Ele gosta particularmente de chutar os vulneráveis ou sem voz – e chuta-os quando estão caídos.
Quanto a não admitir ser preso, isso é mais uma das mentiras de Bolsonaro. Ele já foi preso em 1986, e ficou na prisão quietinho por 15 dias, sem dar tiro em ninguém.
É mais fácil ele tentar um atestado médico, como fez em 2018 para fugir aos debates.
Grave nisso tudo é que, ao fazer a afirmação de que vai resistir à bala a uma ordem de prisão emitida pela Justiça, Bolsonaro mais uma vez dá mau exemplo a seus seguidores. Ou seja, comete mais um crime ao incitar à desobediência de uma ordem judicial.